Defour descobriu um mundo novo em Portugal e no FC Porto em
particular, bem diferente daquele que conhecia na Bélgica e
diz-se muito satisfeito com a aposta feita no início da
época passada. "Continuo convencido de que fiz uma boa escolha
quando decidi assinar pelo FC Porto, porque é um clube que
planifica bem as coisas e pensa a longo prazo. Na Bélgica podem
sempre dizer que joguei pouco, mas é preciso perceber a
mentalidade do FC Porto", explicou Defour numa entrevista à
RTBF. "Convém não esquecer que tinham acabado de vencer a
Liga Europa. Houve sempre muita concorrência para a minha
posição. Mas disseram-me sempre que tinha tempo, para me
adaptar em condições ao clube e à equipa",
acrescentou.
Para que se percebesse melhor a que nível evolui o FC Porto,
Defour foi convidado a comparar a seleção belga com os
bicampeões nacionais: "É difícil de dizer se a
seleção belga é mais forte do que o FC Porto. No
clube, temos um grupo com muitos internacionais, brasileiros,
uruguaios, portugueses, etc... se calhar temos uma equipa mais
experiente do que na seleção. Nós talvez tenhamos
mais talento individual puro, mas o FC Porto é uma equipa
fortíssima, uma verdadeira máquina. Não deixa de
ser impressionante constar o nível dos clubes onde evoluem hoje
em dia os jogadores belgas, quando até há bem pouco tempo
eram transferidos para clubes holandeses, ou clubes médios de
Espanha ou França", atirou.
Entre duas mentalidades diferentes, o jogador explicou ainda o que
faz dos bicampeões nacionais um clube ganhador: "No FC Porto
temos a obrigação de vencer o campeonato, ir à
final da Taça de Portugal e tentar chegar o mais longe
possível na Champions ou na Liga Europa". A nível
individual, a diferença também é notória.
"A concorrência é enorme, mas a certa altura cada um acaba
por ter uma oportunidade", frisou.
Com uma exigência superior à que estava habituado
quando atuava no Standard de Liège, Defour não escondeu
ter evoluído bastante no primeiro ano de FC Porto. "Hoje, sou
mais capaz de jogar como 6 ou 8. Progredi imenso e a vários
níveis, perdi peso e saí reforçado mentalmente.
É claro que nem sempre é fácil estar no banco.
Tive um período em que fiz três bons jogos e dei por mim
no banco. Não estava habituado a isso, mas é assim no FC
Porto e repito, não estou preocupado por ter jogado menos". A
exigência em Portugal é tão diferente da que tinha
na Bélgica que Defour confessou ter mudado alguns hábitos
e até parte da sua maneira de ser.
Paixão dos adeptos e ambiente incrível
Se na Bélgica os adeptos ficam a olhar de lado de cada vez
que um jogador não dá um autógrafo, em Portugal
é diferente. "No FC Porto a mentalidade é outra, somos
mesmo tratados como estrelas, sente-se mais a paixão pelo
futebol em Portugal, os seguranças protegem-nos das centenas de
adeptos que temos à espera no final dos jogos. É
incrível o ambiente que há em redor da equipa", descreveu
Defour. "No Standard tínhamos umas 50 pessoas à nossa
espera, aqui se não fossem os seguranças era demais",
explicou o belga, que de pressa se habituou a ter centenas de adeptos a
pedir um autógrafo ou uma fotografia.
in "ojogo.pt"
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