sábado, 18 de dezembro de 2010

Sorteio. O Fabuloso destino do FC Porto

"O erro foi meu", disse Luís Fabiano sobre a época de azul e branco. Agora volta ao Dragão pelo Sevilha


Chegou ao FC Porto depois de brilhar ao serviço do Brasil na Copa América, em 2004. Jogava no São Paulo e os dragões pagaram (apenas) 1,875 milhões de euros por 25% do passe. "Esta transferência é um sonho tornado realidade, já que representa uma excelente oportunidade para jogar na Europa", afirmou no dia da apresentação. Antes, entre 2000 e 2002, já tinha jogado em França, no Rennes. Contudo, a passagem por Portugal não correu bem. O sequestro da mãe (raptada em Campinas a 12 de Março de 2005 e libertada dois meses depois em São Paulo) marcou a primeira época - que viria a ser a última - de Luís Fabiano no Dragão. Depois apareceu o Sevilha para o levar para Espanha. E o Fabuloso, como era conhecido no Brasil, revelou-se por fim à Europa. Ganhou duas vezes a Taça UEFA e tem marcado golos atrás de golos.

Agora, passados cinco anos e meio, chegou a altura de Luís Fabiano preparar o regresso ao Dragão. As bolas do sorteio da Liga Europa juntaram FC Porto e Sevilha nos 16 avos-de-final, num confronto europeu inédito. Apesar de ter sido o primeiro adversário europeu do Benfica, em 1957/58, a equipa espanhola nunca se cruzou com os dragões em jogos oficiais. Assim, o avançado brasileiro já deverá ter o dia 22 de Fevereiro (ou outro que surja entretanto, porque as duas equipas querem alterar a data da segunda mão pela proximidade com os jogos do campeonato) marcado na agenda. Até porque Fabiano sente que deixou muita coisa por provar no FC Porto. "Nada deu certo, mas agora sei que tive grande culpa porque não tentei lutar contra as dificuldades que tive. Só pensava em sair, não quis permanecer e dar a volta por cima, como aconteceu aqui no Sevilha", disse em entrevista à "Veja". "Não dá para procurar desculpas, o erro foi meu. E ainda tive problemas como o sequestro da minha mãe e lesões. De qualquer forma, não estava com a mesma cabeça boa que tive desde que cheguei aqui ao Sevilha."

De qualquer forma, FC Porto e Sevilha estão em posições distintas nesta altura do ano. Os dragões, por culpa do terceiro lugar no campeonato, viajaram directamente para a Liga Europa, onde têm estado (quase) irrepreensíveis. Além disso, têm sido superiores à concorrência no campeonato. Já a equipa orientada por Gregorio Manzano começou mal a época - foi eliminada pelo Sp. Braga no playoff da Champions -, segue apenas no 11.o lugar do campeonato e só conseguiu apurar-se para os 16 avos na última jornada, com um empate frente ao Borussia Dortmund. Mas até Fevereiro muita coisa pode mudar.

MÁS MEMÓRIAS E UMA ESTREIA Rangers, Estugarda e Lech Poznan foram os outros adversários que surgiram no caminho das equipas portuguesas. Mas vamos por partes. O Sporting tem nos escoceses um tipo de adversário incómodo, sobretudo pelo estilo de jogo, que expõe os problemas defensivos da equipa de Paulo Sérgio. E o histórico de confrontos também não ajuda. Em 1971/72, o Rangers afastou os leões na célebre segunda eliminatória da Taça das Taças em que Damas defendeu quatro penáltis para nada - o árbitro esqueceu-se da nova regra dos golos fora. E em 2007/08 repetiu a dose nos quartos-de-final da Taça UEFA. O que têm em comum os dois confrontos? A equipa de Glasgow chegou à final em ambas as épocas (em 1972 venceu, em 2008 perdeu). Se se mantiver a lógica e vencer o Sporting, o Rangers irá à final desta Liga Europa. Deduções à parte, é certo que os escoceses têm condições para incomodar - e muito - os leões, apesar de não terem tido uma campanha fantástica na Champions (terceiro lugar com seis pontos, atrás de Manchester United e Valência).

Já o Benfica, que viu confirmado o adeus à Liga dos Campeões (que por pouco não era o adeus completo à Europa) com uma derrota caseira frente ao Schalke, volta a cruzar-se com um adversário alemão. Tal como o Schalke, o Estugarda está a passar um mau bocado na Bundesliga (é penúltimo, com 12 pontos em 16 jogos). Mas na Liga Europa revelou-se outra equipa: à excepção da derrota com o Young Boys, venceu todos os jogos. E a única vez que defrontou o Benfica (Taça UEFA, em 2004) ganhou por 3-0.

Neste sorteio, o mais feliz dos clubes portugueses acabou por ser o Sp. Braga. No entanto, o Lech Poznan pode ser um presente de Natal envenenado. Basta olhar para a classificação da fase de grupos e ver que os polacos deixaram a Juventus pelo caminho.

in "ionline.pt"

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