Recuar pode não ser sinónimo de regredir. É esse o espírito que Miguel Lopes, lateral que o F.C. Porto emprestou ao Bétis de Sevilha, tem em mente para a temporada que agora arranca. O jovem português está encantado com a primeira experiência no estrangeiro e traça como objectivo um regresso em força ao reino do Dragão, no próximo ano. O Maisfutebol apanhou Miguel Lopes no final do encontro frente ao Granada, para a Taça do Rei, que os andaluzes venceram nos penalties. A segunda vitória em dois jogos, desde que o defesa chegou a Espanha. E mesmo que neste desafio não tenha saído do banco, não faltam motivos para sorrir ao português.
«Estes primeiros tempos em Sevilha têm corrido muito bem. Os jogadores têm sido fantásticos comigo. Mesmo os adeptos não se cansam de nos apoiar, mesmo quando estamos a perder. Está a ser muito bom, fui muito bem recebido. E claro, entrar a ganhar ajuda muito, porque o ambiente fica sempre melhor», frisou.
O Bétis é um histórico do futebol espanhol a tentar sair da crise que o levou à II Liga. No ano passado ficou às portas da subida e o objectivo é idêntico para o novo ano. Miguel Lopes deixou a luta pelo título em Portugal para passar a lutar pela subida ao principal escalão espanhol. Nada que o atrapalhe.
«O que eu mais queria era jogar e isso aqui é possível. Prefiro dar um passo atrás para depois dar dois para a frente. Tinha outros convites, mas preferi vir para Espanha. Estou na II Liga mas é semelhante à I Liga portuguesa. Ainda hoje, mesmo sendo a meio da semana e num jogo para a Taça, o estádio estava a abarrotar. É impressionante como aqui os estádios estão sempre cheios. Para quem gosta de futebol como eu, isso é uma motivação extra», lembrou.
«Do jeito que o F.C. Porto trabalha, vai ganhar o campeonato»
A época começou com muitas promessas. Com a porta de saída a parecer aberta para Fucile e com a vantagem que parecia levar sobre Sapunaru, foi para muitos uma surpresa quando Miguel Lopes não foi titular contra o Benfica na Supertaça. André Villas-Boas optou pelo romeno, ideia reforçada nos compromissos seguintes. Fucile afinal não saiu e Miguel Lopes perdeu espaço. Entre ficar no F.C. Porto onde tinha os caminhos do onze tapados e sair para jogar mais vezes, o lateral-direito não hesitou. E saiu de bom grado, garante.
«Não fiquei desiludido porque sempre trabalhei no máximo e compreendi a decisão. Não fiquei nada chateado, nem triste. O mais importante para mim era continuar a jogar. Agora a ideia é voltar ao F.C. Porto e conseguir o meu lugar. É sempre mais uma motivação para mim, também», afirmou.
Com Jesualdo Ferreira não teve muitas oportunidades, até porque uma lesão lhe atrapalhou os planos no início da aventura portista. Cenário que se repetiu com o novo timoneiro. Na hora da saída, nada de conversas muito longas com André Villas-Boas. Bola para a frente, que há caminho a percorrer: «Acabamos por não falar muito. Desejou-me sorte e eu fiz o mesmo. Porque o que mais desejo é que eles consigam ser campeões. Do jeito que aquele grupo está a trabalhar acredito que vão ganhar o campeonato.»
No Bétis encontrou outro português: Ricardo. O guarda-redes internacional vive um momento delicado no clube andaluz, depois de não ter sido inscrito, mas tem sido peça fulcral na integração do compatriota. «Tenho estado com o Ricardo nos treinos e é verdade que está a viver uma situação complicada. Mas não me compete a mim estar a falar disso. É uma má fase que ele está a passar, mas é um grande homem e ajudou-me muito na integração. Tem-me dito onde ir, onde não ir, tem sido fantástico comigo», sublinhou.
in "maisfutebol.iol.pt"
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