quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vítor Pereira: «Pressão? Todos têm responsabilidades»

Técnico portista antecipa clássico com o Sporting

O clássico do próximo sábado antecipa-se com «ping pong». O Sporting parece querer atirar a pressão para o lado do F.C. Porto, mas no Dragão também não há vontade de assumir o favoritismo de peito feito. 

«O Porto sabe da importância do jogo. Queremos ganhar, e preparámo-nos para isso. Se a pressão está do nosso lado ou não... Queremos ganhar os três pontos e o Sporting também. É um clássico e todos têm as suas responsabilidades. Nós temos as nossas e o Sporting tem as suas», disse Vítor Pereira, na antevisão do encontro de Alvalade.

Um triunfo portista deixaria o Sporting a nove pontos da liderança, mas o técnico recusa traçar tal cenário como o adeus leonino ao título. 

«É uma questão que não me diz respeito. Faltam muitos jogos. Claro que ficaria a uma distância considerável, mas essa é uma questão que terá de ser colocada ao Domingos. A nós compete fazer um bom jogo, conquistar os três pontos e segurar a liderança», acrescentou.

Sem entrar numa análise exaustiva sobre o adversário, Vitor Pereira rematou a conversa sobre o Clássico com uma outra impressão. «Vamos ter de apresentar o nível que demonstrámos nos jogos anteriores.»

Quando se fala do mercado de transferências, Vitor Pereira opta quase sempre por afirmações cautelosas, recatadas. Na conversa com a comunicação social, o treinador apenas foi um pouco mais longe para explicar os motivos que levaram Walter a regressar ao Brasil.

O atacante contratado ao Internacional de Porto Alegre no Verão de 2010 está, como se sabe, muito perto de ser emprestado ao Cruzeiro de Belo Horizonte. «O Walter está de saída porque precisa de oportunidades e foi à procura de desafios. Quer jogar mais. Continua a ser um atacante de qualidade», resumiu o técnico do F.C. Porto.

Vitor Pereira não se mostrou, de resto, disponível para abordar outras situações concretas no plantel azul e branco. Como a de Cristián Rodríguez, que acaba contrato em Junho e já foi dado inúmeras vezes como transferível. 

«Este é um mês de entradas e saídas. As equipas têm de perceber daquilo que precisam. Eu estou satisfeito com o que tenho», vincou o treinador.  

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Djalma vai ou não poder alinhar em Alvalade? Vitor Pereira não soube precisar uma resposta concreta, a pouco mais de 48 horas do jogo contra o Sporting. A federação angolana exige que o atleta se apresente ao mesmo tempo dos demais convocados para a CAN, mas o F.C. Porto ainda acredita num entendimento.

«Continuo a contar com o Djalma», sublinhou Vitor Pereira. «Temos boas relações com a federação de Angola e acredito que haja autorização para ele actuar em Alvalade», referiu o treinador dos dragões, claramente na expectativa por uma resposta de Luanda. 

Na conferência de imprensa desta quinta-feira também se falou de Danilo. O internacional brasileiro treinou pela primeira vez no Olival. Para já, não entra nas contas do técnico. «Vamos ter cuidado com ele. Quando sentirmos que está em boas condições, vamos chamá-lo para a competição. Agora ainda não é possível.»

A chegada de Danilo deve implicar a saída de um dos outros laterais direitos, Jorge Fucile ou Sapunaru. Vitor Pereira não se compromete com esse dado. «Conto com os que cá estão e correspondam ao meu nível de exigência.»

Pinto da Costa defendeu Vitor Pereira numa entrevista dada recentemente e garantiu que o técnico vai ficar, pelo menos, os dois anos de contrato no Dragão. Vitor Pereira reagiu esta quinta-feira, em conferência de imprensa, às palavras do presidente do F.C. Porto. 

«São os anos que tenho no contrato. O presidente sabe por que é que me escolheu. Tem as suas razões. Temos de apresentar resultados e temos de provar a nossa competência», disse o técnico. Os presentes quiseram saber qual a opinião do treinador do F.C. Porto sobre a paragem das competições no período de Natal e ainda acerca do paradigma que envolve a difícil situação do futebolista português.

No primeiro caso, Vitor Pereira foi claro. «Concordo com a paragem no Natal, pois somos um país de maioria católica. Já não concordo com a paragem no Ano Novo. Tivemos uma semana para prepararmos o encontro e acho que é suficiente, mas não concordo.»

Em relação ao elevado número de estrangeiros, esta é a reflexão do técnico. «É um tema sensível. Haveria muito para dizer. Muitas vezes o jogador português é mais caro do que o estrangeiro. Temos de valorizar aquilo que temos, pois o futebolista português tem qualidade, mas muitas vezes no estrangeiro encontram-se atletas a bom preço. Os portugueses de qualidade são muito caros.» 

«É uma questão a ser debatida e os treinadores devem ser ouvidos. São necessárias medidas para proteger o jogador jovem português. Disso não tenho dúvidas.» 

in "maisfutebol.iol.pt"

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