Antero Henrique, diretor-geral da SAD do FC Porto, considera que a decisão que põe fim ao empréstimo de jogadores entre clubes do mesmo escalão é «um atentado ao jogador português».
«É um grande retrocesso no que diz respeito à necessidade de desenvolver o jogador português que assim vê o seu espaço diminuído. As equipas B são uma excelente medida, mas é preciso um nível intermédio», explica o dirigente do FC Porto ao jornal O Jogo, dando o exemplo de Adrien, Atsu, Cédric, Kelvin ou Pizzi, jogadores cujas cedências foram bem sucedidas.
Para Antero Henrique «isto caminha num sentido muito escuro, porque o que se defende é a solidariedade no futebol português, sobretudo num contexto de dificuldades financeiras», algo que não está a ser respeitado e cuja discussão não foi promovida.
«Não acredito em sucesso sem planeamento. Uma decisão destas tinha de ser discutida com tempo, porque há vários modelos para a questão e basta ver o que aconteceu na liga mais comercial do mundo, a inglesa, onde as regras foram amplamente debatidas», atirou o dirigente dos dragões, criticando quer o timing da apresentação desta proposta do Nacional, uma vez que surge a poucos dias do arranque da época e quando já existiam contratos de cedência assinados, mas também a própria postura de alguns clubes, que eram dos que mais beneficiavam com os empréstimos: «Muitos clubes andam hipnotizados, não sabemos muito bem com o quê. No fim deste hipnotismo vamos perceber como é que isto está...»
Em jeito de remate mas muito crítico em relação à falta de promoção da competitividade e da saúde financeira do futebol luso, Antero Henrique lembra até um episódio recente que em nada ajuda ao crescimento da modalidade: «Na última assembleia geral, por exemplo, propôs-se a retirada de espaço publicitário nos estádios para dar visibilidade aos patrocinadores da Liga. Isto só pode ser a necessidade de financiar a sua pesada estrutura», atirou.
in "zerozero.pt"
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