sábado, 16 de abril de 2011

Villas-Boas: «Premier League é a melhor do Mundo»

Treinador do F.C. Porto recorda vivências com Bobby Robson

O sucesso do F.C. Porto continua a motivar a curiosidade da imprensa internacional. Neste sábado, André Villas-Boas respondeu a várias questões em inglês, na recta final da conferência de imprensa no Olival, falando sobre a Premier League e a importância de Bobby Robson no seu trajecto. 


Antes de mais, o jovem técnico procurou explicar a fórmula vencedora dos dragões. «O segredo vem do talento que temos à nossa disposição. Temos a sorte de ter enorme talento, a cultura do clube também é determinante, tem sido decisiva nos últimos anos. Tudo isto tem um enorme impacto no que sentimos e na mística do clube. Todos os jogadores envolvidos sentem o desejo e a necessidade de vencer. É uma mistura de competência dos jogadores com a força do clube, a nível nacional e internacional», começou por dizer.



«Há maior possibilidade de sucesso numa estrutura de topo como esta. O caminho para o sucesso fica ligeiramente mais curto, desta forma. Tive a sorte de apostarem em mim, tenho apenas de agradecer-lhes, sinto-me muito feliz por poder viver esta experiência», acrescentou o treinador do F.C. Porto.



André Villas-Boas recorda Bobby Robson com saudade: «Foi há muitos anos, mas ele foi decisivo no amor que senti pela profissão. Não seria aceite em muitos cursos se não fosse ele, devido à uma idade. Também possibilitou a minha entrada no Porto. Mantivemos uma ligação até à sua morte. Sente-se um respeito enorme pela pessoa que nos abriu portas, e lembro-me muito bem dos treinos a que ele me levou no F.C. Porto.»



Respondendo a questões colocadas para a BBC World Service Radio, o jovem técnico deixou a sua opinião sobre a Premier League, onde trabalhou como observador de Mourinho no Chelsea. «A Premier League é sempre a liga de topo no Mundo. Houve um momento em que foi a Liga de Espanha, também em Itália nos anos oitenta, mas penso que esse título está entregue a Inglaterra, que atrai os melhores jogadores», considerou.



Espera voltar a Inglaterra, no futuro? «Como já disse, não quero estar muito tempo nesta carreira, mas quero ter orgulho no trajecto que fiz. Se chegar a esse nível, deverei muito às pessoas da Académica e do F.C. Porto. Não sou obcecado pelo que posso atingir ou não na minha carreira, vivo o presente e estou muito feliz aqui, pelo trajecto que me levou nos sub-8 até aos seniores», concluiu Villas-Boas.

Villas-Boas anuncia o titular à direita: «Sereno»

Treinador portista fala sobre o onze e a insatisfação de Walter


André Villas-Boas sem rodeios. Jorge Fucile está lesionado, enquanto Sapunaru cumpre castigo. Otamendi seria uma solução, depois de ter jogado à direita na selecção da Argentina, no Campeonato do Mundo, mas a decisão está tomada: Sereno será titular.


O treinador do F.C. Porto, aliás, revelou que já tinha escolhido o lateral antes da viagem a Moscovo. Ou seja, mesmo com Fucile em boas condições físicas, o central português surgiria no onze: «Antes de irmos para Moscovo, já tinha comunicado ao Sereno que seria ele a jogar nessa posição. Sentia que, pelo que se passou em Portimão, seria uma boa altura para o Sereno ser testado à direita. Tem cumprido de uma forma inexcedível na posição, à esquerda.»



Desfeita uma dúvida, sobra outra. Quem entra para o meio-campo portista, face à exclusão de Fernando? Ruben Micael surge na linha da frente, com Souza como alternativa ou até uma surpresa. Ainda assim, os dados apontam para o português. «Ainda não estão tomadas decisões, nessa questão», afirmou o técnico, quando confrontado com o nome do internacional luso.



«A ausência do Fernando tem a ver com algum cansaço, mas nada que os outros também não sintam. Achámos útil termos mais soluções atacantes no banco. O calendário é apertado, já jogámos quinta/domingo, mas é a primeira vez que jogamos com tão curto espaço de tempo de recuperação (ndr. dragões folgaram na sexta). Mas penso que não teremos problemas nesse aspecto. Acho que o tempo é curto mas suficiente para estarmos frescos», frisou Villas-Boas. 



Walter veio a público anunciar uma provável saída no final da época. O treinador compreende a insatisfação do jogador, apenas isso. O brasileiro está convocado e continuará a ser opção: «É um desabafo natural, nada mais que isso. Não é o menos utilizado, tem a felicidade de se ter mostrado a um grande nível mas chocou com competitividade máxima no plantel.



«É mais difícil triunfar num ambiente competitivo alto. Queremos que ele triunfe, sabe a mensagem que lhe transmiti, porque o fiz à frente de todos os outros. Esperamos ter ainda o Walter motivado e com mais vontade de ficar do que de sair», concluiu Villas-Boas.

Villas-Boas: «Ligeiro desconforto perante o Sporting»

Treinador do F.C. Porto pretende vitória no clássico do Dragão


André Villas-Boas, treinador do F.C. Porto, admite que os dragões têm uma motivação particular para enfrentar o Sporting. Os leões garantiram um empate no único confronto da temporada. Um pormenor que, ainda assim, aquece o clássico deste domingo no Estádio do Dragão.


«Fizemos um belíssimo jogo em Alvalade, com a nossa identidade, tivemos sequências de passe muito boas. É um empate, depois tivemos de resistir vinte minutos com dez jogadores. Muito possivelmente, com onze jogadores, iríamos vencer esse jogo. Não há qualquer sentimento de vingança, como não houve contra o V. Guimarães», começou por dizer o técnico.



Pouco depois, o treinador do F.C. Porto abriu mais o jogo. «Este é um clássico e os clássicos têm de ser ganhos. Já nos custou perder um (ndr. com o Benfica na Taça), não queremos perder outro» afirmou, acrescentando: «Acho que a motivação está inerente ao clássico. Não é por aí que os jogadores se sentem mais ou menos motivados. Há este sentimento, não de vingança, mas de ligeiro desconforto. Há muita vontade de vencer o Sporting, por ter sido uma das equipas que nos parou neste trajecto.»



«Espero que se encontrem rapidamente»



«O Sporting é uma equipa competente, com individualidades que são do conhecimento de todos. Queremos manter este percurso, numa segunda volta incrível», avisou André Villas-Boas. «O Sporting passou por um ano extremamente complicado, teve uma mudança de técnico e andam à procura de um rumo. Não tem sido um ano fácil, espero que se encontrem rapidamente porque é uma equipa de peso e faz falta, em termos de competitividade interna. Faz falta um Sporting a outro nível e seguramente chegarão a outro nível na próxima época.»



O treinador do F.C. Porto deixou ainda um elogio ao actual homólogo leonino: «O José Couceiro é um homem que passa mensagem de forma muito clara e positiva. Parece-me clara a mensagem de que querem vir cá para ganhar, mas nós também. Isso tem peso em termos motivacionais.»



O F.C. Porto não vive com a obsessão de terminar a Liga sem derrotas. Já conquistou o título de forma invicta. Isso basta a Villas-Boas. «Todos os jogos são difíceis para preservar a invencibilidade, todos perspectivam a vitória e o mesmo irá acontecer com o Sporting. Temos de ultrapassar a questão da invencibilidade. Se acontecer, aconteceu, se não, está bem entregue. Não podemos esquecer que o F.C. Porto é campeão sem derrotas. Se assim ficar até final, logo se verá», rematou.

in "maisfutebol.iol.pt"

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