Stop aos particulares, o campeonato começa na 6.ª feira (Paços-Braga). O FC Porto é realmente mais forte que Benfica e Sporting? E porquê?
Aviso à navegação: ser tetracampeão é dos títulos mais complicados que há. Na Alemanha e em Inglaterra, por exemplo, nenhum clube o é. Em Itália, só Juve (31-34) e Torino (46-49) conseguem. Em Espanha, só Real Madrid (61-64, 86-89) e Barcelona (91-94). Em Portugal... Bom, em Portugal, o caso tem história. Três, para ser mais exacto.
No Verão de 1953, o Sporting convive com a saída do treinador inglês Randolph Galloway e contrata o húngaro Joseph Szabo, uma espécie de regresso do filho pródigo. O início de época é complicado e dois jogadores (Hrotko e Travaços) são multados pela própria direcção por agressões a adversários na Covilhã e em Braga, respectivamente. Depois das confusões e das multas, as lições dentro do campo. No final, sete pontos de avanço sobre o FC Porto, 11 sobre o Benfica e 12 sobre o Belenenses. E ainda João Martins como melhor marcador (31 golos).
Em 1997/98, o FC Porto é o segundo tetra português. Embora as situações de fricção interna fossem uma constante, produto da faceta emocional do treinador António Oliveira, muito dado a divergências com as principais estrelas da companhia, como Jardel e Sérgio Conceição, a verdade é que se passeia sem rivais dignos desse nome: o Sporting tem quatro treinadores (Octávio Machado, Francicco Vital, Vicente Cantatore e Carlos Manuel), o Benfica três (Manuel José, Mário Wilson e Graeme Souness). Líder desde a segunda jornada, a equipa azul só perde pela primeira vez à 19.a jornada (1-0 no Restelo) e festeja o título a três rondas do fim (3-2 ao Boavista).
Seria o FC Porto a reeditar a proeza do tetra, em 2008/09. A saída de algumas pedras-chave, como Bosingwa, Paulo Anunciação e Quaresma, faz tremer as estruturas. Perde a Supertaça para o Sporting, com Rui Patrício a defender um penálti de Lucho. Quando começa a Liga, o FCP de Jesualdo Ferreira continua desgovernado e perde duas vezes seguidas (Leixões e Naval). Adquirida a rotina, inicia-se uma série de 23 jogos sem derrotas, incluindo 11 vitórias seguidas fora de casa, que permitem os festejos do título a duas rondas do fim (1-0 ao Nacional). Bruno Alves, eleito pelos treinadores o melhor jogador da competição, é o autor do golo.
O cenário do tetra volta a apresentar- -se para o FC Porto agora, em 2013/14. Pelo relatório da Supertaça portuguesa, no inapelável 3-0 ao Vitória de Guimarães, resultado construído na primeira parte com golos de Licá, Jackson e Lucho, o Porto é o mais sério candidato ao título nacional. Saem Vítor Pereira (treinador) e dois titulares (Moutinho e James), e agora? Nada, o FCP é uma máquina com mais títulos nacionais neste século (24) que todos os outros clubes (22)
Paulo Fonseca muda o vértice do meio--campo para Defour (no lugar de Moutinho) e Fernando mais Lucho na frente. Para o lugar de James há outro colombiano (muito) bom de bola. Chama-se Quintero, um fenómeno em passes telecomandados (83% de eficácia nos 17 jogos pelo Palermo em 2012/13). Além disso, o toque de bola, sempre o toque de bola como plano A, B e C.
O Porto não a larga de jeito nenhum. Prova disso o 3-0 ao Vitória. O lance inicia-se na direita aos 43'57'' e termina no remate do capitão, Lucho, na grande área, aos 44'42''. Ou seja, 45 segundos com 16 passes e oito jogadores envolvidos - só o guarda-redes Helton e os centrais Mangala e Otamendi falham à chamada.
Em contraponto deste ascendente azul e branco, há o Benfica. Os resultados da pré-época não ajudam, sobretudo os últimos jogos, com derrotas na Luz (2-0 para o São Paulo) e em Nápoles (2-1 no San Paolo). O fantasma reaparece: é possível o tri-vice-campeão da 1.a divisão, Taça de Portugal e Liga Europa aguentar-se com o mesmo treinador? Em equipa que perde não se mexe? Jesus baralha e dá de novo. Realce-se a fiabilidade de Cortez, o primeiro lateral-esquerdo competente desde a saída de Coentrão em 2011, e a técnica + aceleração de Markovic, um portentoso avançado de 19 anos. Há uma luz ao fundo do túnel, claro, mas o FCP tem mais argumentos.
Resta o Sporting. Com Leonardo Jardim, há esforço, dedicação e devoção. Só lhe falta a glória, mas um passo de cada vez. O leão arranha (3-0 à Fiorentina) mas também é arranhado (3-2 vs. West Ham, 1-0 vs. Braga). É inconstante, fruto da média de 22 anos de idade do onze ideal, com cinco novidades em relação à época passada, incluindo os dois prometedores "W" (William Carvalho e Wilson Eduardo). Há esperança, claro, mas este campeonato é entre FC Porto e Benfica.
Aviso à navegação: ser tetracampeão é dos títulos mais complicados que há. Na Alemanha e em Inglaterra, por exemplo, nenhum clube o é. Em Itália, só Juve (31-34) e Torino (46-49) conseguem. Em Espanha, só Real Madrid (61-64, 86-89) e Barcelona (91-94). Em Portugal... Bom, em Portugal, o caso tem história. Três, para ser mais exacto.
No Verão de 1953, o Sporting convive com a saída do treinador inglês Randolph Galloway e contrata o húngaro Joseph Szabo, uma espécie de regresso do filho pródigo. O início de época é complicado e dois jogadores (Hrotko e Travaços) são multados pela própria direcção por agressões a adversários na Covilhã e em Braga, respectivamente. Depois das confusões e das multas, as lições dentro do campo. No final, sete pontos de avanço sobre o FC Porto, 11 sobre o Benfica e 12 sobre o Belenenses. E ainda João Martins como melhor marcador (31 golos).
Em 1997/98, o FC Porto é o segundo tetra português. Embora as situações de fricção interna fossem uma constante, produto da faceta emocional do treinador António Oliveira, muito dado a divergências com as principais estrelas da companhia, como Jardel e Sérgio Conceição, a verdade é que se passeia sem rivais dignos desse nome: o Sporting tem quatro treinadores (Octávio Machado, Francicco Vital, Vicente Cantatore e Carlos Manuel), o Benfica três (Manuel José, Mário Wilson e Graeme Souness). Líder desde a segunda jornada, a equipa azul só perde pela primeira vez à 19.a jornada (1-0 no Restelo) e festeja o título a três rondas do fim (3-2 ao Boavista).
Seria o FC Porto a reeditar a proeza do tetra, em 2008/09. A saída de algumas pedras-chave, como Bosingwa, Paulo Anunciação e Quaresma, faz tremer as estruturas. Perde a Supertaça para o Sporting, com Rui Patrício a defender um penálti de Lucho. Quando começa a Liga, o FCP de Jesualdo Ferreira continua desgovernado e perde duas vezes seguidas (Leixões e Naval). Adquirida a rotina, inicia-se uma série de 23 jogos sem derrotas, incluindo 11 vitórias seguidas fora de casa, que permitem os festejos do título a duas rondas do fim (1-0 ao Nacional). Bruno Alves, eleito pelos treinadores o melhor jogador da competição, é o autor do golo.
O cenário do tetra volta a apresentar- -se para o FC Porto agora, em 2013/14. Pelo relatório da Supertaça portuguesa, no inapelável 3-0 ao Vitória de Guimarães, resultado construído na primeira parte com golos de Licá, Jackson e Lucho, o Porto é o mais sério candidato ao título nacional. Saem Vítor Pereira (treinador) e dois titulares (Moutinho e James), e agora? Nada, o FCP é uma máquina com mais títulos nacionais neste século (24) que todos os outros clubes (22)
Paulo Fonseca muda o vértice do meio--campo para Defour (no lugar de Moutinho) e Fernando mais Lucho na frente. Para o lugar de James há outro colombiano (muito) bom de bola. Chama-se Quintero, um fenómeno em passes telecomandados (83% de eficácia nos 17 jogos pelo Palermo em 2012/13). Além disso, o toque de bola, sempre o toque de bola como plano A, B e C.
O Porto não a larga de jeito nenhum. Prova disso o 3-0 ao Vitória. O lance inicia-se na direita aos 43'57'' e termina no remate do capitão, Lucho, na grande área, aos 44'42''. Ou seja, 45 segundos com 16 passes e oito jogadores envolvidos - só o guarda-redes Helton e os centrais Mangala e Otamendi falham à chamada.
Em contraponto deste ascendente azul e branco, há o Benfica. Os resultados da pré-época não ajudam, sobretudo os últimos jogos, com derrotas na Luz (2-0 para o São Paulo) e em Nápoles (2-1 no San Paolo). O fantasma reaparece: é possível o tri-vice-campeão da 1.a divisão, Taça de Portugal e Liga Europa aguentar-se com o mesmo treinador? Em equipa que perde não se mexe? Jesus baralha e dá de novo. Realce-se a fiabilidade de Cortez, o primeiro lateral-esquerdo competente desde a saída de Coentrão em 2011, e a técnica + aceleração de Markovic, um portentoso avançado de 19 anos. Há uma luz ao fundo do túnel, claro, mas o FCP tem mais argumentos.
Resta o Sporting. Com Leonardo Jardim, há esforço, dedicação e devoção. Só lhe falta a glória, mas um passo de cada vez. O leão arranha (3-0 à Fiorentina) mas também é arranhado (3-2 vs. West Ham, 1-0 vs. Braga). É inconstante, fruto da média de 22 anos de idade do onze ideal, com cinco novidades em relação à época passada, incluindo os dois prometedores "W" (William Carvalho e Wilson Eduardo). Há esperança, claro, mas este campeonato é entre FC Porto e Benfica.
in "ionline.pt"
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