sábado, 1 de janeiro de 2011

Seis mil adeptos no treino

VARELA E FERNANDO TRABALHARAM SEM LIMITAÇÕES


Foram cerca de 6 mil os adeptos do FC Porto que marcaram presença no treino realizado esta tarde no Estádio do Dragão. Entre a receção e a despedida com aplausos de pé, os portistas tiveram oportunidade de vibrar com muitos golos, especialmente com os remates certeiros de Hulk.
Varela e Fernando foram integrados sem limitações, ao passo que Falcão, Cristian Rodríguez e Beto continuaram a trabalhar de forma condicionada, estando assim fora da opções para o jogo de amanhã, diante do Nacional. Quanto a Alvaro Pereira, não esteve no relvado.
Destaque ainda para a chamada do guarda-redes Luís Filipe, da equipa de Sub-19.
in "recod.pt"

Walter: «2011 vai ser ainda melhor»

AVANÇADO CRENTE NA CONQUISTA DE TROFÉUS


Walter apresentou, no arranque do ano novo, a convicção que o 2011 "ainda vai ser melhor" que 2010 porque a "equipa está em várias competições", que "pretende ganhar".
"O desejo é fazer um bom ano e jogar bem para ganhar títulos, uma vez que o FC Porto tem uma grande equipa, que pensa sempre em ganhar ", referiu.
O jogador portista frisou que a equipa "é forte e está unida". "O FC Porto joga para ganhar todas as provas", reforçou.
O avançado mostrou-se disponível para a ajudar o FC Porto a ser bem sucedido: "Estou aqui para ajudar. Tenho treinado forte".
Walter fez um balanço do seu desempenho: "Contando com os particulares, já marquei sete golos no FC Porto, mas nenhum resultou de um remate fora da área, como estava habituado a fazer. Mas aqui o futebol também é diferente, há menos espaço".
in "record.pt"

F. C. Porto: agarrar bem Falcao com as duas mãos


Falcao tem contrato até 2013, mas no próximo mês o empresário do avançado estará na Europa e irá conversar com o F. C. Porto para ampliar a duração do vínculo. É essa a vontade das duas partes. O jogador vai ganhar mais e ficará com cláusula de rescisão alta.

O craque colombiano é uma das pérolas do F. C. Porto. Soma 18 golos na presente época e o clube alimenta o desejo de lhe renovar contrato. Não só por causa do excelente desempenho na presente temporada, mas também porque Radamel Falcao está no bloco de notas de muitos clubes europeus de nomeada. Já mereceu observações do Milan, Bayern de Munique e Tottenham, entre outros.

As conversas entre os responsáveis portistas e Néstor Sivori, agente do futebolista, já duram há bastante tempo, mas na segunda quinzena do próximo mês podem conhecer mais um novo capítulo. O empresário argentino tem em agenda uma viagem à Europa e aproveitará a estadia para voltar a conversar com os azuis e brancos. E pode ser dado mais um passo em frente.

O objectivo da SAD é claro: renovar o contrato do jogador, melhorar as suas condições salariais e colocar-lhe uma cláusula de rescisão alta, na casa dos 40 milhões de euros. Aliás, esse é o valor que está nos contratos de João Moutinho e Varela, mas distante dos impressionantes 100 milhões que constam no vínculo do brasileiro Hulk, a grande estrela da companhia.

Recentemente, Radamel Falcao manifestou a sua intenção de continuar ao serviço do F. C. Porto. Sente-se feliz no Dragão, onde é um dos nomes mais sonantes da equipa, e também já revelou estar disposto a renovar contrato, mesmo sabendo que tem merecido a atenção de vários clubes europeus. Esta temporada, foi premiado com o Dragão de Ouro Atleta do Ano como prova do reconhecimento do valor e da excelente veia goleadora.

O futebolista integrou o plantel portista na época passada, quando o clube se antecipou ao Benfica e apresentou uma proposta mais convincente ao River Plate. Pagou 3,9 milhões de euros por 60% do passe, mas o bom desempenho motivou a aquisição da totalidade do passe. É que em 2009/10, na temporada de estreia no campeonato português, o avançado colombiano mostrou todos os créditos e marcou 34 golos, 25 deles na Liga.

Radamel Falcao continua lançado e mantém o estatuto como um dos melhores jogadores do campeonato. O próximo ano poderá trazer-lhe o título de campeão nacional. E também um contrato melhorado.

in "jn.pt"

F. C. Porto: Walter apontado ao onze frente ao Nacional


Na penúltima sessão de treino antes da recepção ao Nacional, da Taça da Liga (amanhã, 18 horas, SportTV1), Radamel Falcao continuou no gabinete médico, a recuperar de uma distensão muscular. O dianteiro Walter tem as portas da titularidade bem abertas.

Face à indisponibilidade de Falcao, o treinador André Villas-Boas deve recorrer a Walter para integrar o onze do F. C. Porto e preencher a vaga no eixo ofensivo da equipa. O ponta-de-lança brasileiro está motivado face ao golo marcado no último compromisso do ano passado, quando selou o resultado vitoriso no terreno do Paços de Ferreira (3-0). Saltou do banco ao intervalo, precisamente para render o colega colombiano, e bateu o guarda-redes Cássio no período de descontos.

Contratado ao Internacional de Porto Alegre, no Verão, tem sido a sombra de Radamel Falcao no F. C. Porto, um jogador muito possante, um diamante ainda em processo de maturação e por quem os responsáveis depositam grandes esperanças. Está a confirmar as expectativas e já contabiliza cinco golos ao serviço dos dragões, quatro deles na Taça de Portugal, prova na qual é o melhor marcador da equipa.

A porta da titularidade está bem aberta para o brasileiro surgir entre as primeiras opções diante do Nacional, da 1.ª jornada da Grupo A da Taça da Liga, uma prova que é encarada como uma motivação acrescida para os dragões. Porque é o único troféu nacional que falta na galeria do clube. Na época passada os portistas atingiram a final da prova, mas foram derrotados diante do rival Benfica (3-0).

Varela e Fernando mais perto
No treino de ontem, Varela e Fernando deram mais um passo em frente no processo de recuperação e já começaram a realizar trabalho integrado condicionado. E na próxima semana, já devem estar às ordens do técnico. Entretanto, Ukra está recuperado do síndrome gripal que o afastou do treino de anteontem. Cristian Rodríguez realizou treino condicionado, enquanto Beto e Falcao fizeram tratamento médico.

in "jn.pt"

Vítor Baía: «A função que mais evoluiu»


R – A função do guarda-redes mudou quando passou a ter mais necessidade de jogar com os pés?
VB – Sem dúvida alguma. Aliás é a função que mais tem evoluído ao longo dos tempos. Hoje, um guarda-redes precisa de ser líder, organizador, com leitura periférica e noção espaço-temporal; tem de controlar a profundidade, os timings de intervenção e ser bom no um para um; tem de saber jogar com os pés, ter uma boa leitura das coisas e antecipar cenários. O resto são as condições genéticas de cada um. Quem cumprir estes requisitos será um guarda-redes equilibrado.
R – Há guarda-redes de equipas grandes e de equipas pequenas?
VB – Há guarda-redes cujas características se encaixam em determinados contextos. Contratar só porque um fez grandes defesas em determinada partida é errado, porque o guarda-redes é muito mais do que isso. Depende do modelo de jogo de cada equipa. O FC Porto joga muito adiantado, com as linhas muito subidas, criando um espaço grande entre as costas da defesa e o guarda-redes. Numa equipa dessas, por exemplo, o Oliver Kahn teria grandes dificuldades, porque foi educado a jogar debaixo dos postes e não se sentia confortável a jogar fora.
R – Tem preferência por algum dos 31 títulos que conquistou?
VB – Todos foram ganhos com grande sacrifício, à custa do investimento sem reservas que fiz na profissão, mas alguns marcam mais do que outros. O primeiro título é sempre o mais saboroso, porque representa o arranque, o passo que marca todo o processo seguinte. Mas recordo também a primeira conquista europeia, a Taça das Taças ao serviço do Barcelona, bem como a Taça UEFA e a Champions pelo FC Porto.
R – Lembra-se da final da Taça dos Campeões de 1986/87?
VB – Vi-a e sonhei que havia de viver algo parecido. Por isso a Taça UEFA, em Sevilha, teve um impacto tão forte em nós, principalmente nos jogadores da casa, aqueles que estavam na mesma situação do que eu. Foi um turbilhão de emoções e sensações inesquecíveis para quem nasceu, viveu e cresceu no FC Porto. Vivemos essa final como quem concretiza um sonho de criança. A carga emotiva da Taça UEFA tem contornos fantásticos. Os últimos 5 minutos da final foram os mais terríveis da minha carreira. Tudo me passou pela cabeça.
R – Mal sabiam que o melhor ainda estava para vir...
VB – A Champions foi a cereja em cima do bolo. Mas nesse jogo com o Mónaco já estávamos com uma confiança e uma qualidade que, a meio da competição, já conversávamos entre nós, sem qualquer reserva, que iríamos ser campeões europeus.
R – Essa segurança nasceu depois de eliminarem o Man. United?
VB – Sim. Aí tivemos a certeza de que íamos ganhar a Champions.
R – Entre 2002 e 2005 viveu a sua melhor fase como guarda-redes?
VB – Por incrível que pareça, os tempos que vieram depois da lesão foram os melhores. Vivi o auge da carreira depois dos 30 anos, a nível de performance, de me sentir com mais tranquilidade e experiência, com todas as aptidões para desempenhar a função. Não tenho dúvidas de que esse foi o melhor momento da minha carreira. E isso culmina com distinção da UEFA, em 2004, que me considerou o melhor guarda-redes da Europa, feito único no futebol português. Diziam que era um dos melhores, mas isso ouvi eu durante anos a fio. Agora ser considerado por especialistas do organismo que tutela o futebol europeu, acompanhado por um troféu
R – Que memórias tem da passagem por Barcelona?
VB – Sinto um orgulho muito grande por ter representado esse grande clube. Fiz uma primeira época inesquecível, com Bobby Robson, em que vencemos três das quatro competições em que estivemos inseridos. Foi uma das melhores e mais felizes temporadas da carreira. Depois, foram as lesões a condicionar a minha afirmação por mais tempo. Na pré-época do segundo ano, já com Van Gaal, lesionei-me no joelho direito, lesão que me obrigou a uma paragem de oito meses, tempo excessivo para estar fora de uma equipa como o Barcelona. Quando recuperei fui preterido e percebi que tinha de seguir o meu caminho.
R – Foi quando regressou ao FC Porto...
VB – Sim, mas voltei a lesionar-me. Estive quase dois anos parados e toda a gente, sem exceção, duvidava se voltaria a jogar. O único a lutar contra isso fui eu, que para lá de sofrer e trabalhar para ficar bom, ainda motivava as pessoas que, na rua, me abordavam pesarosas pelo que julgavam ser o meu destino. Era eu que lhes tinha de dizer para terem calma, que ainda havia uma esperança.
R – Houve quem defendesse que a sua ausência no Euro’2004 “equilibrou a injustiça de 2002”, quando foi titular no Mundial...
VB – Tenho a noção de que fui para esse Campeonato do Mundo em desvantagem. Mas não tenho culpa de ter chegado lá, ter treinado bem e de, num jogo em que atuaram todas as reservas, com a China, ter feito grande exibição. Esse era o meu trabalho. Depois, a última palavra pertenceu ao selecionador que, ao fim de um mês a pensar o que devia fazer, achou que eu lhe dava mais garantias. Bem ou mal, foi uma decisão tomada a ver-nos todos os dias durante várias semanas. Ora isso não me foi concedido em 2004.
R – A situação criou um conflito entre si e o Ricardo...
VB – Sim, mas essa questão tem a ver com as pessoas, com a forma como se deixaram influenciar por tudo o que as rodeava e pela a mediatização do caso. Depois, cada um reagiu à sua maneira. A minha consciência em relação a este tema está limpíssima. Não provoquei absolutamente nada, nunca fui indelicado tomando eu a iniciativa... Aliás, seria pouco inteligente estar contra o Ricardo só porque o selecionador não me convocava. Que culpa tinha ele de eu não ir à Seleção? Reclamei uma oportunidade mas nada disso era contra o Ricardo, como é óbvio. Só gostava de ter discutido o lugar. Se a escolha recaísse sobre ele, eu só tinha de aceitar e ajudá-lo.
R – Ficou com alguma reserva pessoal em relação ao Ricardo?
VB – Se o vir na rua cumprimento-o, sabendo que ele afirmou em tempos que não o faria. Mas acredito que tenha sido uma afirmação resultante do calor de toda a situação
R – Que importância teve a Seleção Nacional no seu percurso?
VB – As seleções marcaram-me muito, desde a primeira, ainda em miúdo, até à última. Dou muita importância a essas coisas do patriotismo, da defesa e representação da pátria, bem como ao sentimento que se deve ter quando estamos ao serviço da nossa seleção. Ouvir o hino em campo, antes dos jogos, é uma coisa indescritível.
R – Os anos 80 foram, a esse nível, importantes para os mais jovens?
VB – Nessa altura tivemos a sorte de apanhar Carlos Queiroz, que foi extremamente importante no crescimento da geração que elevou Portugal ao topo. Tivemos sorte de apanhá-lo nessa fase, em que ajudou-nos a potenciar qualidades individuais e coletivas.
R – Fez agora 20 anos que chegou à Seleção (19/12/1990)...
VB – Foi com os Estados Unidos, na Maia, num jogo em que entrei ao intervalo para o lugar do Silvino, que viria a ser meu treinador no FC Porto e na Seleção. Ganhámos 1-0, com golo do Domingos. O selecionador era o Artur Jorge. Guardo memórias incríveis desse jogo, porque representou a concretização de mais um sonho – o primeiro era jogar no FC Porto. Aos 21 anos estava a andar bem.
R – Começou aí a geração de ouro...
VB – Sim, é verdade. E foi mesmo uma geração de ouro, composta por jogadores extraordinários, que atingiram nível sublime um pouco por toda a parte do Mundo. Daí resulta a frustração de não termos conseguido, enquanto Seleção, uma grande vitória para o futebol português. Foi pena, porque não vai ser fácil reunir um lote tão bom de jogadores como era aquele.
R – O mais próximo que esteve de uma grande conquista foi em 2004...
VB – Sim, nessa altura já sem mim. Foi uma oportunidade de ouro que se perdeu e não sei se vamos ter outra igual. Para lá da qualidade dos jogadores, ainda havia a confiança inerente ao facto de o FC Porto ter acabado de vencer a Liga dos Campeões. Cair duas vezes aos pés da Grécia, derrotados numa final disputada em casa, foi golpe duríssimo para a autoestima do povo. Quase tão duro, e não quero ser mal interpretado, quanto termos ficado na fase de grupos na Coreia.
R – Já percebeu, ao fim destes anos todos, por que falhou esse Europeu?
VB – Não, não entendo e nunca me explicaram. A ausência do Euro’2004 é o enigma da minha carreira. Palavra de honra que não faço ideia. Estive com o senhor Scolari num jogo de beneficência e o relacionamento foi cordial, simpático, educado... Custa-me pensar que houvesse um motivo de força maior para ter sido afastado. As pessoas fingem bem ou então não sei.
R – Terá sido mau comportamento?
VB – Isso não foi de certeza. Nunca tive na Seleção um único caso de indisciplina com funcionários, treinadores, dirigentes, colegas. E quando falo em Seleção falo de todos os escalões. Eu não conhecia Scolari e ele não me conhecia a mim – podia conhecer-me como jogador, mas nem isso eu sei se era verdade. Nunca nos desentendemos...
R – O mais estranho é que jogou na Seleção depois do Mundial’2002...
VB – Exatamente. A campanha de Scolari, embora nessa altura com Agostinho Oliveira ao leme, fui eu quem a começou. Se houvesse alguma coisa com a Federação não teria feito esse jogo. Por isso creio que foi mesmo o selecionador a tomar a decisão. Aliás esse caso não era virgem na carreira dele. Já no Brasil, dois anos antes, tinha feito algo parecido com o Romário, por exemplo, embora o tivesse convocado antes. A mim não me deu hipótese sequer de ter um conflito com ele. Simplesmente nunca me convocou. Só ele poderá explicar o que sucedeu, o que nunca o fez até ao momento. A mim custou-me, porque foi a melhor fase da minha carreira e tinha muito para dar à equipa. Acho que ambos perdemos com o afastamento: eu e a Seleção Nacional
R – Que relação mantém com o presidente do FC Porto?
VB – Tenho por Pinto da Costa uma admiração, um apreço e um carinho ilimitados. É uma pessoa que eu adoro e espero que fique muitos anos no clube. Atrevo-me mesmo a dizer que é a maior figura da história do FC Porto. Não tenho dúvidas quanto a isso.
R – E o futebol português que lugar lhe tem reservado?
VB – No futebol português terá, fatalmente, o lugar que a sua figura e a sua obra merecem. Os adeptos de outros clubes têm animosidade para com ele, por ser o grande obreiro deste ciclo extraordinário de vitórias mas, ao mesmo tempo, reconhecem-lhe valor. Por vezes, quando me falam nisso, peço a essas pessoas que esqueçam as rivalidades e analisem só o trabalho. Quando conseguem fazê-lo, o que não é fácil, porque nem todos são capazes de despojar a paixão que o futebol suscita, facilmente reconhecem que Pinto da Costa é um fenómeno, o homem que nasceu para ser presidente do FC Porto e guiá-lo ao lugar onde se encontra neste momento.
R – Mas que papel terá na história? Um papel semelhante aos cinco violinos do Sporting e a Eusébio no Benfica?
VB – Será a figura máxima de um ciclo no futebol português, ao nível desses fenómenos que referiu. É inevitável. O presidente nasceu para isto e, sendo eu do FC Porto, desejando que o clube continue a vencer, espero que ele continue no cargo por muitos e muitos anos.
R – A vossa relação mantém-se intocável?
VB – Absolutamente. Aliás, tenho uma dívida de gratidão para com ele. A nossa ligação, iniciada desde que cheguei ao FC Porto, há quase de 25 anos, é fortíssima. Ele conhece-me desde miúdo e, digo-o sem ponta de pretensiosismo, a cumplicidade que nos une permitiu-me, à semelhança do que sucedeu com o Jorge Costa, por exemplo, ser uma extensão dele no balneário e em campo. E dei apenas dois exemplos significativos de um grupo mais alargado de jogadores que foram transmitindo aos mais novos e a quem vinha de fora o que era ser jogador do FC Porto. O enquadramento com essa mística, razão de muitos dos sucessos dos últimos anos, tem origem no líder, assim como na imagem que reflete sobre o mundo que rodeia o clube. Éramos a extensão dele na paixão, na entrega, na dedicação, no espírito de sacrifício, na vontade de ganhar que estava sempre presente.
R – E quanto ao papel que foi desempenhando junto dos treinadores?
VB – Tive a mesma noção de que era preciso estender a importância das ideias à equipa. Se me senti a extensão do presidente olhando para determinados valores, também o fui na parte técnica, tática e de assimilação de conceitos em relação aos treinadores.
R – Sente que foi a figura mais consensual em termos nacionais deste ciclo do FC Porto?
VB – O que eu sinto, pelo modo como sou tratado no dia-a-dia, é que sou uma figura nacional, que ultrapassou a barreira da cidade ou de uma zona do país. Pela minha maneira de ser, pela minha obra solidária, as pessoas olham-me dessa forma, de resto como deviam fazer a todos os jogadores que atingem o nível que, felizmente, eu consegui. Mesmo pessoas de clubes rivais daquele que sempre defendi em Portugal salvaguardam o essencial: apesar de lhes ter dado alguns desgostos, respeitam-me como figura e reconhecem a excelência daquilo que consegui.
R – Isso também pode ter a ver com a imagem que sempre defendeu...
VB – É verdade, mas atenção: nunca fugi às minhas responsabilidade e defendi sempre o FC Porto até à morte. Por temperamento sou uma pessoa tranquila, é um facto, mas nunca virei a cara à luta.
O jogador com mais títulos na história do futebol recebeu o Record de Ouro, que premeia o trajeto entre 1988 e 2007. Esta é a entrevista de uma carreira extraordinária.
RECORD – Como tem vivido estes anos após ter deixado de jogar?
VÍTOR BAÍA – Com a noção de que se fechou um ciclo a todos os níveis brilhante, como o provam os muitos títulos conquistados ao longo de vinte anos de carreira. Por saber que esse momento chegaria inevitavelmente, preparei-me para a transição e, agora, só espero que esta nova etapa tenha o mesmo êxito da anterior. Quando falo em preparação refiro-me à opção que tomei, como resposta à necessidade que senti de tirar um curso superior em Gestão do Desporto, que terminei no último Verão. Trata-se de algo muito proveitoso, que representa mais-valia indiscutível e que recomendo aos jovens. Agora só falta a parte prática.
R – Sente saudade dos relvados?
VB – Foi-se diluindo. Deixei de jogar há três anos e meio e, admito-o, no primeiro ano custou-me um pouco, particularmente nos jogos da Champions e nos grandes confrontos do campeonato nacional. Foi doloroso estar nesses embates como espectador, vivendo de fora as emoções dos grandes ambientes e dos estádios cheios. Lembro-me também da nostalgia que senti quando ouvi o hino da Liga dos Campeões pela primeira vez. Mas isso tem uma explicação: aquela música recuperou as sensações do maior êxito da minha carreira, que foi a Champions de 2004.
R – Ter-se preparado para a mudança ajudou a suavizar o choque?
VB – Evidentemente que sim. Quando iniciei 2006/07 sabia que terminaria no fim dessa época, razão pela qual nada foi feito em cima do joelho. Houve uma preparação mental para isso.
R – Entretanto, a sua tarefa na equipa também foi alterada...
VB – Se fosse preciso estava preparado para defender mas a minha principal missão era criar condições, amparar, dar a conhecer a realidade do FC Porto e contribuir para que o Helton assimilasse todos os elementos necessários ao guarda-redes de uma grande equipa. Foi isso que eu fiz: ajudar o meu sucessor a entender as diferenças – de história, cultura, características da equipa e comportamento dos adeptos em determinadas alturas – entre estar na baliza do FC Porto e de outras formações. Tenho a certeza de que foi amplamente conseguido, porque foi esse primeiro ano que lhe deu a estabilidade para também ele fazer uma história muito bonita neste clube.
R – Estava, então, totalmente preparado para terminar a carreira?
VB – Por muito que pensemos sobre o assunto e nos apetrechemos para enfrentar o momento, creio que nenhum jogador está totalmente preparado para isso. É sempre complicado encerrar o ciclo.
R – No momento em que Co Adriaanse o preteriu, em 2005/06, percebeu que era uma opção definitiva?
VB – Naquele momento pensei que era uma decisão pontual, fruto de um jogo menos conseguido da minha parte, na Amadora. Não me surpreendeu até porque, depois de ter sido dirigido por Van Gaal, já estava habituado ao raciocínio dos treinadores holandeses. Podemos fazer dez jogos a nível fantástico mas se um corre mal e o suplente é de nível semelhante, eles avançam para a troca. Tive um jogo menos bom e saí, eram as regras do jogo. Mas depois ainda voltei a ser titular, porque o Helton se lesionou, período que encerrou naquela meia-final da Taça de Portugal, no Dragão, em que vencemos o Sporting nas grandes penalidades. Quando o Helton recuperou, porém, foi titular no fim do campeonato e na final da Taça.
R – Pensou que voltaria a ser titular?
VB – Não pensei que o afastamento fosse definitivo, porque me sentia bem e trabalhei sempre da mesma forma. Na temporada seguinte, aí sim, quando chegou Jesualdo Ferreira, falámos no início e preparámos as coisas apontando para que aquela fosse a minha última época. Mantive-me sempre motivado mas a decisão estava tomada.
R – Houve ainda a época 2004/05...
VB – Foi aí que nos demos conta do feito extraordinário que tínhamos feito na época anterior. Nós só percebemos a extensão de termos sido campeões da Europa no ano seguinte, quando pensávamos ser os melhores do Mundo. Mesmo considerando que os resultados o confirmavam, aquela época com Del Neri, Victor Fernández e José Couceiro fez-nos reavaliar o que ficara para trás e concluir que, na atual conjuntura do futebol, fazer de um clube português campeão europeu e mundial é um feito inacreditável. Só depois de vivermos as sucessivas mudanças de treinador e alguns problemas internos é que tivemos consciência de que tínhamos tocado no céu.
R – Deve ser isso que os jogadores do Inter Milão estão a sentir neste momento...
VB – É a comparação perfeita para o que estava a dizer, até pela vitória no Mundial de clubes. O sucesso, quando atinge determinadas proporções, é muito complicado de gerir.
R – Quando deixou de jogar sentiu o preconceito de que a idade não lhe permitia prosseguir, mesmo que os prazos de validade de um guarda-redes sejam mais largos?
VB – O guarda-redes tem essa vantagem, de facto. O meu problema não era tanto o potencial técnico ou mesmo físico mas o desgaste de um longo percurso. É preciso não esquecer que a minha transição de júnior para sénior foi automática e que, meio ano depois de ter chegado à equipa principal do FC Porto, conquistei a titularidade. Significa isso que me estreei aos 18 anos e, porque faço anos em outubro, tornei-me dono da baliza aos 19. E fui logo campeão nessa época de 1989/90. Lembro-me de que a primeira coisa que disse quando fui entrevistado na altura foi “vejam lá vocês, um miúdo como eu campeão nacional”.
R – E não foi campeão por jogar apenas 5 ou 10 minutos...
VB – Pois não, joguei a época inteira. Isso dá-nos uma força e uma capacidade muito grande para aguentar os momentos menos bons que o futuro reserva. Há muitos jovens que, sem o estímulo de vitórias coletivas, vão perdendo motivação, intensidade e concentração. Daí ao fim prematuro de carreiras promissoras é um pequeno passo.
R – Acha que foi um privilegiado?
VB – Na medida em que comecei logo a vencer e cruzei-me cedo com Artur Jorge pode dizer-se que sim, que tive alguma sorte. Não é qualquer treinador, ainda por cima um senhor campeão europeu, que pega num miúdo e lhe dá a baliza do FC Porto. Hoje ainda é assim mas, na altura, era utopia pensar que um jovem entre os 18 e os 19 pudesse defender a baliza de uma equipa que dois anos antes ganhara a Taça dos Campeões e arrebatara a Intercontinental há menos de um. Para lá do resto, que era a minha capacidade individual, tive a sorte de encontrar as pessoas certas, nos momentos certos, para me enquadrarem.
R – O que lhe passou pela cabeça quando viu que iria ter um papel diferente no grupo?
VB – Aquilo que eu sei, fazendo uma análise a toda a carreira, do princípio ao fim, é que nasci para ser guarda-redes. E sobre isso eu tinha a certeza absoluta. Agora estamos noutra etapa, noutra fase e, sentindo que tenho competência para abraçar um projeto a nível de direção desportiva, preciso de me testar. Estou ainda no começo, vamos ver o que o futuro me reserva mas estou preparado para qualquer desafio. Toda a experiência que conquistei ao longo da carreira, na gestão de recursos humanos e nas estratégias diárias da própria equipa, mais o curso superior que tirei para me valorizar nessa dinâmica, permite-me ter a convicção de que estou preparado para agarrar qualquer oportunidade que surja.
R – O FC Porto continua a ser uma porta aberta?
VB – Nada belisca a relação umbilical que me liga ao FC Porto. Há uma carga emotiva muito grande, até porque a minha vida confunde-se com o clube. Tudo o que eu sou devo-o ao FC Porto. Embora tenha no currículo uma passagem pelo Barcelona, que muito me orgulha, há uma ligação eterna a este clube. De resto, a minha saída do cargo que ocupava foi pacífica.
in "record.pt"

Villas-Boas lidera campeonato das multas

O MAIS PENALIZADO ENTRE TREINADORES E DIRIGENTES


André Villas-Boas acumula a liderança do campeonato com o "ranking" das multas impostas pela Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
Villas-Boas é o mais penalizado entre treinadores e dirigentes, acumulando um total de 1 590 euros.
A expulsão, pelo árbitro Carlos Xistra, em Guimarães, à 7.ª jornada, custou 250 euros a Villas-Boas, que voltou a ser afastado do banco, em Alvalade, duas rondas depois, por Jorge Sousa, desta feita com uma punição mais elevada (1 340 euros).
Nesta hierarquia, o técnico dos dragões é secundado pelo adjunto do Marítimo Carlos Jorge, pelo ex-treinador do Portimonense, Litos, e pelos dirigentes Rodolfo Vaz (União de Leiria) e Fernando Belo (Olhanense), autuados com uma multa de 1 000 euros cada.
O diretor executivo do Sporting de Braga, Rui Casaca, também já foi duas vezes castigado, após os confrontos com Benfica e Vitória de Guimarães, contabilizando um total de 800 euros de multas, apenas mais 50 euros do que a coima imposta ao diretor desportivo do Benfica, Rui Costa, na sequência do jogo dos encarnados com o Marítimo.
Em igualdade com o responsável do Benfica, surge o primeiro representante da Liga de Honra, o treinador do Arouca, Henrique Nunes, também com uma única multa imposta após o jogo diante do Varzim.
O vice-presidente do Vitória de Guimarães Alberto Teixeira de Oliveira, o presidente do CD Fátima, Luís Albuquerque, e o dirigente fatimense Mário Abreu fecham o "top10", com penas de 500 euros.
"Ranking"
1. André Villas-Boas (FC Porto) 1 590 euros
2.Carlos Jorge (Marítimo) 1 000 
Litos (ex-Portimonense) 1 000 
Rodolfo Filipe Aniceto Vaz (União de Leiria) 1 000 
Fernando Martins Belo (Olhanense) 1 000 
6. Rui Casaca (Sporting de Braga) 800 
7. Rui Costa (Benfica) 750 
Henrique Nunes (Arouca) 750 
8. Alberto Teixeira de Oliveira (V. Guimarães) 500 
Mário Jorge Cordeiro Abreu (CD Fátima) 500 
Luís Albuquerque (CD Fátima) 500

in "record.pt"

Seleccionador aprova argentinos

Portugal e Argentina encontram-se dia 9 de Fevereiro no Estádio Emirates, em Londres, num jogo que já mexe com as emoções de um lado e do outro do Atlântico pela perspectiva de mais um duelo entre Cristiano Ronaldo e Messi. Os dois melhores jogadores do mundo, líderes de Real Madrid e Barcelona, são também as estrelas de Portugal e Argentina, duas equipas que partilham outras semelhanças. Por exemplo, ambas venceram a Espanha campeã do mundo, nos últimos meses, por números semelhantes: a Argentina por 4-1 e Portugal, como todos nos recorda- mos, por 4-0. E como é de semelhanças que se fala aqui, ambas o conseguiram depois de sofreram trocas nas respectivas equipas técnicas: Paulo Bento ficou com o lugar de Carlos Queiroz, e Maradona deu a vez a Sérgio Baptista. E foi com o actual seleccionador argentino que O JOGO falou sobre o encontro com Portugal, mas também sobre os argentinos que actuam no campeonato português e aos quais o técnico se mantém atento.

Em Londres, Sergio Batista espera poder participar "num jogo lindo". "Para além do Cristiano Ronaldo, que é a grande figura, Portugal tem outros jogadores interessantes, que jogam bom futebol e cuidam da bola como nós, argentinos, gostamos de ver. Já o demonstraram contra a Espanha, com muita pressão e velocidade", começou por referir. Com mais de um mês pela frente até ao jogo, Sergio Batista explica que ainda não pensou na lista de convocados para o jogo, mas sempre vai adiantando que deverá contar quase exclusivamente com "emigrantes". "Ainda falta algum tempo, mas vamo-nos reunir em breve para elaborar a convocatória para esse amistoso. Na Argentina, o campeonato está prestes a arrancar, pelo que deveremos actuar com os jogadores que estão na Europa." E não falta por onde escolher. "Por sorte, temos muitos futebolistas para ver, seguir e convocar. O que disse aos meus colaboradores, e é parte do nosso projecto, é dar oportunidades a todos os que as mereçam. Este é um trabalho a longo prazo, o nosso objectivo é que a Argentina seja campeã do mundo em 2014. Claro que antes temos a Copa América na Argentina e também a queremos ganhar, mas há que fazer projectos e estar preparado. Por isso, a nossa ideia é ter um segundo grupo com futebolistas menores de 25 anos, aproximadamente, que possamos avaliar de forma contínua." Uma porta de entrada na selecção argentina, pois, para vários jogadores, alguns dos quais a brilhar no campeonato português.

"Otamendi tem perfil de líder"

"O Otamendi surpreendeu-me. Não o conhecia muito bem, porque ele teve uma aparição muito rápida, e surpreendeu-me a sua maturidade, apesar de ser muito jovem. É um jogador muito esclarecido, um grande profissional, muito aplicado e com uma personalidade importante. Essas são características que o vão ajudar a triunfar em qualquer lugar onde jogue. Tudo isso para além das condições tremendas que tem em termos futebolísticos e que acumula com o perfil de líder."

"Gaitán é muito habilidoso"

"O Gaitán é um futebolista que sempre me agradou, muito habilidoso e com um grande futuro. Já o integramos nas últimas convocatórias. O problema, no seu caso, é que joga numa posição onde temos o Messi. Mas o Nico é um jogador jovem, que está a dar os primeiros passos na Europa, e queremos mantê-lo por perto. Estive com ele em Portugal e achei-o muito satisfeito. Está feliz por lá."

"Belluschi vai continuar a crescer"

"Acompanhamos todos e se estão a jogar ao nível que consideramos ideal, claro que serão convocados. É o que se passa com Belluschi; sabemos bem do rendimento que está a ter com o FC Porto. A continuidade dos jogadores nos seus clubes é fundamental para eles, e ele está a consegui-la agora. Seguramente vai continuar a crescer. Por sorte, como dizia no início, a Argentina tem muitos jogadores por todo o mundo, e a ideia é estar perto deles, ver como evoluem e dar-lhes oportunidades."

"Salvio e Jara vão ter oportunidade"

"Também me reuni com o Jara e o Salvio. São dois jogadores que conheço das selecções juvenis e sei o que nos podem dar. É importante para eles jogar e ter continuidade no Benfica. Para o Salvio, por exemplo, a mudança foi muito positiva, porque em Espanha não estava a jogar e agora começou a trabalhar com outra regularidade; e não foi para um clube qualquer, mas para o último campeão português. Disse-lhes que continuem a trabalhar, que vamos segui-los e, se estiverem bem, vão ter uma oportunidade."

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Castro no Gijón

Castro está a caminho do Gijón. O acordo entre os dois clubes foi alinhavado na quinta-feira à noite, numa reunião entre os responsáveis portistas e Eugenio Botas e Alfredo Amado, por parte dos espanhóis. Está previsto que o clube asturiano garanta o empréstimo do médio até Junho, com uma opção de compra do passe. Segundo relata a Imprensa local, essa cláusula estará fixada em três milhões de euros.

Castro, de 22 anos, ainda trabalhou no Olival, na última sessão do ano, mas é aguardado nas Astúrias este fim-de-semana para rubricar o contrato, devendo, inclusive, assistir no El Molinon ao encontro da sua nova equipa com o Málaga.

Concretiza-se assim um velho desejo do Gijón, que já tentou levar Castro para Espanha no início de 2010, voltando a insistir no mercado de Verão. Nessa altura, o FC Porto foi intransigente, pois Villas-Boas tinha reservado um papel para o jogador na equipa. Contudo, o médio chega a Janeiro com apenas seis jogos nas pernas (116 minutos), pelo que vê, neste empréstimo ao Gijón, uma excelente oportunidade para a sua carreira.

Entretanto, outro jogador com ligações ao FC Porto, Valeri, está de regresso à Argentina. Os portistas garantiram o empréstimo do médio por duas épocas, tendo ficado com o direito de opção sobre o passe. Valeri teve uma passagem discreta pelo Dragão em 2009/10, o que levou o clube a "trespassá-lo" ao Almeria, onde a sua sorte não foi diferente. Seis meses depois, Valeri rescindiu com os espanhóis e já sabe que o FC Porto não vai comprar o passe. Assim sendo, na terça-feira assinará pelo Lanús

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"Falcao, Hulk e André Villas-Boas vão chegar longe"

Quando Kostadinov chegou a Portugal para representar o FC Porto, em 1990, André Villas-Boas tinha 12 anos, Falcao tinha 4, e Hulk apenas 3 anitos. Actualmente são três das maiores figuras dos dragões - e quem as admira é o antigo internacional búlgaro e actual director-desportivo do CSKA de Sófia. Tanto que vê nelas capacidade para chegar ao topo do futebol europeu. "O Falcao pode chegar muito longe, tudo depende dele. Até agora tem feito um excelente trabalho no FC Porto. Daqui pode ir para qualquer equipa da Europa. Tem qualidade para isso. O mesmo acontece com o Hulk; pode jogar em qualquer grande da Europa", perspectiva Kostadinov, enumerando as qualidades que mais aprecia no avançado brasileiro do FC Porto. "O que mais admiro nele é que tem um arranque muito forte. Até agora, nunca vi um jogador assim. Talvez mesmo só o brasileiro, o Romário, o Baixinho. Além do arranque, o Hulk tem um remate muito potente. Nesses dois aspectos, ele é muito forte", justifica, evitando comparar Hulk e Falcao com a dupla que ele próprio fez com Domingos, isto porque se trata de jogadores muito diferentes uns dos outros.

Encantado com os dois avançados do FC Porto, Kostadinov também não esconde a admiração que nutre pelo trabalho de André Villas-Boas. Admite mesmo que não está surpreendido com o trabalho do treinador contratado à Académica. "Já o conhecia há quatro ou cinco anos, quando ele estava no Chelsea a trabalhar com o José Mourinho. Ele já chegou muito alto na carreira, porque não é qualquer treinador que é escolhido para treinar o FC Porto, mas tal como disse em relação ao Falcao e ao Hulk, o André Villas-Boas também pode ir para qualquer grande da Europa. É só ele querer", declara Kostadinov em exclusivo a O JOGO.
Para o antigo avançado búlgaro, André Villas-Boas já tinha mostrado serviço na Académica, daí a sua contratação para treinar o FC Porto. "Só lá chega quem tem muita capacidade. E o André Villas-Boas está a demonstrar que tem muita qualidade. Muito sinceramente não me surpreende o trabalho que ele está a realizar no FC Porto, um excelente trabalho", acrescenta.

Kostadinov atreve-se mesmo a fazer comparações. "Comparativamente com a equipa da época passada, a deste ano subiu muito de rendimento. Está muito mais compacta", destaca, elogiando um pouco mais o treinador portista. "O André Villas-Boas trabalha muito a defesa e o ataque. O FC Porto é muito mais seguro atrás e depois marca muitos golos. O que se está a ver tem a mão do treinador, nota-se isso. Ele está a fazer um excelente trabalho", conclui.

"FC Porto tem capacidade para ganhar a Liga Europa"

Depois dos dois jogos que o CSKA de Sófia realizou com o FC Porto - derrotas por 2-0 na Bulgária e 3-1 no Dragão -, mas também pelo conhecimento profundo que tem do líder destacado do campeonato português, Kostadinov coloca os portistas no lote de candidatos à vitória final na Liga Europa. "Por aquilo que já vi da qualidade desta equipa do FC Porto, mas também por conhecer a mentalidade do clube, não tenho dúvidas em dizer que tem capacidade para ganhar a Liga Europa. Ainda é muito cedo, é um facto, mas a qualidade está lá", destaca.

Hábitos bem portugueses

Uns quilitos a mais, a mesma simpatia. Kostadinov recebeu O JOGO na unidade hoteleira de Vila Nova de Gaia onde o CSKA de Sófia estagiou antes do jogo com o FC Porto, o último da fase de grupos da Liga dos Campeões. O encontro com o director-desportivo da equipa búlgaro surge quase por casualidade. Kosta, como ainda hoje é tratado pelos amigos, convida-nos para aparecer no dia seguinte e logo com um hábito bem português: "Vamos tomar um café." Convite aceite, lá aparecemos à hora marcada; para sermos verdadeiros e mais rigorosos, com 13 minutos de atraso. Outro hábito bem português. Adiante. Afinal de contas, quem chegou ainda mais atrasado ao encontro foi o antigo avançado do FC Porto, actualmente com 43 anos. Quando chega, e com a educação de sempre, desfaz-se em desculpas; de regresso a Portugal, o telemóvel não parou de tocar e os amigos apareceram no hotel para revê-lo. Justificações dadas e desculpas aceites, Kostadinov senta-se acompanhado de um amigo de longa data, Alexandrov, de quem foi companheiro no CSKA de Sófia, mas actualmente a residir em Tomar, onde jogou. Os dois tomam café, e a conversa com O JOGO começa. O FC Porto é o tema central: Kosta fala com paixão do clube que representou de 1990 ao Verão de 1994, quando se transferiu para os alemães do Bayern de Munique.

"O Porto é a minha segunda casa"
Kostadinov chegou a Portugal com 23 anos, depois de uma longa passagem pelo CSKA de Sófia. Naquele que foi o primeiro salto para um dos grandes da Europa, o antigo internacional búlgaro ficou apaixonado, como diz o poeta, pelo velho casario que se estende até ao mar entre becos e vielas e ruas sujas e gastas. "Quando cheguei à cidade do Porto, era muito novo, além de que foi a primeira vez que joguei fora do meu país. Foi uma experiência que me marcou muito", revela, feliz por voltar. "O Porto é a minha segunda casa."


Saudades do Estádio das Antas
Foi com a camisola do FC Porto que Kostadinov encantou de 1990 a 1994. Para trás ficaram mais de cem jogos no campeonato português e a época mais produtiva da carreira, com 16 golos alcançados na temporada de 1993/94. O búlgaro formou, com Domingos, uma das melhores duplas de ataque da história do clube, e o já extinto Estádio das Antas era a sua casa. "Quando volto ao Porto e já não encontro o Estádio das Antas, sinto nostalgia dos grandes momentos que lá vivi", admite, sem que o coração lhe atraiçoe o pensamento. "O Estádio do Dragão é melhor e mais bonito", admite.

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