sábado, 11 de setembro de 2010

'Queridos amigos' vestem hoje a pele de rivais


Influência portista no Sp. Braga já rendeu aos minhotos 13 jogadores cedidos a custo zero ou por empréstimo desde que António Salvador subiu à presidência.

FC Porto e Sporting de Braga sobem hoje ao relvado do Estádio do Dragão (21.15, TVI) como rivais, para, em jogo da 4.ª jornada da Liga, disputarem aquele que se tem firmado como o maior clássico nortenho, mas fora das quatro linhas têm sido nos últimos anos uma espécie de "queridos amigos".

Desde que António Salvador subiu à presidência dos minhotos (2003), que se tem dado a aproximação entre os dois clubes - estreitada pelo facto de, no final da época 2007/08, o Vitória de Guimarães, grande rival bracarense, ter enveredado esforços para ver os dragões fora da Liga dos Campeões na sequência do processo "Apito Final". Estrategicamente, o FC Porto ganhou um aliado de peso no que toca à influência no futebol nacional, porém, desportivamente, são os arsenalistas quem mais beneficiou desta estreiteza de relações.

O Sporting de Braga é quem faz melhores negócios em Portugal na hora de combinar qualidade e preço. A política da SAD bracarense passa em grande medida por adquirir atletas em fim de contrato e contar com cedências; e, nesse capítulo, o FC Porto tem-se revelado como um parceiro ideal. Se antes de Salvador eram pouco comuns as transferências entre FC Porto e Sp. Braga (Barroso, Fredrik Soderström e Wozniak são as excepções que confirmam a regra), recentemente não faltam exemplos de negócios entre os dois clubes.

Ao todo, desde que Salvador é presidente (2003), a SAD azul e branca já emprestou ou cedeu a custo zero nada menos do que 13 jogadores. O médio uruguaio Luis Aguiar foi o único atleta proveniente do FC Porto pelo qual os bracarenses tiveram de pagar, mesmo assim apenas porque o negócio envolveu o Liverpool de Montevideu (à data detentor do passe do atleta). Desde então, o Sp. Braga já fez bons negócios com ex-portistas, como as vendas precisamente de Luis Aguiar ao Dínamo de Moscovo e de César Peixoto ao Benfica. Outros, com o extremo brasileiro Alan à cabeça, não valeram encaixes financeiros avultados, mas ajudaram a catapultar a equipa para outro patamar desportivo.

No sentido oposto, não têm sido assim tão profícuos os negócios dos azuis e brancos com o Sp. Braga desde que António Salvador está à frente dos destinos do clube. Exemplo disso mesmo são Bruno Gama e Orlando Sá, jovens pelos quais o FC Porto desembolsou verbas importantes, e que ainda estão longe de confirmar o seu valor com a camisola portista, a tal ponto que foram cedidos a título de empréstimo a outros clubes da Liga.

Em todo o caso, também é facto que, noutro plano, o banco bracarense também tem servido para dar oportunidades a antigas glórias do FC Porto, sendo como um trampolim para as suas carreiras de treinadores. E se é um facto que Jorge Costa (com Aloísio a adjunto) não teve uma passagem brilhante por Braga, Domingos Paciência, muito pelo contrário, já conseguiu alguns dos feitos mais brilhantes da história do clube.

in "dn.pt"

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