sábado, 17 de março de 2012

Uma sessão de tiro com efeito ricochete

O líder não vai formoso nem seguro, mas o triunfo na Choupana caiu-lhe no regaço e Helton amarrou-o com quase tantas defesas quantos os dedos que tem nas mãos. Foi uma verdadeira enxurrada de ataques do Nacional que esbarrou na inspiração do brasileiro, capaz de reduzir a nada todos os disparates da equipa, engolida a meio-campo e arrasada na defesa.
O golo de Alex Sandro, aos 90+4', acrescentou mais do que um aloquete no resultado: fez-lhe crescer o nariz. O FC Porto esteve a milhas da serenidade que o 0-2 insinua, sofrendo a bom sofrer para suster as cavalgadas de Mateus, protagonista infeliz de um duelo ao pôr do Sol em que Helton conseguiu esconder-lhe a pistola no coldre.
À pólvora seca do Nacional respondeu o dragão com algum fogo de vista. É verdade que a equipa cresceu depois de um arranque periclitante, chegando à vantagem com um sentido de oportunidade precioso e segurando as rédeas do encontro até ao intervalo. O FC Porto ganhou pela primeira vez fora de casa com um onze sem Fernando e Hulk, mas as baixas fizeram-se notar de forma flagrante.
Defour obrigou João Moutinho a andar sempre com um olho no burro e outro no cigano. O que para o Polvo é terreno fértil, para o belga são areias movediças. A equipa sentiu-o, sobretudo quando o Nacional foi capaz de castigar as subidas de Álvaro Pereira e a lentidão de Otamendi, recuperado para a titularidade em prejuízo de Sapunaru e do lugar que Maicon há muito reclama (e justifica) no centro da defesa.
Com processos muito bem definidos, os insulares apontaram sempre aos irrequietos Candeias e Mateus para castigar o espaço vazio nas costas da defesa portista, mas também eles acusaram uma adaptação a meio-campo, onde Pecnik fez o primeiro jogo a titular esta época.
A presença do esloveno obrigou o inventivo Diego Barcellos a afastar-se das latitudes onde o seu futebol melhor se expressa, aproveitando o FC Porto esse desenquadramento para subir o bloco e tomar conta do meio-campo.
Por contraditório que possa parecer, foi importante que Lucho tenha baixado alguns metros no terreno face aos últimos jogos, mas sem perder a capacidade de penetração que lhe permitiu estar perto do golo por duas vezes antes do tento de Janko, que premiou a capacidade de pressing de Álvaro Pereira e o sentido de oportunidade do austríaco, o especialista dos golos esquisitos.
A vantagem insuflou o FC Porto até ao intervalo, mas a defesa foi perdendo ar e acumulando amarelos na segunda parte, entrincheirando-se e arrastando consigo o meio-campo. Os dragões já não conseguiam fazer posse de bola e Caixinha mostrou sagacidade a partir do banco, acertando na entrada de Mihelic, que adiantou Diego Barcellos e deu asas a Candeias e Mateus.
O angolano teve, pelo menos, cinco oportunidades cantadas para empatar o jogo, metendo toda uma defesa no bolso, mas caindo, invariavelmente, nas algibeiras de Helton. O guarda-redes foi pau para toda a obra, mas do banco chegou também um sinal para assentar estacas, ainda que sob a forma de uma dupla substituição aparentemente temerosa.
Sem lirismos, Vítor Pereira trocou o amarelado e exausto Otamendi pelo fresco e veloz Mangala, percebendo ainda que Álvaro Pereira tinha estourado e precisava de reforços para suster Candeias. As trocas revelaram-se tão felizes que Alex Sandro deu um estalo nas incertezas, um murro na galhardia do Nacional e, lá está, um narigão no resultado...

Direções juntas ao almoço


Nacional e FC Porto continuam de boas relações e ontem aproveitaram para estreitar laços num almoço que juntou Pinto da Costa e Rui Alves à mesma mesa, antes do jogo. O presidente dos azuis e brancos chegou à Madeira ao final da manhã, bem a tempo de se juntar ao homólogo insular. Ambos viram o jogo na tribuna VIP.

Maicon falha Paços


Maicon é baixa para o próximo jogo da Liga do FC Porto com o Paços de Ferreira. O central, que ontem regressou ao lado direito, viu o cartão amarelo, o quinto da temporada, por uma falta sobre Rondon, à entrada da área. Só com uma expulsão é que Maicon estaria impedido de jogar na Luz, terça-feira, para a Taça da Liga.

Debate instrutório adiado


O início do debate instrutório do caso Túnel da Luz previsto para ontem foi adiado para 29 de março. Recorde-se que os dois stewards, Sandro Correia e Ricardo Silva, moveram processos a Hulk, Sapunaru, Helton, Cristián Rodríguez e Fucile e reclamam uma indemnização de 45 mil euros por agressões de que terão sido vítimas.


Dragões viajaram no fim do jogo e treinam já hoje


Sem tempo a perder, a comitiva do FC Porto regressou de imediato ao continente após o triunfo na Choupana. Até por isso, não houve zona mista com jogadores dos azuis e brancos. Hoje, às 11 horas, Vítor Pereira orienta um treino, o primeiro de três para preparar a meia-final da Taça da Liga, com o Benfica, na Luz.

Nacional formalizou impugnação da AG da Liga


O Nacional entregou o recurso para a anulação das decisões da Assembleia Geral da Liga de Clubes da passada segunda-feira. As deliberações daí resultantes, alega o Nacional, são consideradas "feridas de ilegalidade, violando o artigo 3a) do regulamento geral da Liga".

Kadú saudou o "Rei Helton"


Mal Carlos Xistra apitou para o final da partida, o terceiro guarda-redes do plantel portista entrou na sua página no Facebook para felicitar o primeiro da hierarquia pela exibição na Choupana. "Rei Helton" escreveu o angolano, o

in "ijigi.pt"

2 comentários:

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Foi uma exibição descolorida, apagada, desconexa, desorganizada, trapalhona, enfim, impregnada de todos os defeitos que vem sendo a imagem de marca desta época. Uma vitória lisonjeira que vai garantindo a liderança, mas que esteve a milhas de convencer.
Esta equipa portista joga cada vez menos e começa a ser penoso ver jogadores de tão grande qualidade com comportamentos tão vulgares.

Tivemos a estrelinha dos campeões e Helton em grande. A sorte não dura para sempre. As nuvens negras da desgraça pairam cada vez com mais intensidade. Adivinha-se a derrocada a todo o momento, nos jogos complicados que ainda faltam.

Um abraço

Penta disse...

caro Paulo, caríssimas(os)

concordo com o teor do post.
penso que tudo está escrito quando o Helton foi um autêntico guardião que permitiu a conquista de (mais) três preciosos pontos, rumo ao objectiv final: a revalidação do título.

somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)

Miguel | Tomo II