Kostadinov, antigo jogador do FC Porto, diz ter ficado contente quando soube que André Villas-Boas ia treinar o FC Porto, pois viu que o clube apostou num jovem treinador mas com um grande futuro pela frente.
RECORD – Olá Kostadinov, ainda consegue comunicar em português?
KOSTADINOV – Sim, claro. Nos últimos tempos tenho treinado bastante com jornalistas portugueses, devido ao CSKA Sofia-FC Porto.
R – Precisamente... Ainda lhe resta alguma história para contar?
K – Diga-me lá você...
R – Não sei se há história nisto, mas André Villas-Boas entrou no mundo futebol pela porta do FC Porto, numa altura em que o Kostadinov lá jogava...
K – Não sabia, mas se assim foi então entrou muito novo. Para ser sincero, só o conheci há quatro ou cinco anos, aqui na Bulgária, quando ele ainda trabalhava com o José Mourinho, no Chelsea. Ficámos amigos e, entretanto, já falámos muitas vezes.
R – A história é a seguinte: Villas-Boas chegou ao FC Porto pelas mãos de Bobby Robson. Moravam os dois no mesmo prédio e, um dia, Villas-Boas abordou sir Robson, para lhe mostrar o seu descontentamento pelo facto de o Domingos não jogar.
K – (risos) Ora aí está uma ótima história que eu desconhecia. Quando estive pela primeira vez com o Villas-Boas fiquei logo rendido ao seu discurso e à forma como ele pensa o futebol. Agora vejo que é algo que já nasceu com ele. Ainda bem que ele fez isso, porque o Domingos sempre foi um excelente jogador, daqueles que tinha de estar obrigatoriamente no onze. Jogar ao lado dele foi fantástico.
R – Robson ficou rendido aos argumentos de Villas-Boas e arranjou-lhe um lugar técnico na formação do clube...
K – Além de bom treinador, o míster Robson era uma excelente pessoa, que gostava de apostar nos mais novos e, pelo que vejo, foi isso que fez com Villas-Boas. Como disse atrás, conheci-o há pouco tempo. Depois, quando soube que ia treinar o FC Porto, fiquei contente, pois vi que o clube apostou num jovem treinador mas com um grande futuro pela frente. As boas ideias que tem sobre o futebol vão ajudá-lo a vingar ao mais alto nível.
R – E o próximo jogo ao mais alto nível é precisamente com o seu CSKA Sofia...
K – Sim, mas neste jogo não lhe desejo sorte, nem a ele nem ao FC Porto. Agora trabalho aqui, sou profissional e durante 90 minutos vou tentar esquecer o meu passado no FC Porto.
R – Depois disso, para compensar, vai torcer sempre pelo FC Porto?
K – Não, sempre não. Ainda vamos jogar ao Dragão e também quero que o CSKA ganhe essa partida.
in "record.pt"
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