Estão unidos desde a quinta jornada, como inseparáveis siameses. FC Porto e Benfica partilham o primeiro lugar e com o Natal dividem também um momento único no futebol português: é a primeira vez que duas equipas chegam a esta altura do ano sem derrotas na Liga – nestas contas esquecemos a década de 1940, quando havia no máximo meia dúzia de jornadas até à passagem de ano. A obra conjunta de Vítor Pereira e Jorge Jesus podia ter caído por terra logo à sexta jornada, quando dragões e águias se defrontaram. O empate ajudou a prolongar o dueto até agora.
A frase feita – “no final apenas um ganhará” – está pronta a servir. E nem uma época inteira sem derrotas é garantia de conquista do título. Se tiver dúvidas quanto a isto pergunte a John Mortimore, que em 1978 conseguiu a proeza de não perder um jogo e ficar no segundo lugar. O Benfica acabou com os mesmos pontos do FC Porto, só que o desempate caiu para o lado azul e branco da força. E Mortimore ganhou um lugar único na história.
Nesse livro cabe também o Sporting de Carlos Queiroz, em 1994/95, o último a passar o Natal e o ano novo invencível sem depois transformar o estatuto em faixa de campeão no fim da temporada. Os leões eram líderes (a par do FC Porto) e depois disso tiveram apenas duas derrotas – o suficiente para ficar no segundo lugar, a sete pontos do campeão.
De resto, não é preciso recuar mais do que um ano para encontrar uma equipa que tenha mantido um registo imaculado na Liga do princípio ao fim. Além da vitória na Liga Europa, o FC Porto de André Villas-Boas foi campeão nacional e ainda deu substância a uma série impressionante que começou em Março de 2009 e já vai em 52 jogos sem perder.
Mas se a caminhada dos dragões em 2010/11 já impressionou, o que dizer do Benfica de Jimmy Hagan em 1972/73? Quando as doze badaladas assinalaram a mudança de ano os adeptos encarnados tinham mais uma razão para celebrar: uma equipa que vencera 16 vezes em 16 jogos. O Benfica quase não perdeu o ritmo e terminou o campeonato com 28 vitórias e dois empates. E na época anterior já tinha passado o ano invicto.
Nem tudo em Hagan é perfeito. Já no Sporting, em 1976, repetiu a dose mais uma vez, mas a seguir veio o descalabro. A equipa leonina perdeu cinco vezes e ficou no segundo lugar, a nove pontos do Benfica. O mesmo acontecera a Aymoré Moreira, no FC Porto, dois anos antes. O técnico brasileiro também passou o Natal e o ano novo feliz e contente para depois acordar para uma dura realidade: uma mão cheia de derrotas e um segundo lugar – a cinco pontos do Benfica – a servir de consolo.
Os anos 70 foram o expoente máximo desta capacidade de aguentar até ao dia 25 de Dezembro sem saber o que é perder. Em dez anos houve seis equipas a consegui-lo. Uma delas foi o Boavista de José Maria Pedroto, o único além dos três grandes a entrar na lista. Mas não foi dessa, o título dos axadrezados só chegaria 35 anos mais tarde.
Se a classificação actual não diz tudo sobre o que vai acontecer até ao fim da época, a cronologia dos imbatíveis deixa uma dica para reflexão. Das 23 equipas da lista, nenhuma acabou abaixo do segundo lugar. O dueto FC Porto-Benfica, Vítor Pereira-Jorge Jesus prossegue em 2012. Ao Sporting cabe a tarefa de tentar destruir o presságio. O jogo com os dragões, na primeira jornada de Janeiro, é uma boa oportunidade para se intrometer. Até lá, o campeonato vai de férias.
A frase feita – “no final apenas um ganhará” – está pronta a servir. E nem uma época inteira sem derrotas é garantia de conquista do título. Se tiver dúvidas quanto a isto pergunte a John Mortimore, que em 1978 conseguiu a proeza de não perder um jogo e ficar no segundo lugar. O Benfica acabou com os mesmos pontos do FC Porto, só que o desempate caiu para o lado azul e branco da força. E Mortimore ganhou um lugar único na história.
Nesse livro cabe também o Sporting de Carlos Queiroz, em 1994/95, o último a passar o Natal e o ano novo invencível sem depois transformar o estatuto em faixa de campeão no fim da temporada. Os leões eram líderes (a par do FC Porto) e depois disso tiveram apenas duas derrotas – o suficiente para ficar no segundo lugar, a sete pontos do campeão.
De resto, não é preciso recuar mais do que um ano para encontrar uma equipa que tenha mantido um registo imaculado na Liga do princípio ao fim. Além da vitória na Liga Europa, o FC Porto de André Villas-Boas foi campeão nacional e ainda deu substância a uma série impressionante que começou em Março de 2009 e já vai em 52 jogos sem perder.
Mas se a caminhada dos dragões em 2010/11 já impressionou, o que dizer do Benfica de Jimmy Hagan em 1972/73? Quando as doze badaladas assinalaram a mudança de ano os adeptos encarnados tinham mais uma razão para celebrar: uma equipa que vencera 16 vezes em 16 jogos. O Benfica quase não perdeu o ritmo e terminou o campeonato com 28 vitórias e dois empates. E na época anterior já tinha passado o ano invicto.
Nem tudo em Hagan é perfeito. Já no Sporting, em 1976, repetiu a dose mais uma vez, mas a seguir veio o descalabro. A equipa leonina perdeu cinco vezes e ficou no segundo lugar, a nove pontos do Benfica. O mesmo acontecera a Aymoré Moreira, no FC Porto, dois anos antes. O técnico brasileiro também passou o Natal e o ano novo feliz e contente para depois acordar para uma dura realidade: uma mão cheia de derrotas e um segundo lugar – a cinco pontos do Benfica – a servir de consolo.
Os anos 70 foram o expoente máximo desta capacidade de aguentar até ao dia 25 de Dezembro sem saber o que é perder. Em dez anos houve seis equipas a consegui-lo. Uma delas foi o Boavista de José Maria Pedroto, o único além dos três grandes a entrar na lista. Mas não foi dessa, o título dos axadrezados só chegaria 35 anos mais tarde.
Se a classificação actual não diz tudo sobre o que vai acontecer até ao fim da época, a cronologia dos imbatíveis deixa uma dica para reflexão. Das 23 equipas da lista, nenhuma acabou abaixo do segundo lugar. O dueto FC Porto-Benfica, Vítor Pereira-Jorge Jesus prossegue em 2012. Ao Sporting cabe a tarefa de tentar destruir o presságio. O jogo com os dragões, na primeira jornada de Janeiro, é uma boa oportunidade para se intrometer. Até lá, o campeonato vai de férias.
in "ionline.pt"