sábado, 16 de outubro de 2010

Arte do calcanhar arrepiou o Dragão

massimo furlan recriou movimentos de rabah madjer na final de viena
 

Arte é uma das palavras com sentido mais lato do dicionário e saudade um termo utilizado apenas pelos portugueses. Ontem, no Dragão, juntaram-se os dois graças ao talento de Massimo Furlan. O suíço recriou todos os movimentos de Madjer na memorável final de Viena, frente ao Bayern Munique, onde os azuis e brancos venceram a primeira Taça dos Campeões Europeus.

Sem bola, em campo inteiro, as fintas, os passes, os sprints, os remates e o calcanhar mundialmente famoso foram recordados por cerca de meio milhar de portistas. Tudo foi ensaiado ao segundo e nem faltou o genial argelino. Na bancada, Rabah Madjer não largou a câmara de filmar da mão e o sorriso rasgado nunca lhe saiu do rosto. De um lado, a esposa arrepiada e o filho vidrado como se estivesse no cinema (nem as pipocas faltaram); do outro, um orgulhoso Pinto da Costa.

Massimo Furlan passou os últimos três meses a decorar a exibição de um dos mais talentosos jogadores da história do FC Porto. Ontem, entrou em campo e durante 90 minutos puxou pela memória. O momento alto estava guardado para a segunda parte: o Dragão ficou a meia luz para assistir ao toque de calcanhar e ao lance rápido que, pouco depois, resultou na cambalhota do marcador. O público festejou quase tanto como em 1987. Só faltou a taça que o capitão João Pinto se recusou a largar no Estádio do Prater...

Artur Jorge seguiu as incidências no banco. Os écrãs gigantes foram passando o jogo verdadeiro e até a rádio voltou a ter importância de outros tempos com um relato em direto.

No final, o verdadeiro artistas não escondeu a emoção. “Ele recriou bem todo o meu jogo, o golo e o lance do 2-1. Foi um espetáculo muito bonito e foi bom recordar um jogo que nunca me sai da cabeça. Foi, talvez, o meu melhor golo, até porque foi numa final, mas também recordo sempre o de Tóquio, que valeu a Intercontinental”, confessou Madjer.

in Record.pt"

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