Olhando para a
exibição de quarta-feira do F.C. Porto frente ao Paris Saint-Germain,
para a Liga dos Campeões, mas não só, Vítor
Pereira reconhece o talento e qualidade de James
Rodriguez, mas pede que não se crie «uma onda em torno do jogador».
«Não
quero que criem uma dependência como com o Hulk.
Diziam que sem o Hulk o F.C. Porto não tinha pernas para andar. E nós,
muitas
vezes vamos buscar forças a essas coisas. O FC
Porto não era só o Hulk, nem é só o James. Não criem uma onda de que o
FC Porto
depende totalmente do James porque isso é
totalmente falso», assegurou o treinador portista.
«Independentemente
da
qualidade e do talento do James, gostava que
fossem evidenciados todos os jogadores que contribuíram para esse grande
jogo
de quarta-feira. Vi comportamentos de excelência
em quase, senão em todos, os jogadores», garante Vítor Pereira.
«Se tivesse a palavra mágica que os fizesse jogar como com o PSG»
Vítor Pereira não esquece a exibição frente ao Rio Ave
Na jornada passada, o
FC Porto não foi além de um empate frente ao Rio Ave, num jogo em que até esteve a vencer por 1-0. Já na passada quarta-feira,
frente o Paris Saint-Germain a
exibição foi de um nível muito superior. Questionado pelos jornalistas sobre estas oscilações exibicionais, Vítor
Pereira admite que por vezes, falta a palavra mágica que faça a equipa encarar o jogo da forma certa.
«Se
nós treinadores
tivéssemos a palavra mágica que os fizesse jogar
como frente ao PSG, seria o melhor treinador do mundo, teria encontrado
a
poção mágica para que os jogadores entrassem com
a abordagem mental necessária a cada um dos jogos».
«O que eu
tento
fazer é colocar os jogadores dentro desse chip
mental a que o jogo vai obrigar. Às vezes correspondem, mas por vezes
acontecem
coisas destas que a mim e aos jogadores não
agradam», disse o técnico, referindo-se o encontro com o Rio Ave.
«Frente
ao Rio Ave, não fiquei satisfeito. A equipa a
ganhar 1-0 não pode gerir o jogo em cima de um resultado tão curto. É um
resultado
perigoso, a equipa de tem de ir à procura do
segundo golo. Não o fizemos, baixámos o nosso ritmo de jogo, baixámos os
índices
de agressividade e, a ganhar 1-0 deitámo-nos à
sombra do resultado e fomos penalizados, do meu ponto de vista,
justamente»,
admitiu Vítor Pereira.
O objetivo agora é
claro: «Temos é que trabalhar para que isto não volte a acontecer.
Temos
que estar agressivos porque os adversários têm
grande dificuldade para acompanhar o nosso jogo, senão colocámos-nos a
jeito
para sofrer um golo. E depois acontece o que
aconteceu».
Mas nem tudo foram críticas em relação à prestação
dos
Dragões em Vila do Conde. «Num resultado de 1-0
foram confrontados com dois golos, um resultado negativo e aí, a equipa
foi
grande e soube ir atrás do resultado e conseguiu
empatar o jogo».
Olhando para as jornadas passadas, Vítor
Pereira
recusa-se a encaixar o jogo com o Olhanenses no
Algarve, neste conjuto de exibições menos conseguidas. «Encontrámos um
adversário
muito complicado, agressivo, viemos de lá com
uma vitória e só ganhámos aquele jogo porque fomos equipa».
E
diz
mesmo: «Não acredito que qualquer um dos ditos
grandes venha de Olhão com uma grande exibição e uma vitória sem
dificuldades».
Vítor Pereira: «É-me indiferente o treinador ser Sá Pinto ou não»
Treinador não quer ouvir falar da crise leonina e avisa o F.C. Porto de que o adversário está ferido no orgulho. «Vai querer
correr, correr, correr»
O F.C. Porto recebe este domingo o Sporting num clássico do futebol
português marcado pela polémica em torno da formação
leonina. O Sporting foi humilhado na Hungria
pelo modesto Videoton e nesta altura é incerto se Sá Pinto se mantém no
comando
técnico da equipa leonina.
Ora tudo isto
parece desviar F.C. Porto do centro da atenção mediática, o que para
Vítor
Pereira é prejudicial. O técnico não quer que o
clube se disperse em torno da controvérsia alheia. Por isso avisa para o
perigo
que um rival, e sobretudo um clássico, pode
representar nas contas portistas.
«O Sporting vem com o orgulho
ferido,
vai querer mostrar que está vivo, que tem
capacidade para dar a volta a esta situação. Não acredito que esteja
fragilizado
por dois jogos maus, acho que vem unido»,
referiu Vítor Pereira. «O Sporting virá a querer correr, correr, correr
pelo resultado.»
«Nunca
vi num clássico uma equipa claramente favorita.
Os clássicos são clássicos, as equipas motivam-se e nunca se sabe o que o
jogo vai dar. Quero ver a minha equipa jogar
como no último jogo, a impor-se com agressividade ofensiva e defensiva e
colocando
um ritmo forte no jogo.»
A mensagem, por
isso, dificilmente podia ser mais clara. «O Sporting não vai estender a
passadeira para os jogadores do F.C. Porto
passarem», sublinhou. «Vou pedir o que peço sempre: entrega total,
concentração,
qualidade individual e coletiva, sendo que a
coletiva está acima da individual.»
Pelo meio, claro, falou-se de
Sá
Pinto. O treinador leonino está no fio da
navalha, podendo cair a qualquer altura. A imprensa fala aliás com
insistência que
Sá Pinto deixará de ser treinador nas próximas
horas, havendo até quem garanta que será Oceano a orientar o Sporting no
Dragão.
A
indefinição em torno do comando técnico leonino
também não afasta Vítor Pereira do essencial. O treinador portista
garante
até que esse é um assunto que terá de passar ao
lado do F.C. Porto. «É-me indiferente o treinador ser ou não o Sá Pinto.
Sei
é que vem cá a equipa do Sporting», frisou.
O
que não significa que não esteja ao lado de Sá Pinto. Está. «Nas
vitórias
não acredito na responsabilidade dos
treinadores, mas num trabalho conjunto. Nas derrotas é o mesmo, a
responsabilidade não
é só do treinador, mas também é dele. Tem de ser
assumida por todos.»
in "fcp.pt"
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