Há duas conclusões a tirar após a partida de ontem, que o FC Porto perdeu (29-24) frente ao Saint-Raphael e que ditou o afastamento da equipa portuguesa da Taça EHF: a clara carência de experiência internacional dos portistas; e a facilidade com que uma dupla de arbitragem pode influenciar o rumo de um jogo.
Vamos por partes e comecemos pela segunda. Já nos últimos dez minutos, Wilson marcou o seu segundo golo consecutivo e deixou a FC Porto a perder por um (24-23), logo dentro do jogo e à frente na eliminatória, uma vez que havia ganho em casa por 28-26. Nesse período, uma exclusão errada - logo a seguir - do mesmo Wilson e um cartão vermelho discutível a Pedro Spínola deixaram os dragões com menos um homem durante quatro minutos, escancarando o caminho dos quartos-de-final ao Saint-Raphael. A questão não é, portanto, a diferença no número de sanções (cinco para o FC Porto e quatro para os franceses, e 5-2 em 7 metros para os da casa), mas sim o seu "timing".
Depois, existiu ainda a tal falta de experiência de uma equipa que comete falhas fatais a este nível, muitas em alturas decisivas, o que, de resto, já havia acontecido no Porto e a impedira de viajar até França com cinco ou seis golos à maior.
De resto, quando passaram de 6:0 para 3:2:1 os portistas fizeram um parcial de 9-3, chegando ao intervalo a vencer por dois, diferença que aumentaram logo a seguir. O andebol dos azuis e brancos era melhor, e os gauleses não tinham soluções na defesa. Mas as falhas, associadas a alguma perda de controlo emocional e às situações já relatadas, conduziram à vitória dos da casa, efusivamente festejada, naquilo que pode ser visto como o melhor elogio ao desempenho luso.
Figura - Wilson Davyes
Não o deixaram acabar o serviço
Na ponta final da partida, quando as decisões estavam a ser tomadas, Wilson Davyes mostrava ter mão quente. Fez dois golos seguidos e era ele a empurrar a equipa. Mas na hora exacta foi excluído...
Ljubomir Obradovic
"Ver quem e como ganhou"
O semblante não escondia a frustração que estava a sentir; um permanente suspirar confirmava-o. Mesmo assim, Ljubomir Obradovic foi claro na abordagem, não apenas "à segunda parte da eliminatória", mas ao conjunto dos dois jogos: "O FC Porto mostrou que pode jogar com uma equipa como o Saint-Raphael, sem esquecer que se trata de uma formação do país campeão do mundo, enquanto o FC Porto é de Portugal, cuja selecção há bastante tempo não entra sequer nos Campeonatos da Europa e do Mundo e a quem falta, portanto, muita experiência a este nível. Dou os parabéns ao Saint-Raphael, ao qual desejo toda a sorte nesta Taça EHF."
Depois, o técnico sérvio frisou "as diferenças na análise das sanções de dois minutos e os livres de sete metros" por parte da equipa da arbitragem dinamarquesa, lembrando que "uma coisa é o FC Porto adaptar-se ao critério e outra é ver quem e como ganhou".
in "ojogo.pt"
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