sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

VÍTOR PEREIRA "Jackson tem de arriscar mais"

O primeiro treinador de Jackson em Portugal, Vítor Pereira, considera o colombiano um avançado completo.


Jackson Martínez, que marcou na última jornada, lidera a lista dos melhores marcadores, a par do benfiquista Talisca, estando, por isso na corrida para voltar a ser, pelo terceiro ano consecutivo, o goleador da I Liga.

Por entre dezenas de golos, nota-se a poupa apetência do colombiano para marcar fora da grande área, algo que conseguia com relativa regularidade ao serviço do Jaguares, no México. "Era uma das características que lhe detetámos e que o tornava um avançado completo. Nos treinos fazia muitos golos como esse e, se isso não acontecia em jogo, era seguramente por défice de confiança. O golo ao Rio Ave pode ter-lhe devolvido isso e acredito agora fará mais assim", disse a O JOGO Vítor Pereira, o primeiro treinador a trabalhar com o Cha Cha Cha em Portugal.

A falta de confiança não se deveu a qualquer crise de exibições ou resultados, até porque isso nunca aconteceu de forma evidente ao longo destes 28 meses tão profícuos no Dragão. Jackson chegou com um problema em 2012. "Trazia uma fibrose numa coxa. que sem ser uma lesão complicada, não lhe permitia explodir em espaços curtos. E, por isso, acabava por jogar mais dentro da área, que exigia menos dele. Fora jogava mais nos apoios e como pivô", recorda o treinador. "O departamento médico fez um trabalho específico com ele, mas demorou quase a época toda a resolver", continuou. "Tem de arriscar mais. Pode evoluir nisso também. Arrisca pouco. Pedia-lhe várias vezes. Falta o desbloqueio mental. Pode ser que tenha desbloqueado", insistiu.

O golo ao Rio Ave, no passado domingo, chegou numa fase em que vive a melhor média desde que chegou ao FC Porto, dado que não surpreende Vítor Pereira. "Apesar de ter chegado aos 26 anos, sempre achei que tinha margem de evolução, até porque era o seu primeiro ano na Europa. Tinha muito potencial a desenvolver e acreditei que as épocas seguintes fossem melhores", justificou. "Sempre o achei muito completo, mesmo antes de o contratarmos. Sabia jogar em zonas baixas, tocar, tabelar, rodar para os dois lados, rematar com ambos os pés. Funciona como pivô de uma equipa que gosta de ter a bola, mas ao mesmo tempo sabe jogar no espaço", fechou.


in "ojogo.pt"

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