domingo, 26 de setembro de 2010

FC Porto - Olhanense (Videos)

Andre Villas-Boas



Varela



Helton



O jogo (resumo)

Quem pára o dragão invicto?


O FC Porto soma e segue. Conseguiu a sexta vitória consecutiva no campeonato, a décima em jogos oficiais esta temporada e a vigésima contando com a recta final da época anterior. Números impressionantes. O Olhanense chegou ao Dragão com a defesa menos batida do campeonato e saiu de lá com o dobro dos golos encaixados até então. Sofreu também a primeira derrota e deixou o título de equipa invicta para o FC Porto e o Paços de Ferreira. Apesar das vitórias do Braga, na véspera, e do Benfica, também ontem, a equipa de André Villas-Boas conseguiu aumentar a vantagem em relação aos mais directos perseguidores (derrota do Guimarães e, claro, do Olhanense).

A vitória de ontem foi a menos expressiva dos jogos realizados esta época no Dragão. Não devido ao menor fluxo atacante dos portistas, mas sim à maneira de jogar do Olhanense. A equipa de Daúto Faquirá começou com dois trincos e muitas cautelas defensivas, descurando mesmo as saídas para o ataque. A condução do jogo foi sempre do FC Porto, da mesma forma que as primeiras investidas bateram sempre na muralha algarvia. Belluschi foi o primeiro a pensar numa solução. Remates de longe, pois claro. A segunda solução passou por trocas de bola constantes à entrada da área, tabelas e desmarcações. Um clássico de Villas-Boas.

Se Faquirá não inovou nada, apresentando a equipa esperada e à espera do adversário, o FC Porto surgiu com uma alteração: Otamendi no lugar de Maicon. Apesar de uma boa parte dos adeptos desejarem há muito tempo ver Otamendi em acção, a decisão de André Villas-Boas de tirar Maicon da equipa não foi fácil de explicar. Mas, qual premonição, aos 23' o central argentino tratou de dar razão ao treinador. Marcou o primeiro golo do jogo no primeiro remate à baliza que fez e na primeira subida à área contrária, surgindo no sítio certo depois de um remate de Hulk e de uma defesa incompleta de Moretto. Por falar em Moretto, os adeptos portistas continuam a tê-lo em boa conta, a avaliar pelos assobios que lhe dedicaram. Por falar em Hulk, antes do primeiro golo, que teve uma grande contribuição dele, um minuto antes tinha deliciado as bancadas com um "slalom" impressionante que acabou com uma defesa de Moretto para canto.

Ao contrário do esperado, o golo portista não mudou a forma de jogar do Olhanense. O FC Porto também não mudou. Com mais posse de bola, continuou a atacar por onde podia, tentando descobrir brechas na defesa e com João Moutinho em plano de destaque no meio-campo. E, claro, Hulk. Depois de um remate fortíssimo ligeiramente ao lado, em cima do intervalo o brasileiro aproveitou uma falha de Maurício, cavalgou para a área e fuzilou Moretto.

E, agora, o Olhanense mudou a forma de jogar? Mudou, mas mais devido à permissão do FC Porto na segunda parte. Apesar de ter mais posse de bola do que em relação à primeira parte, a equipa algarvia só conseguiu aproximar-se com perigo de Helton por duas vezes. A entrada de Lulinha favoreceu as trocas de bola. Mas aos poucos o FC Porto foi retomando o controlo do jogo e, com a entrada de Rúben Micael e a saída de Hulk, também mudou o desenho táctico, agora em 4x4x2. E o terceiro golo podia ter chegado se Fernando soubesse desviar para a baliza um cruzamento de Álvaro Pereira. Incrível a falha. Assim, o Olhanense saiu do jogo como a equipa que sofreu menos golos do FC Porto esta época, no Dragão.

in "ojogo.pt"
 

Declarações

Otamendi

"Pronto para lutar pela titularidade"

Primeiro jogo, primeiro golo. Otamendi dificilmente podia ter desejado uma estreia mais positiva com a camisola do FC Porto. "Marcar no meu primeiro jogo é algo de muito bom. Desfrutei do momento com os meus companheiros, de quem tenho recebido grande apoio desde que cheguei", começou por garantir o central argentino, antes de se alongar nos comentários sobre o primeiro jogo em Portugal. "O golo foi muito importante. Cheguei já com a época em andamento, e o grupo tem estado muito bem e mentalizado em ganhar todos os jogos. Não importa quem joga; o que importa são as vitórias." Otamendi revelou ainda que vai "dormir bem", "contente e tranquilo" depois do que fez ontem, mas garantiu também que vai lutar por um lugar na equipa titular, apesar de concorrência de Rolando e Maicon. "Estou num grande clube, e a minha adaptação vai-se fazendo com calma. Sinto-me pronto para lutar pela titularidade, apesar de os meus companheiros terem correspondido até aqui. Desta vez fui eu que joguei e acho que fiz uma boa exibição", concluiu.

Varela

"Estamos confiantes"

O FC Porto alcançou a sexta vitória na Liga, e não há muitos segredos para Varela: "A equipa está tranquila e confiante para continuar a ganhar. O ambiente é excelente, mas trabalhamos diariamente para isso," A derrota do Guimarães em Coimbra (3-1) afastou mais o adversário da próxima jornada do campeonato, mas nem isso foi suficiente para alterar o discurso do extremo azul e branco. "Perderam e afastaram-se mais de nós, mas sinceramente estamos mais preocupados com o nosso trabalho e concentrados em continuar a vencer", frisou. A seguir, ainda comentou os recentes elogios de Paulo Bento, presente ontem no jogo: "Foram palavras bonitas, mas antes da Selecção, e enquanto estiver aqui, só tenho de me preocupar com o meu trabalho e com o que faço aqui no FC Porto."

Helton

"Objectivo é chegar à frente no final"

Ainda não travou, o FC Porto, neste campeonato. A derrota do Guimarães em Coimbra permitiu que o fosso para o segundo lugar se alargasse, mas, para Helton, a questão é mais profunda: "O nosso objectivo é chegar à frente no final. Temos trabalhado bem e temos sabido aproveitar o nosso bom momento." O facto de o FC Porto ter conseguido a sexta vitória em outras tantas jornadas da I Liga acaba por ser relativizado, até porque, para o capitão azul e branco, jogos do campeonato não vão faltar. "Vamos procurar manter os pés bem assentes no chão", advertiu para evitar qualquer deslumbramento.

Aliás, o bom momento de que Helton falou acaba por ter uma explicação lógica, que o guarda-redes não deixou sem resposta. "Falam da confiança do FC Porto, mas a confiança constrói-se com trabalho, e é o que temos feito." A seguir vem o CSKA de Sófia, um jogo de outra competição que acabou por ficar para outras conversas, até porque hoje é dia de folga para o plantel às ordens de Villas-Boas.

in "ojogo.pt"

FC PORTO UM A UM

A FIGURA

HULK 8

Meteu a quinta e ofereceu a décima

Desequilibrou outra vez a balança, partindo a loiça em vários momentos com lances de génio. Para não variar, o FC Porto só sabe vencer com este "Incrível" em campo. E se ele está bem, como ontem, então tudo fica mais fácil. Foram precisos apenas 4' para perceber que estava ali para entreter o povo. Começou o recital com um golo anulado por fora-de-jogo, após grande jogada de combinação com Falcao; seguiu com duas penetrações que Moretto travou; até que rematou cruzado para o guarda-redes defender para a frente e Otamendi abrir o marcador. Perto do intervalo quase marcou do meio da rua e no lance seguinte resolveu mesmo a partida num contra-ataque - que começou com um roubo de bola -, em que meteu a quinta e fuzilou Moretto.


Helton 6

Mais uma noite tranquila entre os postes e sem sofrer golos. Aliás, quase não foi obrigado a intervir: controlou alguns cruzamentos, corrigiu posicionamentos e só sujou as luvas aos 92' a remate de Lulinha.

Fucile 6

Andou quase sempre muito subido no terreno, mas não descurou o aspecto defensivo. Efectuou um corte providencial na cara de Jorge Gonçalves quando este se preparava para bater Helton. Não permitiu que o Olhanense criasse perigo pelo seu lado.

Rolando 6

Não estranhou a mudança de companheiro no eixo, assumindo o comando das operações numa noite em que se concentração bastou para travar os poucos ataques do Olhanense. Esteve bem no jogo aéreo.

Otamendi 6

Um golo na estreia, o segundo em toda a carreira, surgindo ao segundo poste para encostar. Pedir mais era difícil. A nível defensivo, mostrou bom posicionamento mas alguma falta de entrosamento, normal nesta altura, levou-o a falhar alguns passes. A luta com Maicon promete.

Álvaro Pereira 6

Se na Choupana deu sinais de algum cansaço, ontem deu razão a Villas-Boas que continua sem abdicar do uruguaio. Boa exibição, dando muita profundidade ao jogo, com cruzamentos perigosos. Num deles ofereceu um golo que Fernando desperdiçou. Teve pouco que fazer na defesa, ainda que os poucos lances do Olhanense tenham nascido do seu lado.

Fernando 7

Um poço de energia e cada vez mais importante no desenho de Villas-Boas. Voltou a aparecer em zonas de remate - falhou um golo incrível de cabeça nos minutos finais - mas foi visto muitas vezes como terceiro defesa, permitindo que os dois laterais subissem ao mesmo tempo. No passe andou entre o excelente e o mau.

Belluschi 5

Voltou a cheirar o golo em algumas ocasiões, mas esteve abaixo do que já rendeu esta época. Alguns bons passes e pouco mais.

João Moutinho 8

Outra enorme exibição do pequeno João. Mais solto, conduziu o jogo ofensivo, recuperou bolas, lutou e teve lances individuais de génio. E quase marcou aos 80' num remate à entrada da área. Bem merecia ter sido feliz.

Varela 6

Foi o primeiro a testar os nervos de Moretto num bom cabeceamento. E só lhe faltou mesmo o golo. Esteve muito bem a criar desequilíbrios em lances individuais. Acabou o jogo como segundo avançado, mostrando-se à vontade na posição.

Falcao 5

Ainda não foi desta que fez as pazes com o golo. Está em jejum há um mês no campeonato. Dispôs de três tentativas, mas falhou o alvo. Muito bem a combinar com Hulk.

Rúben Micael 5

Dois passes errados de seguida, mas depois acertou e ajudou a fluir o jogo. Um remate de longe que saiu perto do poste.

Walter 4

Estreou-se na Liga com um quarto de hora em que mostrou os músculos e falhou um pontapé de bicicleta.

Souza -

O médio brasileiro entrou para acalmar um meio-campo que estava muito inclinado para o ataque e cumpriu em pleno tal função.

in "ojogo.pt"

André Villas-Boas : "Estamos a fazer a nossa obrigação"

À sexta jornada da era de André Villas-Boas, o campeonato não podia estar a correr melhor. "Estamos muito orgulhosos do nosso percurso", admitiu o treinador portista, que mal terminara a sexta vitória consecutiva, no Dragão, com o Olhanense, e já fazia as contas à "deslocação sempre muito problemática a Guimarães", com uma viagem à Bulgária pelo meio, para, na quinta-feira, defrontar o CSKA de Sófia. Num caso e noutro, os dragões perseguem o mesmo objectivo, "três pontos" para abrir caminho a uma época vitoriosa, missão cumprida diante do adversário algarvio, apesar de algumas dificuldades, no segundo tempo. Embora de olhos postos no futuro, Villas-Boas recuou ao desafio que terminara momentos antes para admitir isso mesmo, que ao triunfo faltou um terceiro golo, que teria sido o remédio para "alguma intranquilidade" que os visitantes conseguiram alimentar, na segunda parte. "Procurámo-lo, se calhar, não tão bem, porque o Olhanense pressionou um pouco mais à frente, mas, fica o registo de uma boa primeira parte e, agora, há que recuperar para a Bulgária".

As dificuldades que resultaram num segundo tempo "não tão brilhante" não diminuem a confiança do treinador na crescente coesão portista. "O jogo foi complicado, não fugiu ao que estava previsto. O Olhanense jogou fechado, o FC Porto foi melhor na primeira parte do que depois, mas, conseguimos reduzir ao mínimo as oportunidades do Olhanense, mantendo-nos coesos e comunicantes".

Villas-Boas lembrou que haverá "poucos dias para descansar", após a Liga Europa, antes de voltar à discussão do campeonato que lidera. "Não estamos a fazer mais do que a nossa obrigação", comentou, dando o arranque fantástico do Braga, há um ano, como exemplo de como se pode começar bem e acabar em segundo.

Revelação do mundo do futebol, que a FIFA destacou esta semana, André Villas-Boas só pensa em "aumentar a diferença" para os rivais e essa, como tudo o resto, "não pode dissociar-se" da "estrutura portista", que apostou neste jovem treinador para suceder a Jesualdo Ferreira.

in "ojogo.pt"

Puxão de orelhas a Hulk

Muito se falou da irreverência e indisciplina de Hulk na temporada passada e ontem o brasileiro protagonizou mais dois “casos” que não passaram despercebidos a ninguém. Primeiro, num livre lateral que pedia um pé direito, o brasileiro optou por rematar quando Belluschi se preparava para tentar bater Moretto. O argentino não gostou, protestou, o Incrível respondeu e valeu a intervenção de Rolando a serenar os ânimos. Mesmo assim, o avançado não se livrou de ouvir do central que naquele caso não seria ele a melhor opção para bater a bola parada.

Pouco depois, numa jogada rasgadinha com Carlos Fernandes, Hulk foi amarelado, indignou-se com o árbitro e André Villas-Boas não hesitou em retirá-lo de campo, fazendo entrar Ruben Micael. O jogo estava resolvido e convinha serenar a cabeça.

in "record.pt"

F.C. Porto-Olhanense, 2-0 (crónica)

Uma questão de bom gosto. Este F.C. Porto é um guarda incorruptível do futebol elegante, refinado, seguidor das mais elementares regras de etiqueta. Junta poesia cuidada à ambição dos momentos de ataque, seja num drible, numa triangulação, num pontapé de primeira. Vence com sofisticação e, por isso, convence. O Olhanense que o diga.

É uma imagem trabalhada ao pormenor, à flor da relva. Não há um passe fora do sítio, deslocado, atrapalhado. Os adereços são harmoniosos, da baliza ao ataque. Mesmo Nicolás Otamendi, em estreia absoluta, percebeu bem a nova realidade que o rodeia.

O internacional argentino apresentou-se devidamente adaptado e correspondeu com um golo simples. Simples como devem ser as mais belas situações da vida. Depois ainda houve mais um golo, anotado por Hulk, mas esse já conhece por dentro e por fora os segredos da formosura.

2-0, seis triunfos consecutivos na Liga 2010/11, liderança plena de ostentação.

Ter boas ideias e a coragem de praticá-las

Os sintomas são evidentes, não enganam. Há um corte radical com o estilo do passado recente. Este dragão deixou a fast food e viciou-se na haute cuisine. Não gosta da vulgaridade. Prefere um argumento sustentado e enriquecido à mediocridade de um blockbuster de Verão.

Dá-se a estes luxos porque pode e sabe. João Moutinho sabe, Silvestre Varela sabe, até Fernando já sabe. Todos sabem como manipular a fealdade, a robotização sem sentido, o excesso de planeamento e a organização maquinal.

André Villas-Boas trouxe ideias a esta equipa. Deu-lhe as asas da liberdade, fê-la voar e buscar patamares de excelência. Isso é perceptível no pormenor mais simples. Sim, este Porto é mesquinho, não suporta uma peça fora do sítio, ou um triunfo de sabor agridoce.

É o cúmulo do bom gosto, insistimos. Um agente talhado para missões arriscadas, sempre impecavelmente composto, como o mais famoso dos agentes secretos da Sétima Arte. «Shaken, not stirred, por favor.»

Sem venda não há escuridão que resista

Ao olhar para este Porto, apetece dizer que agora joga sem venda. Trocou o instinto de sobrevivência pela certeza de saber viver. Os horizontes estão alargados, devidamente definidos, longe do escuro e da incerteza.

Mesmo diante de um Olhanense competente, sabedor dos ofícios da competição e que nunca perdera neste campeonato, o Porto mostrou ser uma equipa diletante. Tem prazer em possuir a bola, em trocá-la de trás para a frente, quase sempre numa progressão enfeitiçada por ares de improviso.

Foram dois golos, podiam ter sido mais, tal a panóplia de bolas perigosas que rondaram a baliza de Moretto.

O fim de uma história simples

Houve tempo para ver a melhoria de Fucile, para confirmar a tal estreia segura de Otamendi, a evolução tremenda de Fernando e a cumplicidade entre Belluschi e Moutinho. Houve também um Hulk endiabrado e poupado a horas extras, um Falcao aplicado e a precisar de mais golos, e um Varela em grande forma.

Dos algarvios pode dizer-se que têm matéria-prima mais do que suficiente para uma época tranquila, no embalo do meio da tabela. Perderam bem, sem grande alarido, mas mostraram segurança e qualidade nada despicienda.

Esta é, enfim, uma história simples sobre o triunfo do bom gosto. Simples, como são sempre as mais belas histórias.

in "maisfutebol.iol.pt"

F.C. Porto: lesão de Fernando reavaliada na terça-feira

Fernando acabou o jogo sentado no banco de suplentes, devido a uma pancada na coxa esquerda. O médio do F.C. Porto terá de ser reavaliado na próxima terça-feira e só aí se perceberá a real extensão da mazela.

«Ele queixou-se de uma pancada na perna e achei melhor que não reentrasse. O jogo estava tranquilo e perto do fim, por isso ficou no banco», explicou André Villas-Boas na conferência de imprensa que se seguiu ao duelo com o Olhanense.

in "maisfutebol.iol.pt"