A meio da tarde, sensivelmente uma hora depois de aterrar na Madeira pela primeira vez como treinador do FC Porto, André Villas Boas passeava nos jardins do hotel onde o FC Porto está instalado, na zona do Lido, no Funchal. De olhos nas Ilhas Desertas, buscando inspiração para uma boa jornada esta noite, lá no alto onde se situa a Choupana, casa terrível para muitos visitantes do nosso futebol.
Anda com dores de cabeça o técnico portista, à beira de ser pai pela segunda vez, mas essas dores de cabeça são das boas e têm a ver, exclusivamente, a ver com o onze para esta noite (20.15h, com transmissão na TVI). Teoricamente, e atendendo às declarações feitas pelo treinador anteontem, serão quase nenhumas as alterações na equipa em relação ao onze mais utilizado nesta temporada, mas é verdade que a boa prestação de alguns jogadores - que ainda não se tinham mostrado verdadeiramente por falta de oportunidades - no desafio com o Rapid devem tê-lo deixado a pensar.
Dois nomes viram-se mais do que outros, Cristian Rodriguez e Rúben Micael, e este último até há-de suspirar por uma surpresa no onze centrada nele próprio. Afinal, Micael, grande cartada portista na última temporada, está em casa, regressa ao terreno do Nacional, onde até se estreou na última temporada com a camisola dos dragões, tem tudo para baralhar as contas ao mister e ganhar um lugar no meio-campo. Será sempre uma incógnita. Villas Boas até pode tirar Belluschi e dar espaço a Rúben, mas o curso dos portistas tem sido feito com o argentino.
Por isso as dores de cabeça de André são daquelas que não precisam dessa milagrosa aspirina que entrou nas nossas casas no século passado. Tem que fazer opções, e já disse que as faz olhando ao calendário de jogos e mesmo às características do adversário. Portanto, deixe-se em aberto essa possibilidade de Rúben Micael ser o orgulho dos madeirenses que o viram nascer para o futebol.
Sapunaru e Fucile
Rodriguez é outro caso, mas mais pacífico. Varela e Hulk tapam-no com o brilho que têm demonstrado no ataque, como fiéis aliados de Falcao. Um olhar para a lista de convocados que aqui publicamos e vemos que estão lá protagonistas de uma outra guerra, a do lado direito da defesa, Fucile e Sapunaru.
O uruguaio, que até esteve na lista de transferíveis, entrou com o Rapid, esteve muito bem, mas Sapunaru tem a favor o facto de ter iniciado a época, de surpreender e de agradar aos adeptos, o que não é fácil, uma vez que Fucile tem um imenso capital de simpatia.
Villas Boas também neste particular está como quer. Sabe que um e outro são capazes de fazer bem o lugar, sendo que Fucile dá ainda uma outra vantagem: a de poder jogar no lado esquerdo, não vá Álvaro Pereira ter um qualquer percalço.
Como dizia o treinador, «quem se deixar abater terá mais dificuldades de entrar na equipa». E parece que ninguém está nessa disposição. Um desafio tremendo a quem gere este plantel, que vive ainda uma extraordinária fase no que toca à saúde dos jogadores. Apenas Mariano é carta fora do baralho do técnico.
Na convocatória para este encontro, há a registar, em relação ao jogo com o Rapid, a saída de Castro e a entrada de Ukra e Sapunaru. Os dragões sabem da importância de uma vitória na noite de hoje. E vão estar na máxima força.
in "abola.pt"
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