O FC Porto fez o costume em Setúbal. Goleou, claro. Uma vitória sem nenhuma contestação pelo que as duas equipas fizeram e que até podia ter sido mais dilatada se o árbitro Rui Costa tivesse marcado duas grandes penalidades na área sadina, mas o melhor é mesmo ver o Tribunal do Jogo mais à frente. Com o empate do Benfica em Olhão, a equipa de André Villas-Boas aumentou para 21 o número de pontos em relação ao segundo classificado e aspirante a finalista em Dublin. Uma diferença colossal; é mesmo a maior da história do campeonato. Os quatro golos tiveram assinaturas diferentes e um deles foi na própria baliza. Para o Setúbal ficou tudo na mesma: cinco pontos acima da Naval, que também perdeu.
Com Sapunaru e João Moutinho castigados, e Helton de fora por opção, André Villas-Boas levou os principais jogadores para Setúbal, mas deixou muitos deles no banco e revolucionou o onze, desde a baliza ao ataque. Rolando descansou pela primeira vez, tendo também ficado no banco as duas principais referências goleadoras da equipa: Hulk e Falcao. Com Walter junto à baliza sadina, e Mariano e James nas alas, era uma incógnita perceber até que ponto este tridente inédito podia funcionar, tanto mais que o meio-campo também foi totalmente remodelado, com Souza a trinco e Guarín e Rúben Micael como criativos. E a verdade é que a equipa funcionou. James mostrou uma grande dinâmica ofensiva, bem mais do que Mariano e Walter, e teve a sorte de encontrar Valdomiro na área quando efectuou um cruzamento para Walter. O central sadino fez autogolo aos 11 minutos. Se a tarefa já parecia facilitada, o rumo do jogo ficou logo ali sentenciado.
O Setúbal, a precisar de pontos para a permanência e um pouco menos pressionado depois da derrota da Naval, apresentou uma equipa cautelosa. Jaílson ficou no banco e Pitbull foi o elemento mais avançado. Depois do golo portista, Bruno Ribeiro tirou um médio e lançou, claro, Jaílson para o lado de Pitbull. Ora, o Setúbal ganhou algum pendor ofensivo, mas ao mesmo tempo o meio-campo não conseguiu travar a circulação de bola portista. E quando o FC Porto circula a bola, normalmente chega ao ataque.
Sempre com James em plano de evidência, e beneficiando da ajuda de Álvaro Pereira para fazer do lado esquerdo um corredor para a baliza sadina, o segundo golo, fabricado pelo extremo colombiano e marcado por Otamendi (ver momento do jogo), arrumou com as aspirações setubalenses e ofereceu a possibilidade de goleada na segunda parte. Que aconteceu normalmente. Logo depois do intervalo, James, sem surpresa, somou mais uma assistência, desta vez, para Walter, que confirmou a tendência de marcar sempre que joga.
Sem nada a perder, o Setúbal ganhou por esta altura mais posse de bola e conseguiu chegar algumas vezes à área portista. Só que nem de grande penalidade conseguiu bater Beto, excelente a defender o penálti de Pitbull. Villas-Boas deu depois a Kieszek a possibilidade de ser campeão e nem uma falha do polaco fez com que o Setúbal acertasse na baliza. Por falar em erros, o jogo acabou como começou. Em noite fatídica, Valdomiro entregou a bola a Varela, que fechou a contagem. Conclusão: o FC Porto jogou com as segundas linhas e conseguiu o resultado do costume.
Setúbal-FCPorto 0-4
Estádio do Bonfim
Relvado razoável
Espectadores 4305
Árbitro Rui Costa
Golos: 0-1 Valdomiro 11' [p.b.], 0-2 Otamendi 45'+2', 0-3 Walter 56', 0-4 Varela 90'+3'
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Setúbal
Diego, Michel, Ricardo Silva, Valdomiro, Miguelito, Djikiné (Tengarrinha, 61), Ney (Jaílson, 19), Hugo Leal, Zeca, Neca (Sassá, 87) e Pitbull.
Treinador Bruno Ribeiro
FC Porto
Beto (Kieszek, 80), Sereno, Otamendi, Maicon, Álvaro Pereira, Sousa, Guarín (Fernando, 64), Mariano, Ruben Micael, Walter e James (Varela, 72).
Treinador André Villas-Boas
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Cartão amarelo para Miguelito (36), Walter (70) e Sereno (72)
2 comentários:
Bom dia,
Excelente jogo da nossa equipa, com muita ambição conquistou uma vitória "gorda" num terreno difícil.
Excelente exibição de James. Beto grande jogo também, mereceu a titularidade em dia de aniversário. Otamendi é um grande central muito forte nos lances de bola parada e está a fazer uma excelente época.
Poupamos espingardas sem perder a ambição e garra e isto enche-nos de orgulho. Somos uma equipa na verdadeira acepção da palavra. Villas-Boas está a fazer um fantástico trabalho. Estou convicto que vamos terminar o campeonato sem derrotas.
Excelente o apoio dos nossos adeptos.
Abraço e boa semana
Paulo
http://pronunciadodragao.blogspot.com
Jogo para cumprir calendário, assumido com responsabilidade e seriedade timbres do Dragão, apesar da massiva gestão efectuada por AVB.
Ficou demonstrado que para além de constituirmos a melhor equipa nacional temos também o melhor plantel.
Os diferentes objectivos que a equipa persegue continuam intactos, que a serem alcançados, fará desta equipa a mais «arrasadora» da história do futebol português.
Um abraço
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