Um dragão disfuncional e novamente deprimido
Desaproveitar o estado de graça, retornar às trevas da inquietude, ao pesadelo da ilusão sem sentido. Que estranho é este F.C. Porto! A rapsódia de uma família disfuncional, incapaz de viver em harmonia, assustadora e perigosamente alheada do ritual mais elementar: saber gerir os níveis de felicidade.
Eufórico na Luz, depressivo e macambúzio no empate mais do que sofrido frente à Académica.
Há alguém que perceba esta equipa? Os seus comportamentos aproximam-na de um serial-killer munido de um código de honra. Hannibal Lecter seria incapaz de assaltar uma loja de guloseimas; Dexter jamais estriparia um inocente; o F.C. Porto é absolutamente benévolo na hora de esmagar um convidado no Estádio do Dragão. Idealismos bacocos.
A postura é absurda e recorrente. Entrar devagar, manter a pulsação do adversário bem viva, abusar da lateralização inócua e tombar com uma overdose de passes errados. Repare bem caro leitor: o primeiro remate do F.C. Porto à baliza de Peiser surgiu aos 39 minutos; a primeira oportunidade de golo ocorreu instantes antes do intervalo.
Entre ambos, o castigo lógico e disciplinador. O golo da Académica, pois, germinado pelo talento de Saulo e a testa viperina de Edinho. O Dragão boquiaberto, o Dragão chocado, o Dragão sem saber se aplaude os heróis do Clássico ou pune os solados lançados por Vítor Pereira nesta noite.
Mas não eram os mesmos?
O F.C. Porto chegaria ao empate apenas aos 90 minutos e na marcação de uma grande penalidade por Hulk. Um prémio compreensível pelo coração gigante demonstrado na segunda parte. Não mais do que isso.
Do banco de suplentes, Vítor Pereira arriscou o que era possível. Abdicou de Sapunaru para entregar o corredor direito a Djalma; sacrificou Rolando (mas que reação incorreta e destrambelhada a sair!) e juntou Kléber a Marc Janko. Fernando saíra à passagem da meia-hora, lesionado, e cedera a posição a Steven Defour.
A perder, embalado pela esperança de um povo paciente, o F.C. Porto até teve oportunidades mais do que suficientes para vencer. Remate de James salvo por Cédric aos 55 minutos, livre de João Moutinho à barra aos 67, pontapé em arco novamente de James aos 70, pressão, pressão e mais pressão até ao tal momento do castigo máximo.
O problema não estava nesta fase de jogo. A origem de todo mal vinha de trás, no período em que a bola mais parecia um quadrado nos pés dos médios. Lucho mal, João Moutinho mal, Fernando terrível até ser obrigado a sair. Incompreensível, insista-se, a primeira parte dos campeões nacionais.
A Académica merece elogios firmes. Exemplarmente organizada por Pedro Emanuel, a Briosa anulou confortavelmente o talento das maiores figuras do F.C. Porto e, atrevida, soube bem como explorar as transições ofensivas.
O golo de Edinho é, de resto, um bom exemplo dessa feliz forma de estar. Saulo fantástico na direita, a driblar e a cruzar com a inspiração toda. Os estudantes souberam sofrer, aguentar a avalanche (mais emocional do que conscienciosa) do Porto e jamais abdicaram das saídas rápidas para o ataque.
Como é que esta equipa não vence desde Dezembro? Outro mistério.
A última palavra vai para a arbitragem fraquinha de Marco Ferreira. Complicativo, precipitado, o juiz madeirense levou a plateia à loucura. Acertou, pelo menos isso, nos amarelos mostrados a Hulk e James por simulação na área academista. Na grande penalidade favorável ao F.C. Porto também.
Eufórico na Luz, depressivo e macambúzio no empate mais do que sofrido frente à Académica.
Há alguém que perceba esta equipa? Os seus comportamentos aproximam-na de um serial-killer munido de um código de honra. Hannibal Lecter seria incapaz de assaltar uma loja de guloseimas; Dexter jamais estriparia um inocente; o F.C. Porto é absolutamente benévolo na hora de esmagar um convidado no Estádio do Dragão. Idealismos bacocos.
A postura é absurda e recorrente. Entrar devagar, manter a pulsação do adversário bem viva, abusar da lateralização inócua e tombar com uma overdose de passes errados. Repare bem caro leitor: o primeiro remate do F.C. Porto à baliza de Peiser surgiu aos 39 minutos; a primeira oportunidade de golo ocorreu instantes antes do intervalo.
Entre ambos, o castigo lógico e disciplinador. O golo da Académica, pois, germinado pelo talento de Saulo e a testa viperina de Edinho. O Dragão boquiaberto, o Dragão chocado, o Dragão sem saber se aplaude os heróis do Clássico ou pune os solados lançados por Vítor Pereira nesta noite.
Mas não eram os mesmos?
O F.C. Porto chegaria ao empate apenas aos 90 minutos e na marcação de uma grande penalidade por Hulk. Um prémio compreensível pelo coração gigante demonstrado na segunda parte. Não mais do que isso.
Do banco de suplentes, Vítor Pereira arriscou o que era possível. Abdicou de Sapunaru para entregar o corredor direito a Djalma; sacrificou Rolando (mas que reação incorreta e destrambelhada a sair!) e juntou Kléber a Marc Janko. Fernando saíra à passagem da meia-hora, lesionado, e cedera a posição a Steven Defour.
A perder, embalado pela esperança de um povo paciente, o F.C. Porto até teve oportunidades mais do que suficientes para vencer. Remate de James salvo por Cédric aos 55 minutos, livre de João Moutinho à barra aos 67, pontapé em arco novamente de James aos 70, pressão, pressão e mais pressão até ao tal momento do castigo máximo.
O problema não estava nesta fase de jogo. A origem de todo mal vinha de trás, no período em que a bola mais parecia um quadrado nos pés dos médios. Lucho mal, João Moutinho mal, Fernando terrível até ser obrigado a sair. Incompreensível, insista-se, a primeira parte dos campeões nacionais.
A Académica merece elogios firmes. Exemplarmente organizada por Pedro Emanuel, a Briosa anulou confortavelmente o talento das maiores figuras do F.C. Porto e, atrevida, soube bem como explorar as transições ofensivas.
O golo de Edinho é, de resto, um bom exemplo dessa feliz forma de estar. Saulo fantástico na direita, a driblar e a cruzar com a inspiração toda. Os estudantes souberam sofrer, aguentar a avalanche (mais emocional do que conscienciosa) do Porto e jamais abdicaram das saídas rápidas para o ataque.
Como é que esta equipa não vence desde Dezembro? Outro mistério.
A última palavra vai para a arbitragem fraquinha de Marco Ferreira. Complicativo, precipitado, o juiz madeirense levou a plateia à loucura. Acertou, pelo menos isso, nos amarelos mostrados a Hulk e James por simulação na área academista. Na grande penalidade favorável ao F.C. Porto também.
in "maisfutebol.iol.pt"
2 comentários:
caro Paulo, caríssimas(os),
"ser Porto" é termos um estado de alma capaz de suplantar emoções, como a de esta noite - em que esbanjámos dois pontos por culpa própria (e com uma ajudinha do árbitro) -, de mantermos a nossa cabeça bem erguida, de apresentarmos o nosso melhor sorriso às provocações - que já se (pres)sentem - e de prosseguirmos com o espírito crente (e ciente) de que, no final, venceremos!
"ser Porto" é, nesta altura de aperto e por muitas divergências que tenhamos para com quem lidera o nosso clube do coração, sermos capazes de o apoiar incondicionalmente, remando (com todos) para um mesmo lado, numa mesma direcção e com um fito comum: a conquista do campeonato nacional!
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II
Bom dia,
Após termos conquistado a liderança isolada do campeonato diante do grande rival,não era de esperar esta atitude deplorável, revoltante, vergonhosa, sem explicação dos profissionais do FC Porto.
Os adeptos não merecem isto.
Esta equipa não tem estofo de campeão, e como disse à umas jornadas atrás - se este ano vencermos o título... bem esta equipa será alvo de estudo dos académicos do futebol.
Basta comparar a atitude no jogo de ontem do Braga e a nossa para chegarmos à conclusão que estes jogadores não merecem o primeiro lugar.
Revolta-me imenso VP vir à uns jogos para cá dizer que damos a primeira parte ao adversário, algo que todos nós vemos, sem arranjar solução para esta situação.
Esta equipa é bipolar, e deixa os adeptos de nervos em franja.
O público no dragão demonstrou paciência e não foi por falta de apoio que empatamos.
Mesmo havendo um penalti a nosso favor por assinalar, será vergonhoso que nos refugiemos na arbitragem, pois o resultado justo era a vitória da briosa.
Abraço e bom domingo
Paulo
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