Paulo Fonseca tem uma relação especial com a Europa. No primeiro ano a
trabalhar no principal escalão do futebol português comandou o Paços de
Ferreira a um apuramento inédito para o play-off da Liga dos
Campeões. Agora, depois de deixar os pacenses, vai estrear-se na prova
mais importante de clubes mas ao serviço do FC Porto.
Mais um sinal desta relação especial. Quis o sorteio que Paulo
Fonseca se estreasse na Liga dos Campeões pelo FC Porto em Viena, cidade
de boas memórias para os azuis e brancos, que lá conquistaram a Taça dos Campeões Europeus em 1987, a primeira conquista europeia dos dragões.
No Estádio do Prater, hoje designado Ernst Happel, o FC Porto surpreendeu o mundo ao vencer o Bayern Munchen por 2x1,
numa final em que esteve a perder por 1x0. Rabah Madjer, com o famoso
calcanhar, e Juary anularam o golo inaugural dos alemães, apontado por
Ludwig Kogl. Artur Jorge foi o treinador que levou os azuis e brancos à glória, conquistando o primeiro troféu internacional do clube.
Comparando
o período dessa final de 87 com os dias de hoje o FC Porto é um clube
diferente, essencialmente pelo respeito que conquistou no velho
continente e no mundo. Um respeito alcançado através de títulos. Mais do
que a Supertaça Europeia que conquistou diante do Ajax e das Taças Intercontinentais que venceu perante o Peñarol e o Once Caldas, que logicamente têm o seu valor e a sua história, as conquistas da Taça UEFA e da Liga dos Campeões, sob o comando de José Mourinho em 2003 e 2004, e da Liga Europa, pela mão de André Villas-Boas em 2011, serão para sempre lembradas pelos adeptos portistas.
A cidade de Viena e o Estádio do Prater também nunca mais foram os
mesmos para o FC Porto, servindo desde então como uma espécie de
talismã, ao ponto de no trajeto para as conquistas da Taça UEFA e da
Liga Europa os dragões terem passado por lá e de terem ganho sempre.
Em 2002/2003, na segunda ronda da Taça UEFA, o FC Porto foi a Viena e
ao Prater para medir forças com o Austria Wien. O jogo terminou com uma
vitória da equipa treinada por José Mourinho por 1x0, com um golo de Derlei.
Épocas mais tarde, em 2010/2011, os dragões regressaram à mesma
cidade e ao mesmo palco mas para medirem forças com o Rapid Wien, num
encontro a contar para a fase de grupos. O resultado final foi de 3x1, com Radamel Falcao a assinar um hat-trick a favor do conjunto orientado por André Villas-Boas.
Paulo Fonseca vai, por isso, estrear-se num palco de especial
importância na história do FC Porto, sabendo também que os últimos
treinadores dos azuis e brancos que por lá passaram e ganharam acabaram
por conquistar a prova europeia na mesma época. Por isso, Artur Jorge,
em 1986/1987, José Mourinho, em 2002/2003 e André Villas-Boas, em
2010/2011, são exemplos que o atual técnico dos dragões quererá
certamente seguir nesta sua primeira experiência internacional.
in "zerozero.pt"
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