domingo, 19 de junho de 2011

Villas-Boas: Inter sem dinheiro nem argumentos

Foi a notícia futebolística do dia de ontem em Itália e manchete do principal jornal desportivo daquele país, o "La Gazzetta dello Sport": o Inter fizera de Villas-Boas a sua primeira opção para substituir Leonardo no banco e, da boca do presidente Massimo Moratti, vinha a promessa de um fim-de-semana de trabalho árduo para encontrar um novo timoneiro à altura dos nerazzurri. O interesse no treinador campeão nacional de Portugal, que - sabe O JOGO - vai continuar a comandar a equipa do FC Porto, era reforçado pela admissão da admiração de Moratti pelo jovem técnico, de quem guarda uma excelente imagem dos tempos em que foi adjunto de Mourinho. Na mesma declaração, porém, estava o reconhecimento da dificuldade em contratá-lo.
"Se me agrada Villas-Boas? Certamente, mas tem uma cláusula de rescisão muito alta [15 milhões de euros]. Podíamos pensar em contratar também um jogador, mas continuamos a falar de verbas altíssimas. Trata-se de uma cláusula bastante fora dos valores de mercado, que poderia entender-se no caso de Mourinho, que já ganhou tudo...", disse o presidente do Inter, citado pela "Gazzetta".
Moratti reconheceu, na pergunta seguinte dos jornalistas italianos, ser muito difícil contratar o outrora observador dos adversários do Inter, acrescentando a concorrência do Chelsea ao argumento da cláusula de rescisão fora do alcance da sua carteira. Certamente para desgosto dos adeptos, que na véspera haviam elegido Villas-Boas como o preferido para suceder a Leonardo numa sondagem online.
Se as referências do dirigente italiano a Villas-Boas permitiram que a Imprensa transalpina amplificasse rumores de mercado habituais nesta fase do ano, a meio do dia de ontem surgia o balde de água fria nas intenções interistas: Carlos Gonçalves, agente de André Villas-Boas, desmentiu o alegado encontro em Milão entre Moratti e o seu representado noticiado pela "Gazzetta", descartando por isso qualquer fundamento de um cenário de saída.
Ao princípio da noite, a agência noticiosa italiana ANSA assegurou que Marco Branca, responsável do Inter pelo mercado, estava no Porto para tentar fechar a contratação, que era apresentada como possível.
Certo é que Villas-Boas começa a trabalhar amanhã na planificação de uma temporada (dez dias antes do arranque dos trabalhos da equipa) em que deposita uma fé inabalável numa excelente participação na Liga dos Campeões, além de nas competições internas. O discurso da cadeira de sonho nunca fez tanto sentido como agora - cláusula de rescisão à parte, é essencialmente a vontade de levar por diante o seu projecto que mantém o treinador agarrado ao lugar. Literalmente!


Falcao, Fernando e Guarín metidos no "negócio"

A primeira das versões recentes da tentativa de contratação de Villas-Boas pelo Inter dava conta de uma oferta de 40 milhões de euros pelo treinador e por Falcao - da qual O JOGO informou na edição de sexta-feira. Ontem, e já depois da publicação das declarações de Moratti na "Gazzetta" sobre a eventualidade de tentar incluir um jogador na operação Villas-Boas, surgiram outras hipóteses, concretamente Fernando e Guarín. O sítio tuttomercatoweb.com, por exemplo, avançava com uma proposta de 25 milhões pelo técnico e o médio brasileiro. Outros, como o comentador televisivo especializado em mercado Paolo Bargiggia, defendiam que era o médio colombiano o nome a juntar a Villas-Boas. Por se tratar de um jogador "mais completo do que Fernando", afirmou.

in "ojogo.pt"

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