Elias está de novo no FC Porto, depois de já ter passado pelo Dragão na temporada passada, ao abrigo de um acordo com o Inter de Luanda. O internacional angolano veio dar mais estabilidade à ponta esquerda, numa época em que Dario Andrade tem sido muito afectado por lesões. A primeira mão dos oitavos-de-final da Taça EHF, jogada no Dragão Caixa, marcou a estreia de Elias nas competições europeias, num jogo em que os portistas venceram o Saint-Raphael por dois golos (28-26), mas cometendo 17 falhas técnicas e falhando muitas bolas 1x0 (jogador isolado frente ao guarda-redes).
"A nossa expectativa é fazer melhor do que na semana passada. Falhámos muitos remates e durante a semana trabalhámos muito esse aspecto", diz o nº 21 portista, considerando que a actuação defensiva pode subir de qualidade. "Temos de estar mais concentrados perante as mudanças de jogadores, além de aumentarmos a nossa agressividade", alerta o extremo, acreditando que "o FC Porto pode fazer um trabalho muito melhor", tendo "todas as possibilidades de passar". E justifica: "Se estamos na mesma prova, temos as mesmas capacidades. Não devemos temer nada, temos de os encarar como um adversário do nosso nível e pensar que podemos ser superiores. Mesmo cometendo muitas falhas, ganhámos no Dragão."
O encontro da segunda mão é hoje, às 19h00 portuguesas, num recinto que se espera tenha os seus 2000 lugares completos e frente a uma equipa que a meio da semana derrotou o Paris Handball, resultado que foi um tónico para a recepção ao FC Porto.
"Inteligentes frente à baliza"
Tem 24 anos, começou a jogar andebol com 12, no Grupo Desportivo da Banca, mas também foi guarda-redes de futebol. A dica perfeita para saber se essa experiência o ajuda agora nos duelos frente aos guardiães de andebol. "São coisas diferentes. Ao atacar um guarda-redes de andebol, quando se está isolado frente à baliza, temos de ser inteligentes. Antes da força, temos de saber enganar o guarda-redes", explica Elias, aliciado para o andebol por um treinador que o viu a brincar num parque. "Vieram ter comigo, e achei interessante experimentar. Não sabia o que era andebol, mas gostei logo e não hesitei; tocou-me mais o andebol do que o futebol", conta o angolano, que explica facilmente a velocidade que revela nos jogos: "Desde miúdo, sempre gostei de correr e, no andebol, fui aperfeiçoando."
De resto, diz-se integrado no clube, gosta da cidade do Porto, de música - no passeio matinal de ontem estava a ouvir Modern Talking, banda de grande sucesso nos anos 80, mas também gosta de kizomba, Tony Carreira e Mariza -, de ler e pescar. "Apanho qualquer coisa; o que der na cana, eu pesco. Com cana ou manual, só com fio e anzol. No Porto nunca pesquei, mas já vi que há muitos pescadores ao longo da marginal do Douro. Um dia experimento..."
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