segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia dos Namorados. Os inseparáveis pares do futebol

Desde o início do futebol português como o conhecemos surgiram pares que, apesar de não serem namorados, não se largavam por nada


Hoje é o Dia dos Namorados, 14 de Fevereiro, dia de São Valentim. Por todo o mundo é uma excelente oportunidade para os mercados de flores e chocolates. Os restaurantes têm as mesas reservadas e não há espaço para quem quer ter uma refeição sozinho, os hotéis têm uma primeira impressão do que poderá ser o Carnaval ou a Páscoa e os centros comerciais estão lotados com casais que poderão parecer siameses. No futebol, não há namorados, mas a história tem vários pares que se tornaram inseparáveis. Desde os duelos entre Peyroteo e Gaspar Pinto nos anos 40 aos que ainda duram, seja entre os treinadores Manuel Machado e Jorge Jesus ou os presidentes Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira.

As diferenças são, contudo, marcantes. Aqui não há oferta de chocolates nem de flores, muito menos espaço para jantares à luz das velas. Na melhor das hipóteses, e utilizando o vocabulário típico do futebol (o futebolês), há espaço para distribuir fruta. Ou, se preferirem, a velha máxima de "até ao pescoço é canela". Fernando Peyroteo (Sporting) e Gaspar Pinto (Benfica) inauguraram esta tradição na década de 40. Peyroteo não gostava dos recursos de Gaspar Pinto e chegou a queixar-se à direcção do Sporting. Chegou a haver uma paz podre, mas pouco depois o goleador perdeu a paciência e respondeu com um murro, sendo expulso pela única vez na carreira.

José Maria Pedroto e Mário Wilson começaram a sua relação na Académica, mas o historial de desentendimentos propagou-se a outros clubes. Depois de um primeiro desentendimento em Coimbra, os dois reencontraram-se quando Pedroto estava no FC Porto e Mário Wilson na selecção. A convocatória de jogadores dos dragões foi malvista por Pedroto, que apelidou o seleccionador de "palhaço". "Nunca encarei como um ataque, era apenas a forma de ele ser", explicou Mário Wilson aoi em Janeiro de 2010.

Este reconhecimento de Mário Wilson, não existiu entre Fernando Couto e Mozer. Decorria a época de 1993/94 e o jogo da Luz poderia decidir muita coisa. Mozer decidiu testar a elasticidade dos longos cabelos de Fernando Couto. O central portista não gostou da brincadeira e decidiu testar como reagia a cara do benfiquista ao seu cotovelo. Ainda assim, não houve dupla tão inseparável como Paulinho Santos e João Pinto. Na selecção chegaram a ser colegas de quarto, mas sempre que havia um clássico entre Benfica e FC Porto, o caldo entornava. Cotovelada aqui, murro acolá e pontapé na canela lá ao fundo até à expulsão mútua a 3 de Janeiro de 1998 nas Antas.

Manuel Machado e Jorge Jesus ou Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa são fortes nas palavras, mas nunca um par foi tão inseparável nas quatro linhas como este de Paulinho Santos e João Pinto. Era amor, numa forma muito própria.

in "ionline.pt"

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