A herança é pesada, porque o FC Porto de André Villas-Boas foi recordista de golos marcados, mas o novo dragão está também de olhos fixados na baliza contrária. Este é seguramente um dos princípios da cartilha de Vítor Pereira, que continua a insistir em exercícios que privilegiam a finalização durante estes primeiros dias da pré-temporada. Foi assim, ontem de manhã, no primeiro treino em Marienfeld, e com Djalma a mostrar que não está no Dragão apenas para fazer número. Sempre perto de Kléber, Maicon e Rúben Micael, os outros "madeirenses" do plantel, o extremo angolano deu sinais de que a integração corre célere e apresenta argumentos à concorrência, destacando-se com uma pontaria mais afinada do que a maioria. Fez dois golos, tal como Sapunaru, Castro e James, merecendo a aprovação do treinador. Na ausência de Falcao, ainda na Copa América, Vítor Pereira procura descodificar as cartas alternativas que tem no baralho.
O exercício era bem simples: havia três balizas à escolha para o remate, que tinha de ser de fora da área e depois da troca de bola, ao primeiro toque, com dois companheiros. Sempre em velocidade. Walter esteve particularmente desastrado e terá de pedalar muito para convencer que é uma alternativa credível; Kelvin só uma vez obrigou o guarda-redes a uma defesa; o angolano fez balançar as redes duas vezes e noutra atirou ao poste.
Era a resposta ideal ao apelo de Vítor Pereira. "Quero golos", gritou o míster, pedindo aos jogadores para rematarem apenas "no momento certo". Também é justo fazer a defesa parcial dos que erraram o alvo: as assistências nem sempre foram as ideais, prejudicando, dessa forma, a qualidade da finalização. Além disso, a bola é nova, o que requer sempre algum tempo para a indispensável adaptação.
Voltando ao exercício, o outro reforço do ataque, Kléber, também fez um bom golo - nos outros, acertou na baliza, mas permitiu a defesa -, e nota-se claramente que é um valor acrescentado para este plantel e que pode ser uma alternativa muito forte a Falcao. Sapunaru, Castro e James imitaram Djalma e também bisaram num autêntico massacre aos guarda-redes. Os outros golos foram apontados por Rúben Micael, Kléber, David, Maicon, Fernando e Otamendi. Coube ao jovem lateral recrutado à formação o golo mais bonito, num remate ao ângulo que até mereceu aplausos dos companheiros. A seguir, as portas do majestoso Hotel Klosterpforte fecharam-se para os jornalistas, porque o segredo é a alma do negócio do futebol azul e branco.
Guarda-redes queixam-se da qualidade da relva
Enquanto os 21 companheiros de campo presentes faziam meiinhos - Rafa e Belluschi ficaram-se pelo ginásio -, os quatro guarda-redes escolhidos para o estágio aqueceram à parte sob as indicações de Wil Coort. O exercício era banal, repetido em quase todos os treinos: remates para um dos lados, para activar os músculos e aquecer as mãos. O problema foi atirarem-se para o chão. Ao fim de dois ou três mergulhos, surgiram as dores na anca e as primeiras caras feias. Beto foi o porta-voz das queixas, enquanto batia com a bota no chão. "Isto é muito duro, assim é complicado", explicou ao team manager, Acácio Valentim, e ao médico, Nélson Puga, perante a aprovação de Helton. Ficou a promessa de tentar resolver o problema, que não será inédito nestes relvados, para os próximos treinos.
Tiro ao alvo: É rematar, s.f.f.
Avançados, médios ou defesas. Ninguém escapou: Vítor Pereira aproveitou o primeiro treino para afinar a pontaria do grupo. Djalma foi o reforço em destaque, com dois golos e um tiro que esbarrou nos ferros. Sapunaru, James, Castro, Rúben Micael, Kléber, David, Maicon, Fernando e Otamendi também acertaram no alvo antes de se fecharem as portas aos jornalistas
in "ojogo.pt"
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