Por exclusão de partes, num exercício de simples lógica dedutiva, Cristian Rodríguez deverá ser o escolhido para substituir Hulk na Madeira. E há nessa opção uma boa notícia para Vítor Pereira: o Nacional está entre as vítimas favoritas do uruguaio, sendo uma das três equipas que sofreram dois golos de Rodríguez com a camisola do FC Porto. As outras foram Académica e V. Guimarães. Mas há mais estatísticas a servir de estímulo à escolha ou, pelo menos, a servir de entretenimento: dos sete jogos da época em que começou como titular, o Cebola ganhou cinco, empatou um e perdeu outro, este último com o Barcelona.
O problema, que Bruno Alves até acha não ser problema nenhum, é que Rodríguez está a finalizar contrato e já fez saber que não renovará. "Rodríguez é muito forte psicologicamente e não é por estar afastado das primeiras opções há algum tempo que deixará de ser útil. Já enfrentou situações na carreira que teve de superar e é muito maduro", diz Bruno Alves.E diz mais: "O facto de estar de saída pode funcionar a favor dele e do FC Porto. Estará motivado para aparecer em grande e assim ter propostas de mais clubes". E mais ainda. "Tem tudo a ganhar, nada a perder. Não tem qualquer pressão do lado dele. A situação que ele vive é normal para um jogador. Não o afetará", garante Bruno Alves.
Brasil, Itália ou Turquia
Já se percebeu que Rodríguez não fica no FC Porto e, ontem, um irmão de Cebola, Rodrigo, garantiu que o Grémio não está descartado. "No Brasil ele ficaria mais perto da família", analisou à Rádio Guaíba. Disse também que Inter de Milão - "com quem o empresário dele trabalha muito" - e Turquia são outros destinos a considerar. Cristian Rodríguez será jogador livre no final da temporada.
Ataque estável é uma miragem
Mudar o ataque tem sido um hábito recorrente de Vítor Pereira, forçado a alterar o trio da frente pela quinta vez consecutiva. A equação na Madeira, onde Cristian assinou em janeiro de 2009 um belíssimo golo num pontapé de bicicleta, comporta outro Rodríguez: James. Juntos, os dois Rodríguez começaram apenas três jogos, servindo pontas-de-lança diferentes: Kléber (duas vezes) e Hulk. Agora, a parceria a três terá Janko na área. Um desses jogos foi o empate com o Feirense (0-0), mas há outro, com o V. Setúbal, mais interessante para Vítor Pereira recuperar, não só pela vitória confortável (3-0), mas também porque teve de montar a equipa sem Fernando e, por opção, sem Hulk. O brasileiro começou no banco (Moutinho também...), ainda que tenha depois contribuído decisivamente durante a segunda parte. Na primeira volta, com o Nacional (5-0), o tridente da frente foi composto por Hulk, Varela e Walter. Todos indisponíveis agora.
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Combinações de ataque usadas por Vítor Pereira, considerando apenas o onze titular.5
Jogos consecutivos em que o treinador conseguiu manter o mesmo trio na frente: Djalma, Hulk e James.3
Vezes que Vítor Pereira usou James e Rodríguez no mesmo onze, servindo Hulk e Kléber no meio. Ganhou dois e empatou um.5
Contando já com o Nacional, será o quinto jogo consecutivo em que Vítor Pereira, por razões diferentes, se vê forçado a mudar o trio da frente.3 questões: Felipe Lopes, ex-jogador do Nacional
"Ninguém contava com aquilo..."
1 Um jogador de futebol valoriza estas recordações? É algo em que Rodríguez pensará na sexta-feira?
Quando se faz um grande jogo ou se marca um grande golo, a recordação fica. Guardamos esses momentos com carinho e revivemos o que se passou quando regressamos aos estádios em que o conseguimos. Acho que é algo que nos galvaniza e o Rodríguez sentirá isso quando entrar em campo.2 Conhecendo muito bem o futebol português e o FC Porto, pensa que a ausência de Hulk pode condicionar?
Se não é o melhor jogador em Portugal, é certamente um dos melhores e faz muita falta ao FC Porto. De qualquer forma, o clube está sempre muito bem servido e quem entrar vai criar dificuldades . De qualquer forma, é claro que Hulk faz muita falta, porque é um jogador que decide jogos de um momento para o outro.3 Lembra-se do golo de pontapé de bicicleta marcado por Cristian Rodríguez em 2008/09?
Claro que me lembro. Aquele golo surgiu quando até estávamos bem na partida [o resultado estava 1-1], não era algo que se esperava que acontecesse, mas foi um grande golo e a qualidade individual do Rodríguez decidiu. Ninguém contava com aquilo, mas foi um grande golo, um momento de inspiração raro.in "ojogo.pt"
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