Pouco habituado, nos últimos tempos, a olhar para o cimo da tabela classificativa e encontrar lá alguém, o FC Porto reagiu da melhor maneira à liderança no campeonato perdida na semana passada, vencendo o Rio Ave, por 2-0, num jogo em que começou com cinco pontos de atraso para o Benfica, que minutos antes havia derrotado o Vitória de Setúbal. O resultado da Luz não afectou os campeões nacionais, nem mesmo as ausências de João Moutinho, castigado, e Djalma, que partiu para a CAN. Vítor Pereira apostou em Defour para o lugar do internacional português, enquanto James rendeu o angolano. O belga começou, inclusive, por ser um dos mais dinâmicos no passe e na construção de jogo, e o colombiano foi sempre um quebra-cabeças para a defensiva vila-condense.
Ao contrário do FC Porto, o Rio Ave sentiu e muito as ausências de Tarantini (castigado) e Atsu (lesionado). Face a estas contrariedades, Carlos Brito alterou o sistema da equipa. Apostou num meio-campo de maior contenção, com Wires ao lado de Bruno China, ficando o brasileiro Jorginho como 10. Kelvin, emprestado pelo FC Porto, beneficiou da contrariedade sofrida pelo ganês, e jogou de início.
Apesar de ter mais jogadores no meio-campo, o Rio Ave jogou com o quarteto defensivo muito adiantado, provocando enormes desequilíbrios, bem aproveitados pelo FC Porto. Com James de um lado e Cristian Rodríguez do outro, a equipa de Vítor Pereira tentou aproveitar os espaços, procurando a velocidade de Hulk, ficando a sensação que o primeiro golo poderia ser uma questão de minutos. Porém, perto da meia hora de jogo os dragões perderam o Incrível. Uma lesão afastou-o do jogo, obrigando o treinador portista a mexer na equipa. Entrou Kléber, mantendo-se o desenho táctico, mas com menos velocidade e menor capacidade de explosão. Apesar disso, o FC Porto quis demonstrar que não estava Hulkdependente. Continuou a praticar um futebol ofensivo, com maior posse de bola e, mesmo com Belluschi e Defour pouco agressivos na hora de recuperar bolas, viram o adversário com enorme dificuldade para chegar à baliza de Helton.
O golo de James acalmou os adeptos portistas e percebeu-se logo que, ou o Rio Ave aparecia transfigurado na segunda parte, ou arriscava sofrer mais alguns golos. Apesar de só por uma vez ter incomodado Helton no primeiro tempo, os vila-condenses voltaram para o segundo tempo com a mesma atitude, mas mais desorganizados defensivamente. Mérito do FC Porto, que meteu muitos jogadores na frente e trocou o posicionamento de alguns elementos. Defour recuou e passou a jogar quase ao lado de Fernando, enquanto Belluschi encostou-se mais à ala direita, tentando abrir espaços. O argentino continuou a criar problemas ao adversário, mas por pouco mais tempo, saindo para dar lugar a Iturbe. Muito aplaudido, o jovem argentino entrou cheio de vontade, tentou assumir o jogo, mas com o passar do tempo as coisas não lhe saíram bem.
Com o FC Porto cada vez mais ofensivo e à procura do 2-0, o Rio Ave continuou a sentir os mesmos problemas. Já sem um apagado Jorginho - ovacionado pelos adeptos do FC Porto no regresso ao Dragão -, a equipa de Vila do Conde nunca conseguiu assumir o comando do jogo. Helton passou mais tempo a jogar com as mãos do que com os pés, e João Tomás, apesar do esforço, jogou mais fora do que dentro da área portista. Raramente servido em condições de tentar o golo, o ponta-de-lança só teve uma ocasião para tentar o golo, num lance no período de descontos e que originou a expulsão de Rolando. Antes disso, muito antes, já os dragões tinham chegado ao 2-0, num lance concretizado por James. O colombiano aliou a inteligência ao talento e, numa combinação com os dois pés, deixou Tiago Pinto pelo caminho e voltou a bater o brasileiro Huanderson. Mais um belo momento do esquerdino.
Com o segundo golo, ficou novamente a sensação que o FC Porto podia embalar para um resultado mais volumoso, mas a falta de pontaria ou as intervenções do guarda-redes do Rio Ave impediram um resultado que daria uma maior e mais justa expressão do que aconteceu ao longo do jogo. Os dragões bem tentaram, perante um adversário que pouco fez e que, curiosamente, não conseguiu um único canto ao longo do jogo. Com este triunfo, o FC Porto não só impediu que o líder fugisse, como registou o 54º jogo sem perder no campeonato. O recorde de invencibilidade pertence ao Benfica, treinador por John Mortimore, na década de 70, e está nos 56 jogos. Para os dragões, seguem-se Vitória de Guimarães, Gil Vicente e Leiria para tentar o recorde.
Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.
FC Porto - Rio Ave, 2-0.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores:
1-0, James, 42'
2-0, James, 80'
- FC Porto: Helton, Maicon, Rolando, Otamendi, Álvaro Pereira, Fernando, Defour, Belluschi (Iturbe, 65), Cristian Rodriguez (Varela, 75), Hulk (Kléber, 32) e James.
(Suplentes: Bracali, Kléber, Varela, Mangala, Sousa, Alex Sandro e Iturbe).
- Rio Ave: Huanderson, Jean Sony, Gaspar, Jeferson, Tiago Pinto, Wires, Bruno China, Jorginho (Braga, 58), Kelvin (Mendes, 70), João Tomás e Yazalde (Saulo, 79).
(Suplentes: Paulo Santos, Pateiro, Braga, Mendes, Saulo, Zé Gomes e Éder).
Árbitro: Marco Ferreira (Madeira).
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Maicon (48), Gaspar (52), Bruno China (61), Iturbe (83). Cartão Vermelho direto para Rolando (90+3).
Assistência: 24.419 espetadores.
Πόρτο - Ρίο Άβε 2-0 por buitre9
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