Será assim tão estranho o Paços de Ferreira querer vencer o FC Porto? As sucessivas declarações do treinador portista acerca dos propósitos que animam a equipa de Rui Vitória nesta jornada - "O Paços quer derrotar uma equipa que luta pelo título, não para cumprir os seus objectivos (...), mas para ajudar nos objectivos de outros", afirmou - alimentaram a interrogações. André Villas-Boas teve o cuidado de proteger algumas delas com o rótulo de "brincadeira", e foi assim que algumas foram interpretadas por Rui Vitória, para quem "não deve ser estranho" que os pacenses entrem no jogo para ganhar. "Independentemente do adversário, temos essa expectativa", esclareceu: "Não me parece que seja o presidente do Paços de Ferreira que vá injectar motivação em jogadores daquela qualidade". Sem entrar no jogo da ironia, sereno, Rui Vitória contou o que lhe desagradou: "Sem me perturbar, não achei elegante a alusão a que a nossa vitória fizesse jeito a quem quer que fosse. Queremos a nossa vitória".
"Que venha muita gente, para ver o FC Porto perder" foi a declaração "descomplexada" de Carlos Barbosa, a propósito da organização de um jogo que costuma garantir casa cheia, que alimentou os comentários em que André Villas-Boas encontrou argumentos para manter o FC Porto desperto para a necessidade de se esforçar para continuar invicto. Rui Vitória não tem esse problema. Tem um balneário consciente da real dimensão do desafio: "Se 25 equipas não conseguiram derrotar o FC Porto, então, o Paços de Ferreira também vai ter muitas dificuldades. Não precisamos de mais". Mesmo assim, insiste em jogar para ganhar: "Olhamos sempre para os adversários como uma oportunidade de vencer. Domingo é o nosso dia de festa, porque é dia de jogo. Não precisávamos de mais nada para jogar com o FC Porto, temos motivação. Esperemos é que o FC Porto tenha um dia mau e que nós tenhamos um dia muito bom". "Toda a riqueza, todos os argumentos" do adversário não mexem com a alegria de quem vive "sempre com a noção da realidade". "Para motivação, passamos imagens da "Liga dos últimos", contou Rui Vitória, para ilustrar a consciência das "diferentes realidades" das equipas: "Se vemos tanto prazer em atletas que jogam no pelado, o que dizer de nós?".
Virtudes do campo difícil podem fazer a diferença
Nas notas portistas de preparação do jogo está a alusão à Mata Real como um "campo difícil", pela "proximidade das bancadas". "O nosso campo tem algo que todos deveriam ter: chama, emoção. Isso é mais importante do que um metro para dentro ou para fora", comentou Rui Vitória, com esperança de que a regra se confirme e, neste jogo em particular, os adeptos "tenham a oportunidade de passar no hipermercado ou de ir ao guarda-fatos e juntar-se à recolha de bens da claque", que reverte para o Coração da Cidade.
in "ojogo.pt"
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