Expulso em Guimarães, André Villas-Boas juntou-se a quatro dos últimos cinco treinadores do FC Porto: também ele carimbou a primeira expulsão da carreira no banco portista. Sucedeu o mesmo com José Mourinho, Victor Fernández, Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira. Só José Couceiro, que esteve pouco mais de quatro meses no Dragão, conseguiu escapar com a folha disciplinar limpa na passagem pelo FC Porto.
José Mourinho é o campeão indiscutível da matéria. Estreou-se nas expulsões num FC Porto-Benfica (3-2), disputado a 10 de Fevereiro de 2002, e discordou. "Foi ridículo. O árbitro advertiu-me por protestar, o que é normal, apesar de considerar injusto, e, quando lhe perguntei porquê - e já me disseram que na televisão se vê que é a única palavra que disse -, recebi ordem de expulsão", disse no fim. Na época seguinte, as expulsões de Mourinho continuaram. Aliás, começaram logo à primeira jornada, com o Belenenses (2-2). "Fui expulso justamente por exuberância nos meus protestos, não por palavras ou ofensas. A decisão foi justa", comentou, vendo da bancada a visita ao Bessa, na jornada seguinte. Pedro Proença, que o expulsara nesse jogo, voltou a fazê-lo à 29ª jornada, num Académica-FC Porto (1-1). "Será por acaso, ou faço parte de um bando de mal-educados?", queixou-se Mourinho. "Pela primeira vez, vou ver um jogo da minha equipa com a minha mulher e os meus filhos", disse ainda. Não viu, porque, afinal, pôde sentar-se no banco na recepção ao Santa Clara que carimbaria o título. Pelo meio, diga-se que já tinha sido castigado pela UEFA pela intromissão num lançamento durante o FC Porto-Lázio (4-1).
Victor Fernández chegou ao clube, segundo se escreveu na altura, com uma folha disciplinar de 15 anos limpa, mas a expulsão num jogo da Taça com o Guimarães (derrota, 1-2) obrigou-o a ver dois jogos (com Sporting e Gil Vicente) na bancada. "Só disse: isto é falta", lamentou o espanhol. Sucedeu o mesmo com Adriaanse, também para a Taça, na Naval (2-1), e o holandês argumentou o mesmo. "Limitei-me a dizer que era falta". Entregou o jogo seguinte, curiosamente com a Naval, ao adjunto Jan Olde Riekerink.
A estreia de Jesualdo nas expulsões, após 35 anos de carreira, foi em Setúbal (5-2), na época passada. "Defendi os meus jogadores. Não insulto, nem digo palavrões", justicou-se. Multado, pôde sentar-se no banco na jornada seguinte, com o Benfica, e... voltou a ser expulso. "É preciso coragem. Foi o que disse, e fui expulso". José Gomes substituiu-o em Leiria. Pelo meio, tinha sido castigado pela UEFA por um gesto em Madrid, falhando o FC Porto-Manchester.
Depois das expulsões o normal é... vencer
Nos últimos anos após expulsões dos treinadores só por uma vez a equipa não venceu o jogo seguinte. Depois de Adriaanse ter sido expulso na Figueira da Foz, o FC Porto perdeu o jogo na Amadora, por 2-1. Foi a excepção. Mourinho foi expulso no jogo com o Benfica, em 2001/02, e o FC Porto venceu o jogo seguinte por 4-1, em Setúbal. Em 2002/03 o mesmo Mourinho foi expulso duas vezes e a equipa voltou a ganhar nos jogos seguintes. O mesmo se passou com Fernández, em 2004/05, e também por duas vezes. Jesualdo, na época passada, também foi expulso duas vezes e a equipa ganhou os dois jogos seguintes
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