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Antes de mais nada, é urgente dizer que foi preciso um FC Porto enorme para ganhar ao Besiktas. Um FC Porto suficientemente grande para resistir à pressão dos jogadores turcos primeiro, ao ambiente infernal das bancadas do Inonu depois, e aos disparates, incoerências e asneiras do árbitro espanhol que a UEFA teve a infelicidade de mandar para a Turquia. Ora, nestas coisas, normalmente o árbitro costuma ficar para o fim, mas o senhor Carlos Clos Gomez fez por merecer honras de abertura com uma série de decisões que chegaram a ameaçar equilibrar o jogo, desequilibrando o FC Porto. Não o conseguiu. E como não o conseguiu, seria uma tremenda injustiça deixá-lo ocupar mais espaço aqui, onde merecem referência os heróis desta quinta-feira europeia e não os vilões.
E houve vários heróis. Falcao, que marcou o primeiro golo, que viu outro (mal) anulado e ainda sofreu uma grande penalidade que passou em claro, apenas para acabar sacrificado às necessidades da equipa quando foi preciso compensar a expulsão de Maicon. Ou Hulk, que assumiu sozinho as despesas do ataque durante toda a segunda parte e marcou dois golos fabulosos, calando as bancadas do Inonu com o primeiro e forçando-as à rendição incondicional com a obra de arte que desenhou a meias com Belluschi, no segundo. Ou ainda Helton, que negou uma boa mão-cheia de oportunidades aos avançados do Besiktas numa altura do jogo em que o resultado ainda podia ser discutido pelos turcos. Ou Maicon, que antes de ser expulso estava a fazer um jogo imaculado. Ou João Moutinho e Belluschi, que assumiram missões de sacrifício no meio-campo quando a equipa ficou em desvantagem numérica, sem nunca perderem a baliza adversária e o municiamento dos companheiros do ataque de vista. E Sapunaru, e Rolando e Álvaro Pereira e Fernando e Rodríguez e depois Otamendi e Guarín e Varela. Todos, sem excepção, foram heróis numa noite épica, em que mais do que aquilo que conseguiram as individualidades, o FC Porto mostrou que não se pode vergar uma equipa solidária, organizada e eficaz.
E se a solidariedade, organização e eficácia da equipa foram evidentes durante o primeiro tempo, quando o FC Porto jogou em igualdade numérica contra o Besiktas e se colocou em vantagem por intermédio de Falcao na sequência de um canto, foram ainda mais notórias depois do intervalo e dos disparates do árbitro espanhol, quando foi preciso jogar com dez contra 12 - os onze do Besiktas, mais o fortíssimo 12º jogador que habita as bancadas do Inonu.
Forçado a ceder a iniciativa do jogo, o FC Porto cerrou fileiras e apostou tudo na organização defensiva, sustendo as sucessivas vagas do ataque turco até conseguir ganhar espaço para respirar, explorando a velocidade de Hulk com uma série de lançamentos longos que evitavam o investimento de mais unidades no ataque. Uma estratégia que só resultou porque Hulk pode mesmo ser Incrível quando quer. Foi incrível a forma como marcou o segundo golo, explorando uma asneira de Zapotocny, mas foi ainda mais incrível a forma como desenhou o segundo, misturando força com classe pura. Tanta que mereceu o aplauso reconhecido do público turco que, em tempos, também aplaudiu assim um golo de Quaresma. De resto, seria sob aplausos do público que o FC Porto sairia do campo, depois de o Besiktas ter chegado ao golo de honra quando os portistas já eram só nove.
Arbitragem
Um zero à esquerda
Carlos Clos Gomez fez um trabalho miserável ontem, mostrando à saciedade que a multiplicação de árbitros não pode resolver questões de mera incompetência. Anulou um golo a Falcao por alegada falta que não parece existir. Expulsou Maicon na sequência de um lance dividido, embora esse seja o menor dos seus pecados. Deixou por assinalar uma grande penalidade clara sobre Falcao instantes depois, mandando o FC Porto para o intervalo com um golo e um jogador a menos. Errou menos na segunda parte, mas já tinha borrado a pintura de forma indelével na etapa inicial. Mau demais.
in "ojogo.pt"
2 comentários:
Bom dia,
Sair do Estádio Inonu aplaudidos de pé pelos fervorosos adeptos do Besiktas, diz tudo acerca da nossa fantástica exibição.
Foi uma arbitragem vergonhosa, que nos prejudicou, e que só a nossa brilhante exibição, e capacidade de controlo emocional de uma equipa do FC Porto, cada vez mais madura e consistente, nos permitiu levar de vencida este difícil adversário.
Os turcos entraram pressionantes na partida, mas Helton foi um muralha e transmitiu a tranquilidade necessária para segurar o ímpeto turco.
Moutinho e Fernando estiveram brilhantes no nosso meio campo. Controlamos o jogo, e na segunda parte dominamo-lo mesmo com um homem a menos.
Falcao com o seu faro goleador apontou um excelente golo de cabeça na sequência de um canto. Sofreu um penalti e viu-lhe anulado um golo.
Com a expulsão de Maicon, as coisas poderiam ter-se complicado, mas o nosso meio campo conseguiu segurar os turcos, e com um Hulk poderoso na frente de ataque, conseguimos chegar aos 3 a 0 com uma classe só ao alcance de grandes equipas europeias.
Este FC Porto é claramente uma equipa de topo do futebol europeu e deveria estar a lutar na Liga dos Campeões. Tem sido vergonhosa e lastimável a imagem que Benfica e Braga tem passado do nosso futebol.
Espero nunca mais ver este árbitro espanhol a apitar nas competições europeias. Passaram em claro pisadelas, puxões, um penalti, um golo mal anulado...enfim foi deplorável esta arbitragem.
Na minha opinião, apesar de Hulk ter apontado 2 golos e de Moutinho e Fernando terem sido enormes, Helton foi o melhor em campo.
No início do jogo transmitiu uma segurança à equipa que só está ao alcance dos grandes guarda-redes. Saiu da baliza para evitar o golo de Nihat logo nos minutos iniciais, e ao longo da partida, transmitiu confiança e segurança aos seus companheiros de sector.
Grande noite europeia do FC Porto, da qual todos nós nos podemos orgulhar. Fomos bravos, valentes e inteligentes. Contra tudo e contra os jogadores venceram esta difícil batalha, e saíram justamente debaixo de uma grande ovação do Inonu de Istambul.
Abraço
Paulo
http://pronunciadodragao.blogspot.com
Fantastica a atitude dos tifosi turcos, ja em 2007 aplaudiram o Quaresma.
Um abraço
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