Inferno congelado pela frieza de um F.C. Porto brilhante, seguro e irrepreensível no aproveitamento ofensivo. União azul e branca perante as adversidades, com dois golos marcados em inferioridade numérica. Um enorme Hulk, a arrancar aplausos dos próprios adeptos do Besiktas, após o tento inaugural de Falcao (1-3). Categoria tremenda da equipa de Villas-Boas, que terminou o jogo com nove elementos.
O F.C. Porto foi surpreendido pela pressão inicial do Besiktas, que recorria a alguma agressividade para provocar erros no sector intermediário dos dragões. Ao contrário das suspeitas levantadas por Villas-Boas, não houve mesmo Quaresma nem Guti. Aliás, a equipa da casa teve apenas quarto elementos no banco.
O primeiro aviso surgiu logo ao terceiro minuto de jogo, quando o guarda-redes do F.C. Porto saiu da baliza para evitar o golo de Nihat. Helton esteve em plano de destaque ao longo da partida, transmitindo tranquilidade e segurança para os seus companheiros de equipa.
Após um quarto-de-hora de intensa pressão, os dragões conseguiram entender os riscos e encontrar o antídoto. Com Hulk a furar e Falcao a incomodar os centrais adversários, a equipa de André Villas-Boas começou a subir e logrou desfazer o nulo.
Um voo contra o inferno
O canto surgiu de uma combinação entre Alvaro Pereira e Hulk, com o uruguaio a cruzar para a cabeça de Falcao. Toraman antecipou-se e desviou para a linha de fundo. Contudo, na sequência, Belluschi bateu para o coração da área e, desta vez, Falcao voou mais alto que qualquer adversário. O guarda-redes do Besiktas falhou a defesa e ficou a ver a entrada fulgurante do avançado (27m).
Dez minutos depois, Radamel Falcao viria a balançar novamente as redes. Porém, a equipa de arbitragem assinalou uma pretensa falta do colombiano sobre o seu marcador directo, após cruzamento de Hulk. Um golo mal anulado, que inquietou os dragões.
O Besiktas continua a desenhar lances de perigo, valendo a inspiração de Helton para segurar a desvantagem. Ainda antes do intervalo, Maicon seria expulso por uma falta evitável, quando Nobre se isolava em direcção à baliza do F.C. Porto. Falcao ainda reclamou mais uma decisão, desta vez por uma carga no limite da área, não assinalada. O intervalo chegou com protestos veementes dos azuis e brancos.
Falcao ficou a ver Hulk marcar
O F.C. Porto regressava dos balneários com firme convicção de que iria passar pelo inferno. André Villas-Boas, como seria de esperar, recompôs o quarteto defensivo com a entrada de Otamenti. Entre Rodriguez e Falcao, o técnico apostou no sacrifício do colombiano.
Sobrou Hulk, um herói com carta branca para aventuras no último reduto contrário. Chegou para as encomendas. O Besiktas atacava sem freio, esquecendo as reputadas debilidades da sua defesa. E assim, ao minuto 59, escreveu-se direito por linhas tortas.
Os dragões chegaram ao 0-2, que tinha sido negado a Falcao, na sequência de um erro tremendo de Zapotocny. O central, após bola longa, falhou completamente o corte e deixou Hulk com via aberta para a baliza turca. O brasileiro dominou e tocou em jeito, à saída de Arikan. O F.C. Porto saía com esperteza de uma situação bicuda.
O Besiktas acusou o tento consentido e foi baixando progressivamente os braços. A defensiva azul e branca melhorou consideravelmente, na etapa complementar, e Helton resolvia os restantes problemas.
Lá na frente, ficou Hulk, que fez tudo o que quis de Ibrahim Uzulmez, bisando para os aplausos dos próprios adeptos do Besiktas. Acontecera o mesmo com Quaresma, há três anos. O inferno turco rende-se ao talento, venha ele de onde vier.
Tempo ainda para mais uma expulsão, com Fernando a ver o segundo amarelo de forma escusada, e o golo de honra do Besiktas,apontado por Bobô.
in "maisfutebol.iol.pt"
3 comentários:
Heróis sim!
Heróis porque frente a bom e surpreendente adversário, com um grande coração e empurrado por um público fantástico - é um exemplo... - e tendo que aguentar com uma arbitragem caseira, que já não se usa - o golo de Falcao, que o árbitro invalidou, foi um escândalo que não se admite. J.Rita, na Antena 1, ao dizer que foi por fora-de-jogo, devia ser obrigado a pedir desculpas públicas ao F.C.Porto - foi capaz, mesmo sem ser brilhante, de conseguir os seus objectivos, conquistar uma vitória e dar um passo quase decisivo para a fase seguinte. Foi um Porto unido, solidário, organizado, com alma e espírito do Dragão, o espírito que fez de nós grandes entre os grandes e nos levou ao topo do Mundo. Um Porto que não se refugia em lamechisses, desculpas esfarrapadas ou de mau pagador. Um Porto que em várias fases da primeira-parte esteve mal, na organização, no controlo do jogo, na cobertura das laterais, deu muito espaço e por isso teve problemas, mas nunca foi banal. Um Porto que soube sofrer, ser unido, solidário e esperar o tempo certo e o momento oportuno, para na segunda, ganhar e de uma forma que até aos turcos convenceu. Um Porto bem dirigido, táctica e mentalmente, por um jovem treinador, que a cada dia que passa, mostra que tem um grande talento e é um verdadeiro líder.
Em resumo, um Porto que está bem, que se recomenda, que tem estofo.
Não devemos embandeirar em arco, mas depois do que vimos hoje, no inferno de Inonu, temos todas as razões para ter confiança neste Porto, que a cada dia que passa está mais consistente, mais forte, mais equipa.
Temos todas as razões para encarar o futuro com grande tranquilidade, na certeza, que temos gente que merece todo o crédito.
Quanto ao Baía, numa próxima oportunidade, vai levar que contar...
Um abraço
Caros Portistas todos os árbitros nos roubam escandaloso e não são só os Portugueses, contra tudo e contra todos. Que bom jogo do nosso FCP uma boa resistência á pressão imposta por o Besiktas, e a equipa a saber unir-se quando mais precisava, claro que nem tudo foi perfeito, mas verdade se diga mediante ás circunstancias melhor não se pode exigir.
Cumprimentos,
ultrasfcporto
Vitória importante frente a um adversário aguerrido e por vezes excessivamente agressivo.
O ambiente infernal que os turcos sabem proporcionar, funcionou em pleno em termos de pressão... para a equipa de arbitragem que estava «borrada» de medo.
Só assim se explica a dualidade de critérios e a cegueira. Um golo mal invalidado e um penalty não assinalado sobre Falcao, foram «apenas» duas das muitas bacoradas da arbitragem caseira.
Nas expulsões esteve bem. Fernando já com amarelo, forçou a sua expulsão ao agarrar, inadvertida e incompreensivelmente, a bola.
Vitória da classe e da inteligência.
Helton e Hulk sobressaíram num conjunto de boas exibições.
Um abraço
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