Pela hegemonia que se traduz em dez títulos nacionais consecutivos, entre os quais houve ainda quatro Taças de Portugal, cinco Supertaças e oito fases finais da Liga dos Campeões, o FC Porto é um exemplo para os que perseguem os mesmos troféus. O segredo, dizem os protagonistas, está na "mística", mas O JOGO quis saber como se prepara uma equipa destas. Renato Almeida, há 14 anos no FC Porto, foi o braço-direito de Franklim Pais durante oito e quem ajuda a planear treinos ou recupera os males dos jogadores. É difícil resumir um trabalho complexo em meia dúzia de palavras, mas neste árduo exercício, o preparador-físico anotou: "Uma equipa que tem de vencer todas as competições tem de estar sempre em forma. Os microciclos semanais têm por isso intensidades diferentes e, dentro do treino, em função da posição que ocupa, o jogador trabalha em rigor as suas especificidades. A pré-época é importante, mas sobretudo virada para trabalho de resistência geral e de adaptação ao treino. Não defendo grandes sprints, porque os grupos musculares da corrida e dos patins são diferentes. Vamos buscar noções de exercícios a diferentes modalidades, mas o que me fascina e que tento seguir é o trabalho de Vítor Frade [professor universitário e antigo preparador-físico do futebol portista], criador da periodização táctica." Para o técnico, "o hóquei deixou-se ultrapassar por outras modalidades na área do treino e preparação física por estar fora das universidades e dessa base científica", pelo que são os "livros espanhóis a ajudar" na teoria. Um dos maiores desafios é chegar a Maio, à fase final da Liga dos Campeões, com a equipa em força, e este ano ainda houve que recuperá-la para chegar ao deca. "Foram muito intensos, os jogos, num rinque com as medidas máximas, só ao alcance de uma equipa habituada a intensidade e rigor. Recuperá-la não foi fácil, mas temos uma equipa com grande maturidade e conduzida por um treinador fora de série; Franklim Pais tem um grande carácter e é um grande gestor de recursos humanos."
Renato Almeida
"Todos têm capacidade de singrar"
Enquanto os decacampeões entraram em férias, Renato Almeida, treinador dos juniores, ainda segue o fim de época dos mais novos. No domingo, os juniores portistas foram bicampeões nacionais, após uma época inteira sem derrotas, dando seguimento a vários anos de títulos (anteriormente com Carlos Realista aos comandos). A invencibilidade vale-lhes rasgados elogios por parte dos adversários e Renato, enaltecendo "a ambição e humildade" dos seus jogadores, não esqueceu o contributo de Pedro Gil, que também orientou os juniores em 2009/10: "Gosto da forma de trabalhar dos espanhóis e pedi-lhe ajuda. O contributo dele foi muito importante, pois reúne qualidades ao nível da táctica colectiva e os jogadores adoram-no, foi um grande incentivo."
Alguns dos juniores acabam por dar o salto para a equipa mais mediática, como foi o caso há alguns anos de Reinaldo Ventura, Filipe Santos, Nélson Filipe ou Pedro Moreira. Para já três campeões europeus de sub-20, Henrique Magalhães e Rafael Costa vão rodar no Braga, e Diogo Sampaio na Fundação, mas Renato Almeida avisou: "Todos têm grandes capacidades de poder singrar".
in "ojogo.pt"
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