sexta-feira, 15 de junho de 2012

Alipio Jorge: "A Taça da Europa beneficia sempre a equipa da casa"

O segundo lugar na Taça da Europa não pode ser considerado um mau resultado para o bilhar do FC Porto, mas, ainda assim, deixa algo a desejar. Ser campeão europeu era um dos grandes objectivos da temporada, só que os franceses do AGIPI e as condições à volta da final não permitiram esse feito aos Dragões. Alípio Jorge, responsável pela secção, tece críticas à organização da prova.

Frustração e dificuldade enorme
"Ser vice-campeão europeu é muito, muito difícil. Só quem joga bilhar é que tem a noção do que representa esse segundo lugar, mas a frustração que sentimos por não termos sido campeões europeus é incompatível com esta dificuldade enorme. A verdade é que não ganhámos, ficámos pela terceira vez com a medalha de prata, e isso aconteceu apesar de uma excelente prestação desportiva. Foi talvez a melhor prestação desportiva do FC Porto a nível internacional."

Factores impeditivos
"O clube tem um currículo invejável a nível mundial e mantém o sonho de ganhar o campeonato da Europa, que vai conseguir certamente. O problema é que há vários factores a contribuir para que as dificuldades extra-jogo aumentem. Eu já disse e repito, de forma veemente, em nome do FC Porto, que estas condições de competição são desvantajosas para toda a gente menos para o clube da casa."

No pano usado cai a nódoa
"O bilhar é o único desporto no mundo em que o campeão em título tem logo acesso directo à final do ano seguinte e não joga qualificações. Está errado. Para além disso, as mesas não são seladas, como recomenda a Confederação Europeia de Bilhar. Jogar em pano usado altera a verdade desportiva, porque as mesas criam vícios, que dão vantagem a quem está há vários dias a treinar incessantemente – 10 horas por dia, segundo me disseram -, naquelas mesmas mesas."

Comportamento superior
"Enquanto nós vamos tentando essa adaptação às condições da mesa durante o jogo, os pontos vão passando e as dificuldades sobem de nível. Mesmo assim, há que dizer que a nossa equipa se portou de uma forma incrivelmente superior, com resultados técnicos invejáveis."

Prejudicados
"Só não ganhámos, primeiro por sortilégio de jogo, porque os outros também são bons – alguns adversários são dos melhores do mundo e eu não quero tirar o mérito a quem o tem -, mas também porque fomos altamente prejudicados pelas actuais condições em que se disputam estas finais. A verdade desportiva sai lesada e não podíamos deixar de dar voz a esta situação."

Mudanças urgentes
"O clube que ganha tem de ser sujeito ao crivo da qualificação no ano seguinte, como acontece em todos os desportos. Depois, o campeão não pode jogar sempre em casa, o local da final devia ser sorteado, e o pano das mesas tem de ser novo, a estrear, em todos os jogos, para que todos os competidores partam em igualdade de circunstâncias. São necessárias mudanças urgentes.

in "fcp.pt"

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