Sérgio Rola é ponta direita e apenas chegou aos Dragões esta temporada. Hugo Santos é ponta esquerda e está no FC Porto desde os minis. Estes dados separam as carreiras dos dois jovens (de 19 e 22 anos), mas há muito mais aspectos a uni-las.
Aproveitaram as oportunidades decorrentes das lesões dos titulares Ricardo Moreira e Dario Andrade e têm mostrado resistência à pressão e muita qualidade técnica. Para além disso, estudam na Faculdade de Desporto, treinam juntos no ginásio e o treinador até lhes chama os "baixinhos" do plantel.
Dia 19 de Novembro de 2011, FC Porto Vitalis-Benfica: aos 40 minutos, o capitão Ricardo Moreira lesiona-se e entra em campo o habitual suplente, Sérgio Rola. O jogo estava difícil e os azuis e brancos até perdiam por um golo, mas o ex-São Bernardo não se atemoriza. Marca dois tentos, que permitem à equipa empatar e passar pela primeira vez para a frente, a cinco minutos do fim. Resultado final: FC Porto 23, Benfica 22. Dia 3 de Dezembro de 2011, FC Porto Vitalis-Estrela Vermelha: com Dario Andrade lesionado, Hugo Santos assume a ponta esquerda. Ao intervalo, os Dragões venciam por três golos, margem que só lhes permitia empatar a eliminatória. No arranque da segunda parte, ele e Ricardo Costa marcam os primeiros cinco tentos da equipa e projectam-na para a vitória folgada de que necessitava (31-21). Hugo Santos termina o encontro com três golos marcados.
Estes são momentos decisivos na carreira dos dois jovens, que têm sido lançados por Ljubomir Obradovic e acumulado mais tempo de jogo do que o esperado.
"Penso que nos temos safado bem. Apesar das infelicidades do Dario e do Moreira, é bom entrar num FC Porto-Benfica, com o pavilhão completamente cheio. É algo inesquecível, que nos fez crescer muito. Aqueles 15 ou 20 minutos valem meio ano nos juniores", reconhece Hugo Santos, que na época passada já tinha cumprido alguns minutos na equipa sénior (e ainda joga habitualmente nos juniores). Sérgio Rola julga que o treinador Ljubomir Obradovic já percebeu que pode contar com eles para “continuar a vencer”. Na partida frente ao Benfica, confessa que tentou abstrair-se do que o rodeava: um pavilhão cheio e um grande ambiente. "Sentia que era um momento muito importante e de grande pressão. Quando tive oportunidade de marcar e de poder ajudar a equipa, saiu-me um peso grande das costas [risos]. O Moreira é um grande jogador e é sempre complicado substituir alguém assim. Não podia pedir melhor."
Halteres e livros
Apesar de jogarem em extremos opostos do campo, a cumplicidade entre Sérgio Rola e Hugo Santos é grande. Isso é visível, por exemplo, na maneira como assumem o plural, o "nós", ao falar das respectivas carreiras. Ambos precisam de ganhar massa muscular, o que os tem obrigado a passar algum tempo no ginásio. "Temos noção de que é importante. Na nossa posição defrontamos frequentemente adversários mais possantes e às vezes temos muitas dificuldades", afirma o ponta esquerda, que tem de melhorar ainda outros aspectos, como a saída da defesa para o ataque. "Não tenho um arranque tão forte porque muitas vezes estou preocupado em ganhar os ressaltos que sobram do guarda-redes. Mas, na minha posição, sei que há poucos jogadores a preocuparem-se com isso. É uma questão de mudar o chip."
(Este é um extracto de uma entrevista com Sérgio Rola e Hugo Santos, que poderá ler na íntegra na Dragões de Fevereiro, já nas bancas)
in "fcp.pt"
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