A matriz de jogo e mais uma indireta ao Benfica, a propósito da passagem dos encarnados para a Liga Europa
Vítor Pereira, treinador do F.C. Porto, fez nesta quinta-feira a antevisão da visita ao Nacional da Madeira, em encontro relativo à 28ª jornada da Liga 2012/13. À margem de vários temas polémicos, houve tempo para falar sobre o duelo com a formação insular.
O Nacional perdeu em casa com os dragões para a Taça de Portugal e a Taça da Liga. «Fundamentalmente, temos a obrigação de honrar o nosso trabalho, a nossa qualidade que fomos apresentando ao longo da época, honrar o clube e os nossos adeptos. E isso faz-se ganhando os nossos jogos até final do campeonato. São essas as contas que fazemos», começou por dizer.
«A Choupana é um campo difícil para qualquer adversário. A qualidade individual dos jogadores da frente do Nacional coloca problemas a qualquer equipa e o trabalho do Manuel Machado tem permitido à equipa subir na tabela para, neste momento, ainda aspirar a um lugar europeu. Teremos dificuldades, já os vencemos três vezes esta época mas cada jogo é um jogo. Vamos com o sentido de conquistar os três pontos. Trabalhámos muito para conquistar os nossos objetivos e cabe-nos continuar a honrar o nosso trabalho», foi acrescentando o técnico.
Vítor Pereira não acredita que o Estoril pontue na Luz. Repetiu a ideia várias vezes: «Disse que temos a obrigação de vencer os nossos jogos. Não faço previsões. Vejam os números do nosso trajeto ao longo do campeonato.»
«Orgulho-me pelo modelo de jogo da nossa equipa, tem sido fiel a si própria, por vezes mais rápida, por vezes mais lenta. Há quem goste de marcar muitos golos, mesmo que sofra, eu não penso assim, não quero os jogadores atrás da bola, quero que a tenha, retirando a iniciativa do adversário. Foi este o F.C. Porto que foi construído. Se analisarem os números, veem um F.C. Porto com muitos golos marcados, com muitos poucos golos sofridos, com muita mais posse de bola que os adversários e um F.C. Porto que tentou ser assim também na Europa», lembrou o treinador.
Durante esta parte da conversa, nova indireta ao Benfica. «O Porto foi a única equipa portuguesa que teve qualidade para passar a fase de grupos da Liga dos Campeões, não ser eliminada e ir para a Liga Europa, onde estão equipas com menor qualidade, na minha opinião. Não fomos eliminados da Liga dos Campeões por uma equipa qualquer, mas sim por uma equipa que levou a eliminatória para lá dos noventa minutos com um dos finalistas, o Borussia Dortmund.»
«Temos uma equipa com uma matriz definida, esse é o orgulho do meu trabalho. Estou orgulhoso pelo trabalho da equipa e dos meus jogadores», rematou Vítor Pereira.
Vítor Pereira fala de Jardel, Vítor e Steven Vitória
Enumeração de casos antes da visita do Estoril à Luz
A conferência de imprensa de Vítor Pereira foi dominada por temas relacionados com a disputa do título nacional. Para se sagrar campeão, o F.C. Porto precisaria que o Benfica perdesse quatro pontos em três jogos, começando na receção ao Estoril.
O Estoril visita o Estádio da Luz e Steven Vitória parece estar em dúvida para o encontro. Algo que o técnico portista estranha, depois de ter visto o nome do jogador ligado ao Benfica nas últimas semanas.
«Sobre o Steven Vitória, não sou ninguém para julgar mas penso pela minha cabeça, tenho as minhas ideias, digo aquilo que penso porque não estou agarrado a nada. Infelizmente para o futebol português, têm acontecido estas coisas. Há duas épocas, o Jardel foi contratado no próprio dia em que o Benfica defrontava o Olhanense. Por mais que o regulamento o permita, não acho ético», começou a dizer.
Reportando já à presente temporada, o técnico azul e branco vai mais longe: «No confronto com o P. Ferreira, sai a notícia da contratação do Vítor por parte do Benfica. À mulher de César, não basta parecer, é preciso ser. Não é opinião do clube nem mais ninguém, eu é que acho que são coisas que não dignificam o futebol português.»
Sempre no mesmo tom, Vítor Pereira foi confrontado com as declarações do presidente do Marítimo antes do embate da formação insular com o líder do campeonato. «Ambas as equipas vão querer vencer. Nada farei para que o Benfica não seja campeão, mas também nada farei para que o Marítimo não vá à Liga Europa», disse então Carlos Pereira.
«Eu faço a minha leitura, mas gostavam que vocês fizessem a vossa», salientou Vítor Pereira.
Vítor Pereira: «Este campeonato passa a sujinho, sujinho»
Treinador do FC Porto faz insinuações sobre luta pelo título
Vítor Pereira diz que a equipa do FC Porto tem de «honrar o seu trabalho» na visita ao Nacional para a antepenúltima jornada da Liga. De qualquer forma, parece ter perdido a esperança.
O treinador deixou a ideia de que já não acredita na conquista do título, com insinuações sobre a discussão do campeonato com o Benfica e a afirmação de que acha «impossível» que a prova seja decidida por mérito desportivo.
Quando questionado sobre se já não tem esperança em conquistar o título, quando faltam três jornadas para o final, o técnico responde assim: «Se me perguntasse há duas jornadas, eu diria que tinha legitimidade para ser um título bem discutido até à última jornada.»
«Neste momento, depois das duas últimas jornadas, já não acredito que assim seja. Não acredito que seja possível ao Estoril vencer na Luz. De uma forma ou de outra os três pontos vão lá ficar», acrescentou.
O treinador sublinhou mesmo a convicção durante a conversa com os jornalistas: «Acho impossível que isso (ndr. Estoril pontuar na Luz) aconteça. Podem escrever. Acho impossível.»
Mais à frente, Vítor Pereira insistou na ideia, quando questionado sobre o facto de o Benfica ter esta semana, através do diretor de comunicação do clube, falado de arbitragens recorrendo a vídeos: «Eu tenho total consciência do que foi este campeonato da primeira à última jornada. Sei o que foi o nosso jogo na Luz. Sem querer retirar mérito, o que cabe ao mérito desportivo (já assumi que Benfica e FC Porto têm justificado a diferença pontual para os outros, têm apresentado mais qualidade de jogo), sei fazer a minha leitura.»
«Não é com folclore que distraem. Não é com o barulho dos foguetes que me atordoam ou me fazem esquecer muitas coisas. Recordo-me de muita coisa ao longo deste campeonato. Nomeadamente não deixo de recordar o último jogo (do Benfica) com o Sporting porque foi de mais», frisou.
O treinador do F.C. Porto chega assim a uma conclusão: «Gostava que este campeonato fosse limpinho limpinho, mas para mim, na minha leitura, é um campeonato que fica manchado. Passa a sujinho, sujinho, sujinho, após o jogo inadmissível há duas jornadas.»
in "maisfutebol.iol.pt"
Sem comentários:
Enviar um comentário