segunda-feira, 28 de março de 2011

OGIRRI CONDUZ DRAGÕES PARA LÁ DA BARREIRA DOS 100

Existe melhor maneira de exorcizar fantasmas do que escrevê-lo com três dígitos? Responsável pela única derrota no registo portista da fase regular e pelo afastamento dos azuis e brancos da Taça de Portugal, a Académica deixou o Dragão vergada ao peso de uma derrota por 30 pontos (104-74) e pelo brilho do opositor, que voltou a ultrapassar a barreira da centena no espaço de quatro dias.

Abrir o jogo ao «tiro», com um triplo de Sean Ogirri, parecia ser um bom indicador, especialmente depois de confirmado na sequência de lançamentos exteriores alargada por Nuno Marçal. Mas um número anormal de «turn-overs» (7) comprometeria o êxito estratégico no primeiro período, apenas reparado nos últimos instantes do segundo quarto.

Três triplos sem resposta, saídos direitinhos ao cesto das mãos de Sean Ogirri, Carlos Andrade e José Costa reverteram, definitivamente, o rumo do encontro e permitiram aos Dragões sair para o intervalo em vantagem (46-39). Esse seria apenas o princípio do pesadelo da Académica, a única equipa que conseguira vencer os azuis e brancos em 20 jornadas e aquela que liderara a partida até então.

Ao final do terceiro período, marcado por um ritmo intenso, o FC Porto Ferpinta acumulava uma vantagem de 30 pontos (77-47), depois do melhor dos seus parciais, que juntou acerto defensivo à eficácia de lançamento, num misto amplamente comprovado pelos números: 31-8.

Com o jogo ganho, Moncho López acrescentou minutos e experiência aos jogadores menos utilizados, mas nem o plano de rotatividade impediu os Dragões de manter a diferença e de ultrapassar a barreira dos 100 pontos pela segunda vez em quatro dias. E entre os encontros da Luz, onde garantiu a vitória na fase regular a meio da semana, e o do Dragão persiste outra semelhança, além daquela que se escreve com três dígitos: Ogirri voltou a converter 6 triplos, com a vantagem estatística de ter gasto, desta vez, menos um lançamento (9) e de emergir como o melhor marcador e MVP, com 26 pontos, 5 ressaltos, 2 assistências e 2 roubos de bola.

No final, Moncho López reconheceu «o nervosismo e a ansiedade» revelados pela equipa no primeiro período, distinguindo no apoio do público o factor de viragem. «Marcar 104 pontos ao terceiro classificado não é fácil, à imagem, aliás, do que aconteceu na quarta-feira, frente ao segundo», sublinhou o treinador galego, antes de avançar a intenção de manter o nível revelado. «Sabemos que não é fácil, porque não somos máquinas, mas vamos tentar», prometeu.

FICHA DE JOGO

III Campeonato da LPB, 20.ª jornada
27 de Março de 2011
Dragão Caixa, no Porto
Assistência: 1.006 espectadores

Árbitro principal: Luís Lopes (Porto)
Árbitros auxiliares: Paulo Marques e Pedro Costa

FC PORTO FERPINTA (104): Sean Ogirri (26), Carlos Andrade (9), Nuno Marçal (12), Greg Stempin (14) e Julian Terrell (9); José Costa (9), Miguel Miranda (9), João Santos (0), Diogo Correira (5), David Gomes (4), Pedro Catarino (5), Miguel Cardos (2)
Treinador: Moncho López

ACADÉMICA (74): Diogo Simões (4), William Holland (12), Fernando Sousa (8), Matthew Shaw (20) e Tommie Eddie (16); Tiago Pinto (5), Bruno Costa (0), Daniel Caluico (1), Francisco Destino (8)
Treinador: Norberto Alves

Ao intervalo: 46-39
Por períodos: 19-23, 27-16, 31-8 e 27-27



in "fcp.pt"

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