A fama do FC Porto no mercado ainda não atingiu o auge com os 40 milhões de euros amealhados com a venda de Falcao ao Atlético de Madrid. Pinto da Costa já tem novos trunfos e nomeou-os numa conversa com o "L'Équipe": "Falcao saiu, é verdade, mas já temos jovens jogadores fantásticos como James Rodríguez e Iturbe, que representam actualmente o nosso futuro". A dupla sul-americana, mesmo estando em fases de evolução diferentes, promete continuar a manter equilibradas as contas de um clube sem os meios financeiros de outros emblemas europeus, proporcionando ainda retorno desportivo, a variável que continua a projectar os craques do Dragão.
Também nesse âmbito se enquadra o nome de Danilo. Foi caro, é certo, mas não é, na opinião do presidente, dinheiro deitado fora. Pinto daCosta não tem dúvidas em relação ao retorno económico que o clube poderá amealhar no futuro com o brasileiro... e não só. Apesar de a transferência do jogador do Santos ter entrado directamente para o topo da lista de jogadores mais caros alguma vez comprados pelos azuis e brancos - 13 milhões de euros pelo passe, mais três milhões gastos em comissões -, o presidente dos campeões nacionais garantiu estar descansado quanto à qualidade do lateral. "Foi um risco calculado. Mas não tenho quaisquer dúvidas quanto à sua rentabilidade e até é internacional pelo Brasil", frisou. A primeira referência ao brasileiro, que se encontra vinculado ao Santos até Janeiro, enquadra-se numa reportagem do jornal francês que conduz os seus leitores à descoberta do "Sistema FC Porto", que permite ao clube ganhar regularmente ao mais alto nível, revelar novos valores para o futebol e depois vendê-los aos maiores emblemas europeus amealhando quantias chorudas, época após época, sem que a equipa se ressinta disso.
Esta descoberta constante de novos valores assenta numa rede com cerca de três centenas de olheiros que observam jogadores no mundo inteiro e mantêm o clube actualizado com o que de melhor há no mercado para reforçar a equipa, mal ela se separe de uma das suas pérolas. Este "sistema" do FC Porto virou imagem de marca de um clube, cuja história fala por si. "Aqui ganham-se muitos títulos e depois os jogadores ainda saem para clubes maiores. Eles sabem isso. A marca Porto existe!" sublinha Rui Barros, jogador da casa, que vestiu as cores do Mónaco.
Uma identidade garantida
Num altura em que o que não faltam são exemplos de emblemas europeus adquiridos por multimilionários, o FC Porto promete manter-se fiel ao que o caracteriza. Esta "moda" não só não seduz ninguém dentro do clube, como nunca foi um caminho que se quisesse percorrer. "O clube foi fundado em 1893, apoia-se numa história, numa cultura e em sócios muito apegados e dedicados. Sermos controlados por um investidor estrangeiro não faz parte dos nossos planos. Podemos sempre negociar acordos e parcerias de diversos tipos, pensar em muita coisa, claro, mas uma coisa é certa e segura: este FC Porto nunca perderá a sua identidade", sublinhou Antero Henrique, também ele cobiçado por alguns gigantes europeus como Chelsea e Real Madrid, que já tentaram seduzir o director-geral azul e branco. Um dos últimos acordos tornados públicos recentemente foi o negociado com o banco brasileiro BMG, que promete ajudar o FC Porto a continuar a ganhar dimensão e a fazer grandes transferências no mercado mundial. Mesmo com um orçamento de 101 milhões de euros, cinco vezes mais baixo do que o do Real Madrid, os azuis e brancos voltaram a apostar forte em todas as frentes esta época.
Segredo está no rigor económico e financeiro
A última apresentação de contas actualizou o passivo do FC Porto para os 200 milhões de euros. Num contexto diferente, o valor seria motivo mais do que suficiente para inspirar preocupações, mas Pinto da Costa aproveitou a ocasião da reportagem do jornal francês para esclarecer o assunto. "Não temos os meios de um Real Madrid, um Barcelona, um Milan ou de um Manchester, mas temos dado provas de um enorme rigor económico e financeiro. Temos um passivo de 200 milhões de euros, mas a situação está completamente sob controlo. O clube é dono do seu estádio e de muitos outros activos importantes. Podemos ter dificuldades pontuais na tesouraria, como acontece em qualquer empresa, mas o facto de estarmos cotados na bolsa obriga-nos a ser transparentes, até porque as auditorias são muito rigorosas", frisou.
in "ojogo.pt"
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