Goleada a abrir o estágio fruto de uma exibição interessante, sobretudo na segunda parte, quando Hulk fez das suas - três golos, dois deles fantásticos, e duas assistências - e apareceu um outro avançado já conhecido a reclamar atenção: Walter, autor de outros três tentos. Contas à parte desta barriga cheia de golos, a maioria com assinatura brasileira, sobram outros elogios à equipa liderada por Vítor Pereira.
Mas já lá vamos, porque primeiro convém lembrar que este foi o primeiro jogo da equipa, ao fim de 11 dias de trabalho (esquecendo o treino com o Tourizense) e que o adversário milita nos escalões regionais da Alemanha. Colocados os pontos nos is, é de salientar a capacidade demonstrada pela equipa para jogar em apoio e para variar os flancos com passes longos. Juntando-lhe a isso uma pressão muito alta, logo à saída da área contrária.
O jogo até começou sonolento, mas o FC Porto acordou a tempo de confirmar que os processos da equipa mantêm-se idênticos aos da época passada. Aliás, nem fazia sentido mudá-los depois dos bons resultado alcançados e da aposta em Vítor Pereira para lhes dar continuidade.
A goleada era esperada e começou a desenhar-se, ainda que um pouco tarde (o primeiro golo surgiu apenas aos 28'), às custas do homem a quem foi confiada a organização do jogo - James - e dos dois reforços madeirenses: Kléber e Djalma, que assinaram os primeiros golos e boas exibições.
O ritmo foi algo lento nos primeiros 45 minutos e os erros de Souza, que actuou a trinco, empolgaram o Gutersloh, que por duas vezes ameaçou a baliza de Beto. Não foi necessário tocar o alarme, mas Vítor Pereira precisou de gritar algumas ordens para acertar a máquina.
Depois do intervalo e com um onze totalmente diferente e um upgrade táctico, dada a inversão do triângulo do meio-campo, e dois alas endiabrados - Hulk e Christian - o FC Porto dizimou o Gutersloh, que só arranjou forças para fazer o golo de honra. João Moutinho e Rúben Micael impuseram uma circulação de bola mais rápida e ainda mais larga, aproveitando a falta de velocidade do adversário.
O resultado foi uma sucessão de golos - oito - quase todos na cara do guarda-redes. As excepções foram as duas obras de arte de Hulk, que, a julgar pela primeira amostra, está a preparar-se para uma época ao mesmo nível da anterior.
Uma palavra final, amplamente justificada, para Kelvin: tem bom toque de bola, visão de jogo, mas ainda se revela algo tímido na hora de rematar.
FC Gutersloh 1 FC Porto 10
Estádio Heidewaldstadion
>> Árbitro Swiers [Alemanha]
-
Guterslosh
Hendrik Miller; Stephan Eggert, Steven Degelman, Patrick Plucinski e Pascal Rober; Pascal Becker, Tim Brinkmann, Alexander Schiller e Lennard Warweg; Ustim Schooder e Raffaelle Wiebusch
Jogaram ainda: Mathaus Wiekowickz, Dennis Kroos, Marc Birkenhake, Thomas Duhn, Dennis Grubel, Temel Hop, Maximilian Heinrich, Alexander Opitz
Treinador firk flock
FC Porto
Beto; Sapunaru, Rolando, Tiago Ferreira e David; Souza, Castro e James; Varela, Djalma e Kléber
Jogaram ainda: Bracali, Sereno, Maicon, João Moutinho, Addy, Otamendi, Rúben Micael, Walter, Hulk, Kelvin e Christian
Treinador vítor pereira
-
ao intervalo 0-2
Golos Kléber, 28' Djalma, 35' Hulk, 47' (g.p.) 59' e 83' Rúben Micael, 61' Walter, 67'e 78' e 89' Wieckowicz, 74' Maicon, 79'
CARTÕES Nada a assinalar
As tácticas
1ª parte: 4x3x3
James como um grande maestro
Não houve surpresas no primeiro desenho táctico de Vítor Pereira. Nem se esperava, aliás. Mas apresentou algumas nuances interessantes: James jogou no meio-campo, ao lado de Castro, com quem trocou constantemente de posição. O colombiano foi o organizador do jogo portista e cumpriu com distinção. Os extremos, Djalma e Varela também andaram de um lado para o outro para servir Kléber. Souza foi o trinco escolhido, mas não esteve particularmente inspirado. O jovem David fechou o lado esquerdo da defesa e deu muita profundidade, tal como o treinador pretende.
2ª parte: 4x3x3
Triângulo do meio-campo invertido
Com menos uma cara nova no segundo onze, os mecanismos apareceram ao ritmo que o adversário quebrava fisicamente. Vítor Pereira colocou dois médios criativos (Rúben e Moutinho) lado a lado à frente da defesa e Kelvin ainda mais adiantado, invertendo o triângulo do meio-campo. O desenho funcionou bem e os espaços apareceram para os alas desequilibrarem. Foi assim que nasceu a maior parte dos golos. Christian à esquerda e Hulk à direita ajudaram, e de que maneira, a construir a goleada. Walter marcou três e também contribuiu.
Lances-chave
28' [0-1] James abre à esquerda em David e este cruza de primeira com Kléber a antecipar-se ao marcador directo, cabeceando sem hipótese.
35' [0-2] Boa jogada entre James e Castro, com o português a surgir isolado e a oferecer a Djalma o golo. O angolano só teve de empurrar.
47' [0-3] Hulk surge na área e é tocado pelo guarda-redes. Grande penalidade que o próprio converteu.
59' [0-4] Bailado de Hulk à frente de dois adversários e remate em arco ao segundo poste. Grande golo.
61' [0-5] Christian cruza, Walter domina mal, mas a bola sobra para Rúben Micael que não perdoa
67' [0-6] Cruzamento rasteiro de Christian com Walter a antecipar-se e a encostar.
74' [1-6] Jogada pela esquerda, cruzamento de Birkenhake e Wieckowicz chega mais rápido do que Maicon, batendo Bracali.
78' [1-7] Outro cruzamento de Christian e Walter só volta a ter que encostar.
79' [1-8] Cruzamento de Hulk na direita, Maicon sobe mais alto do que a defesa e marca.
83' [1-9] Mais um golaço de Hulk numa "bomba" ao ângulo.
89' [1-10] Hulk cruza, Walter marca de cabeça.
in "ojogo.pt"
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