Mergulhado na onda de euforia em que se transformou o seu regresso a Ibagué, cidade colombiana onde cresceu e onde ainda tem casa, James Rodríguez fez uma pausa entre dois jogos de futebol para falar a O JOGO. Fê-lo com alguma renitência inicial, porque não gosta de aparecer, prefere não dar entrevistas e tenta passar despercebido. James é antivedeta, apesar de o seu estilo em campo sugerir o contrário. Ora, o que o colombiano assegura é que tem duas vidas perfeitamente deslindadas. Foi o que percebemos quando lhe perguntámos o que pensa do Manchester City, próximo adversário do FC Porto na Liga Europa. "A verdade é que vejo pouco futebol, só muito de vez em quando. Vejo quando há finais ou algo do género, mas fora do campo não sou muito futeboleiro, prefiro fazer outras coisas", disse o esquerdino, que ainda se habitua a gerir uma fama muito ampliada nos últimos meses com os títulos no FC Porto e a camisola 10 da selecção. "Eu gosto de passar despercebido, preferia que pudesse passar despercebido. Às vezes pedem-me fotos e abordam-me de uma forma muito fanática, mas é algo com que tenho de saber lidar, é o preço desta profissão", salienta.
James contenta-se com o mínimo de atenção extrafutebol, mas em campo é obcecado com o êxito e não fala sem pruridos, por exemplo, do sonho de ser o melhor do mundo: "Isso é algo em que todos pensamos. Foi bom ser candidato a Golden Boy, o melhor jovem jogador do ano, estive entre 20 grandes jogadores e não ganhei, mas foi importante que me tivessem tido em conta." O jovem colombiano é referência no clube e na equipa nacional e sente-se à altura das exigências. "Não o encaro como pressão, mas como uma responsabilidade. Tenho de lidar com isso e trabalhar para me conseguir superar a mim próprio", reforça, orgulhoso por poder anunciar a retoma exibicional de um FC Porto que mudou no pós-Villas-Boas: "A sua saída talvez tenha mudado alguma coisa, mas foi uma questão de adaptação. Depois de três meses já estávamos a jogar muito melhor e agora recuperamos a identidade de jogo que nos caracterizou na última temporada. "
Indícios de fé que lhe permitem formular votos para 2012. E não pede carros, nem casas, nem capas de revista: "Quero marcar muitos golos, ganhar o campeonato com o FC Porto, que a minha família esteja bem e que eu continue a somar títulos."
Dupla num pedestal inatingível
Assumindo que até lhe passa pela cabeça ser um dia o melhor jogador do mundo, James Rodríguez reconhece que, actualmente, não há quem rivalize com Messi e Ronaldo. Mas quem é o melhor? "É a pergunta que todos fazemos. São jogadores totalmente diferentes, mas acho que o Cristiano tem mais potência, apesar de o Messi ganhar mais títulos e o ter superado nos últimos anos", atira James. Mais uma opinião para um tema recorrente...
A camisola 10 e uma sensação incrível
De capitão e estrela dos sub-20, James transitou quase directamente para estrela e camisola 10 da selecção principal da Colômbia. Uma sensação indescritível. "Não tenho por que me sentir pressionado, é algo que me orgulha. Quando me chamaram e me disseram que me iam dar a camisola 10 pensei que estava a sonhar, foi algo incrível", comenta quem só quer estar à altura das expectativas. James foi uma aposta de Leonel Álvarez, técnico que já abandonou o cargo, para lamento do portista: "Acho que não devia ter saído. Não acho que estivesse a correr tão mal assim."
Dois jogos num dia e para acabar à baliza
Horas depois de ser homenageado e de jogar 20 minutos no festa do Futebolista Tolimense, James Rodríguez já estava outra vez em campo. Desta feita, com a camisola 1 e com luvas calçadas. As fotos de O JOGO não deixam margem para dúvida: James foi à baliza num jogo entre amigos que decorreu nos campos sintéticos da sua propriedade, em Ibagué. Dificilmente será uma ameaça para Helton, mas nunca se sabe se não será preciso improvisar. Ainda na última jornada da Liga, recorde-se, o médio Cauê, do Olhanense, teve de ocupar o lugar do expulso Fabiano. E também não se saiu mal...
in "ojogo.pt"
Sem comentários:
Enviar um comentário