sexta-feira, 6 de maio de 2011

FC Porto. Nesta elite só cabem mais três: Milan, Barça e Man Utd

Dragões perderam, mas passam a fazer parte de um clube restrito: nos últimos dez anos só quatro equipas coleccionaram três finais europeias



Enquanto muitos portugueses tinham as antenas (e as televisões) apontadas para duelo caseiro, em Braga, o FC Porto estava em Villarreal para confirmar uma final que todos davam como certa. E do Norte de Portugal até ao jogo no El Madrigal houve de tudo - de um hotel chamado Luz (para lembrar os últimos duelos com o arqui-rival lisboeta) até ao Parque Ribalta, onde os dragões deram o habitual passeio de descompressão. Os nomes valem pelo simbolismo, mas a palavra-passe para a final continuava a ser só uma: "Dublin".

No estádio do Villarreal, os adeptos do FC Porto ficaram arrumados num topo, na bancada mais distante do relvado. Lá em baixo, durante meia hora, foi também isso que aconteceu. A equipa espanhola, a precisar de golos como do ar para viver, encostou o adversário ao seu meio-campo. Começou por pedir um penálti, depois calou-se e passou à acção. Giuseppe Rossi queria ser vilão e marcar a Helton: tentou uma vez e o guarda-redes defendeu; foi lá outra vez e nem chegou a tempo do cruzamento. No meio disto tudo foi Cani quem pôs a bola na baliza. E ainda só tinham passado 17 minutos. Sobravam 73 e mais uns trocos para o Villarreal fazer três golos.

Os flashes da primeira mão eram evidentes. No Dragão, o Submarino Amarelo já tinha entrado em força. Dessa vez perdeu-a ao sabor dos minutos. Surpresa (ou não): voltou a acontecer o mesmo. O FC Porto apareceu aos 40 minutos, mas também teve uma mãozinha (ou perninha) amiga. Hulk rematou de fora da área e o desvio de Musacchio fez o resto do trabalho - bola na rede e Diego López, especado, a olhar e a pensar na vida, que era ainda mais negra. 

Nesta altura, o Villarreal precisava de mais quatro golos (só) para levar o jogo para o prolongamento. E as contas cresceram outra vez aos 48 minutos, com o 16.º golo de Falcao nas competições europeias esta época. Bom, se formos fiéis à verdade até foi o 17.º, a UEFA é que não quer contar com o playoff. Quanto ao recorde de Jürgen Klinsmann é que não há dúvidas, já é coisa do passado. O alemão tinha marcado 15 golos na Europa em 1995/96, agora é Falcao quem reina.

O bilhete do FC Porto para Dublin estava seguro. Mas o Villarreal não se entregou. Capdevila empatou o jogo aos 75 minutos e Rossi, de penálti, adiantou a equipa da casa aos 80''. Se alguém temia um jogo aborrecido, pelo resultado da primeira mão, já tinha mais do que motivos para dar-se por satisfeito. Animação era o que não faltava no El Madrigal.

O Villarreal queimou os últimos cartuxos europeus - para o ano há mais. Enquanto isso o FC Porto mantinha o modo de poupança de energia (Moutinho saíra aos 52 minutos para evitar o amarelo que o deixaria fora da final). E André Villas-Boas nem sequer se preocupou muito em ver chegar ao fim a série de jogos sem perder fora de casa. Já foi bom enquanto durou - e foram 30 jogos, depois daquela goleada (0-5) em Londres, a 9 de Março de 2010.

Dublin está já à vista, a menos de duas semanas. A presença na final permite ao FC Porto o acesso a um clube restrito: nos últimos dez anos apenas quatro equipas têm três finais europeias - Milan, Barcelona, Manchester United... e FC Porto. Os dragões saíram das duas primeiras com um título. Agora falta ultrapassar o Sp. Braga para manter a tendência. Uma coisa é certa: a equipa portista ficou satisfeita com o adversário. Até festejou quando o jogo da Pedreira acabou. 



in "ionline.pt"

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