quinta-feira, 12 de maio de 2011

Domingos.O último português a sagrar-se melhor marcador na liga

Há 15 anos, o campeonato nacional terminou a 12 de Maio de 1996, com o FC Porto campeão e Domingos como rei do golo (25), à frente de João Vieira Pinto (18) e Constantino (15). É um momento histórico para o que é nacional, é bom. A partir daí, só estrangeiros: Jardel (1997-2000), Pena (2001), Jardel (2002), Fary (2003), McCarthy (2004), Liedson (2005), Meyong (2006), Liedson (2007), Lisandro (2008), Nené (2009), Cardozo (2010) e Hulk (2011)


Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga
 
Sempre foi um avançado oportuno. Cerebral. Dos 25 golos, quatro foram de cabeça, dois deles em jornadas seguidas: V. Guimarães e Est. Amadora. Na semana seguinte, no Restelo, Domingos marcou com o pé direito mas depois perdeu a cabeça em tempo de descontos. Ao tentar furar pela defesa azul, deixou a bola sair pela linha de fundo e enfureceu-se sem razão aparente contra os centrais Lula, Barny e Paulo Madeira. Ninguém lhe passou cartão (excepto Carlos Calheiros) e Domingos irritou-se mais ainda, no único momento desconcertante da época, que lhe valeu o único cartão amarelo em 1995/96.

Com o Sporting, entra-se com o pé esquerdo

Domingos é destro mas o seu primeiro golo da época foi com o pé esquerdo, ao Sporting, nas Antas, para a jornada inaugural. Havia 1-0 para os leões, cortesia de Ouattara, que passou por Baía como faca em manteiga, e o empate do número 9 foi só um indicador daquilo que estava para vir. Aliás, nessa tarde ele voltaria a marcar. O 2-1. Seguir-se-iam mais cinco bis: Sp. Braga, Campomaiorense, Sp. Farense, Benfica e Sporting (em Alvalade). O seu último golo foi também com o pé esquerdo, a quatro jornadas do fim, com o Salgueiros. Fixou-se nos 25. Nessa altura, João Vieira Pinto (Benfica) ainda só ia nos 10...

Luis Aragonés vê bis ao Benfica com o pé direito

A habilidade de Domingos é inquestionável. À nona jornada, oito golos. O jogo seguinte é com o Benfica, nas Antas. Oportunidade ideal para alguns interessados espiarem de perto, caso de Luis Aragonés, treinador do Valencia. O relatório é positivo: Domingos marca dois golos (3-0), ambos com o pé direito. O dia em que recebe o troféu de melhor marcador (12 de Maio) coincide com a descida de divisão do Felgueiras, treinado por Jorge Jesus, amplamente contestado pelos sócios que atiram as culpas para cima de uma equipa da SIC. Um domingo de emoções.

Um novo treino e Bobby Robson no coração

Em 1995/96, o treinador do FC Porto era Bobby Robson, que faz a transição de capitães. À pouca utilização do lateral João Pinto, o técnico inglês nomeia Domingos como portador da braçadeira e voz de comando para o cara ou coroa. O avançado não esquece isso, mas prefere recordar outros momentos. “Fazia um exercício de finalização que conheci pela primeira vez com ele e, se calhar, outros colegas meus também o faziam, são exercícios que vão ficar. Outro tem precisamente o seu nome, o jogo com três equipas é ‘o jogo do Bobby Robson’”.

in "ionline.pt"

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