LC: D. Zagreb-F.C. Porto, 0-2 (crónica)
Golos de Lucho e Defour
O F.C. Porto quebrou um enguiço nacional. É a primeira vez que uma
equipa portuguesa vence em Zagreb. Estreia dos dragões
com o pé direito, no primeiro dia da era
pós-Hulk. Lucho e Defour garantiram os três pontos frente a um Dínamo
que, ainda
assim, causou inexplicáveis embaraços a Helton
(0-2).
Vítor Pereira mexeu mais que o previsto, lançando Miguel
Lopes
no lado direito da defesa. Danilo ficou no banco
de suplentes, abrindo espaço para um flanco totalmente português.
Varela
surgiu de um lado, James Rodriguez do outro.
James,
apontado por Hulk como um sucessor natural, fez dupla à esquerda
com Alex Sandro. O lateral, estreante na Liga
dos Campeões, assinaria uma das melhores exibições da noite.
Bem
perto
do intervalo, na sequência de um falhanço
clamoroso de Jackson Martinez, o coletivo do F.C. Porto funcionou e
construiu a
vantagem. Alex Sandro recuperou a bola e tabelou
com James. Já à entrada da área, cruzou rasteiro para desvio incompleto
de
Kelava. Lucho, na recarga, não perdoou.
O golo deu uma vantagem merecida dos dragões. Domínio comprovado em Zagreb,
perante um Dínamo que se arrisca a ser, uma vez mais, um figurante sem expressão na Liga dos Campeões.
Os números
redondos de Lucho
Lucho González, por
outro lado, é uma personagem com historial e peso na competição. Oito
anos
após a sua estreia na Liga dos Campeões (num
Glasgow Rangers-F.C. Porto), o argentino surgiu como capitão deste Porto
pós-Hulk
e garantiu o seu 15º golo em 50 jogos.
El Comandante garantiu ainda um feito ao alcance de poucos. Marcou golos nas
oito edições da Champions em que participou, não esquecendo o seu período no Marselha.
Recuando
no filme de jogo,
importa recordar o falhanço de Jackson. O
avançado colombiano tem inegável potencial mas também algum excesso de
confiança.
Por isso mesmo, não conseguiu aproveitar uma
falha clamorosa de Kelava para, com a baliza aberta, inaugurar a
contagem. Perdeu
tempo e a oportunidade. Felizmente para ele,
segundos depois, Lucho atirou a contar.
O Dínamo de Zagreb, onde o
português
Tonel acaba por ser um dos jogadores com maior
qualidade, criava perigo ocasional e acabava por contentar-se com a
leve sensação
de disputa de território. Na etapa complementar,
com naturalidade e algumas armas em lances de bola parada, acabou por
causar
alguns embaraços a Helton.
O F.C. Porto
baixou no terreno, num misto de cansaço e precaução, acabando por
consentir
o assédio croata à sua baliza. Ao minuto 79,
Carrasco não fez jus ao seu nome e acabou por falhar uma oportunidade
clamorosa
para chegar ao empate!
Após cruzamento na esquerda, Helton falhou o desvio, o jogador do Dinamo de Zagreb atirou
para a baliza mas o guarda-redes portista conseguiu recuperar e evitar o golo.
O ataque que não mata
Logo
depois, provando que essa será um arma para o
futuro, Helton voltou a fazer um lançamento longo para o ataque.
Primeiro, tinha
sido James a beneficiar, disparando para bela
defesa de Kelava. Desta vez, foi Kléber a surgir em boa posição, ganhar o
lance
com o corpo e atirar ligeiramente ao lado!
Kléber
substituiu Jackson, Atsu substituiu Varela. O ataque do F.C. Porto
não foi particularmente feliz. Já em tempo de
descontos, perante um Dínamo sem forças nem capacidade para mais, os
dragões
selaram o triunfo.
Christian Atsu, que entrou bem no jogo, viu a desmarcação de Defour e este, denotando frescura
física, aproveitou o espaço para fazer o 0-2.
in "maisfutebol.iol.pt"
1 comentário:
Começo por deixar uma palavra para o Presidente que está em recuperação, deve ter sofrido, mas estas vitórias funcionam como a melhor das terapias.
Uma palavra para o nosso GRANDE CAPITÃO, Lucho González que apesar do falecimento do pai, fez um grande jogo e deu uma lição de GRANDE PROFISSIONALISMO. Para El Comandante e família, os meus sentidos pêsames.
Frente a um adversário que lhe é claramente inferior, o F.C.Porto, que entrou com uma surpresa na equipa inicial, Miguel Lopes no lugar de Danilo, fez uma primeira-parte em que dominou totalmente e mesmo sem jogar bem, mesmo sendo pouco dinâmico, lento de processos e pouco contundente no último terço, chegou ao intervalo a vencer pela diferença mínima, 1-0. E se ficamos apenas pela diferença mínima, isso fica-se a dever, por um lado, à forma como abordamos os lances de ataque e por outro, porque Jackson falhou um golo para os apanhados, o que diz tudo sobre a displicência com que o ponta-de-lança abordou um lance em que fez o mais difícil. Do lado dos croatas, apenas a preocupação em fechar linhas de passe, defender atrás da linha da bola e depois, à base de voluntariedade, um ou outro contra-ataque, mas sem grande perigo.
A segunda-parte foi parecida com a primeira. Continuamos a ser superiores, a dominar, mas sem matar o jogo. E assim, com a vantagem a manter-se mínima, a equipa croata foi acreditando, teve um ou outro lance de perigo que Helton resolveu, com mais ou menos dificuldade. Defour, já no tempo de descontos e como corolário de um grande jogo, marcou um belo golo e deu mais justiça ao resultado.
Tudo somado, sem deslumbrar, vitória justíssima e sem discussão do bi-campeão, que entrou com pé direito na fase de grupos da prova mais importante da UEFA.
Notas finais:
A questões que se colocavam antes do jogo eram: como iria a equipa reagir à saída de Hulk; se conseguiria colmatar essa saída com base no colectivo; alguém se assumiria, se por acaso fosse preciso levar a equipa às costas; e se a paragem poderia trazer consequências.
Colectivamente estivemos bem, apesar do ataque não ter estado muito inspirado. O trio, James, Jackson e Varela, foram dos que menos brilharam; não foi preciso ninguém assumir-se; e a paragem notou-se no ritmo da equipa.
A equipa do Dínamo é, teoricamente, a equipa mais fraca, tal como era o Apoel na época passada. Na temporada anterior foi com o adversário mais fraco que começamos a entregar o ouro ao bandido, nesta já demos um belo passo em frente.
Abraço
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