segunda-feira, 4 de abril de 2011

Futre e Dito explicam sucesso portista

PRIMEIRO TERÇO DA LIGA DETERMINANTE


Paulo Futre e Dito, ambos antigos futebolistas de FC Porto e Benfica, comungam da ideia de que o primeiro terço do campeonato foi determinante para a vitória dos Dragões na Liga portuguesa de 2010/11.
As quatro derrotas sofridas pelo Benfica nas dez primeiras rondas, entre as quais a goleada no Estádio do Dragão (5-0), permitiram ao invicto FC Porto assumir a liderança com 10 pontos de vantagem sobre o rival.
"O início do campeonato foi fatal para o Benfica. Embora não se possa dizer que se ganham títulos à 10.ª jornada, já faz sentido dizer-se que se perdem", defendeu Dito, que jogou pelos encarnados em 1986/88 e pelos azuis e brancos em 1988/89.
Paulo Futre considera que o arranque do Benfica na prova foi "um pouco confuso" e recordou a polémica levantada em torno do novo guarda-redes do Benfica, o espanhol Roberto, que demorou a justificar os milhões gastos na sua aquisição.
"O Roberto estava submetido a uma pressão enorme, mas provou que é um grande guarda-redes", reconheceu Futre, considerando que os lisboetas se "distraíram um pouco com situações por definir, como a saída de David Luiz".
Dito admitiu que no início da época foi notória a ausência de alguns jogadores que deixaram o Benfica, como Di Maria e Ramires, e os problemas do treinador Jorge Jesus em disfarçar carências e encontrar soluções.
Ainda de acordo com Dito, o Benfica "terá pago um bocadinho a fatura da saída desses jogadores", de "ter demorado ainda um pouco a acertar com os seus substitutos" e "em tirar o máximo de rendimento dos reforços".
Futre considera que "a regularidade nas várias provas, em que a exceção é a derrota sofrida em casa com o Benfica (0-2)" para a Taça de Portugal, foi a imagem de marca da "consistente" equipa dos "Dragões".
"O FC Porto nunca teve uma quebra e nunca baixou o ritmo. Foi muito regular, em todas as principais competições", sublinhou Futre, que envergou a camisola dos Dragões entre 1984/85 e 1986/87 e a dos encarnados em 1992/93.
Para Dito, o FC Porto "mudou pouco na sua estrutura", em relação à última época, e surgiu "com um futebol algo diferente, a privilegiar a posse de bola e com o médio brasileiro Fernando mais ligado à equipa do que à defesa".
O avançado brasileiro Hulk foi, para o antigo defesa, o principal desequilibrador do FC Porto, porque, "quando a equipa não estava ainda consolidada, fez a diferença e ganhou jogos, mesmo sabendo que ninguém ganha jogos sozinho".
Tanto Dito como Futre reconhecem que, após o início desastroso do campeonato - com três derrotas nos quatro primeiros jogos -, o Benfica melhorou significativamente, como atesta a série de 11 vitórias consecutivas na Liga, apenas interrompida em Braga (2-1), à 22.ª jornada.
"A partir de outubro tivemos um grande Benfica", frisou Futre. Para Dito, a formação encarnada, "algo perra" de início, só com a adaptação do médio argentino Gaitán, contratado na defesa, é que conseguiu "apresentar um futebol em profundidade e a toda a largura".
in "record.pt"

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