O Mundial de Sub20 pode ser comparado a um site de relacionamentos. Há quem se queira vender com a noção da visibilidade que tem naquela “montra” sabendo que quanto melhor fôr a sua pose/performance dentro da plataforma de projeção, mais e “melhores” interessados terá com quem partilhar objetivos no futuro... estes, que também procuram quem lhes possa vir a fazer feliz no futuro, seja pela via desportiva (clubes/olheiros), seja pela via financeira (clubes na perspetiva de valorização futura/empresários).
Assim, é normal que muitos jogadores se galvanizem e deixem a pele em campo por saber o quão benéfico será para eles começar a partilhar objetivos com ambições e orçamentos elevados, piscando o olho a quem pode “comprar”.
Poderá ser o caso de um dos jogadores mais talentosos e apelativos deste Mundial, mas se a qualidade vem ao de cima da maneira que vem é porque o talento está lá e não apenas pela perspetiva de valorização: a visão de jogo alargadíssima, a precisão no passe, a técnica acima da média, o toque de bola que emana um perfurme de charme e a meia distância precisa que já valeu dois golos à sua seleção, seja em bola corrida seja através de lances de bola parada. Tudo isto é como o algodão: não engana.
De quem se trata? Bem, se o víssemos jogar sem camisola, soubessemos que o torneio não era para jogadores com 20 anos ou menos e ouvíssemos o seu treinador e companheiros chamar-lhe “Juan”, o instinto mandaria dizer que se trataria de um dos melhores nº10 de sempre – Juan Roman Riquelme.
Não seria motivo de embaraço, perante quem soubesse de que jogador se tratava, e nos ouvisse a proferir o nome errado dirigido àquele rapaz de 1,65 metros preenchidos de génio. É que Juan Roman Riquelme não partilha só o primeiro nome com o jogador em questão: para além de tudo o que está referido acima, há ainda o nº10 nas costas, a forma como gosta de pegar no jogo e trazer consigo a equipa, a exclusividade que ele tem em cobrar lances de bola parada, a maneira fluída como recebe/conduz o esférico e os promenores técnicos que deliciam qualquer adepto de futebol.
Este Juan mais novo tem-se “vendido” de forma exuberante neste Mundial de Sub20 (e não só, basta olhar para o que fez no SudamericanoSub20 para atestar a sua importância na sua seleção) para quem queira comprar, fazendo dos 8 milhões que pede atual "parceiro" para um potencial divórcio uma verdadeira pechincha a pagar por quem promete ultrapassar o Juan mais velho na carreira que poderá vir a ter.
Os interessados andam atentos, uns mais que outros. O FC Porto é um deles e se contar com Juan Fernando Quintero nas suas fileiras na próxima época, terá mais um talento de classe mundial para potenciar e projetar depois de Falcao, James e Jackson. O futebol português agradecereria o perfume que o futebol do 10 colômbiano pudesse espalhar pelos seus relvados, embora o modelo de jogo portista tivesse de ser alterado... mas valeria a pena.
in "record.pt"
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