sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Contra tudo...e contra um tolo

 
 


1 - 3







Antes de mais nada, é urgente dizer que foi preciso um FC Porto enorme para ganhar ao Besiktas. Um FC Porto suficientemente grande para resistir à pressão dos jogadores turcos primeiro, ao ambiente infernal das bancadas do Inonu depois, e aos disparates, incoerências e asneiras do árbitro espanhol que a UEFA teve a infelicidade de mandar para a Turquia. Ora, nestas coisas, normalmente o árbitro costuma ficar para o fim, mas o senhor Carlos Clos Gomez fez por merecer honras de abertura com uma série de decisões que chegaram a ameaçar equilibrar o jogo, desequilibrando o FC Porto. Não o conseguiu. E como não o conseguiu, seria uma tremenda injustiça deixá-lo ocupar mais espaço aqui, onde merecem referência os heróis desta quinta-feira europeia e não os vilões.

E houve vários heróis. Falcao, que marcou o primeiro golo, que viu outro (mal) anulado e ainda sofreu uma grande penalidade que passou em claro, apenas para acabar sacrificado às necessidades da equipa quando foi preciso compensar a expulsão de Maicon. Ou Hulk, que assumiu sozinho as despesas do ataque durante toda a segunda parte e marcou dois golos fabulosos, calando as bancadas do Inonu com o primeiro e forçando-as à rendição incondicional com a obra de arte que desenhou a meias com Belluschi, no segundo. Ou ainda Helton, que negou uma boa mão-cheia de oportunidades aos avançados do Besiktas numa altura do jogo em que o resultado ainda podia ser discutido pelos turcos. Ou Maicon, que antes de ser expulso estava a fazer um jogo imaculado. Ou João Moutinho e Belluschi, que assumiram missões de sacrifício no meio-campo quando a equipa ficou em desvantagem numérica, sem nunca perderem a baliza adversária e o municiamento dos companheiros do ataque de vista. E Sapunaru, e Rolando e Álvaro Pereira e Fernando e Rodríguez e depois Otamendi e Guarín e Varela. Todos, sem excepção, foram heróis numa noite épica, em que mais do que aquilo que conseguiram as individualidades, o FC Porto mostrou que não se pode vergar uma equipa solidária, organizada e eficaz.

E se a solidariedade, organização e eficácia da equipa foram evidentes durante o primeiro tempo, quando o FC Porto jogou em igualdade numérica contra o Besiktas e se colocou em vantagem por intermédio de Falcao na sequência de um canto, foram ainda mais notórias depois do intervalo e dos disparates do árbitro espanhol, quando foi preciso jogar com dez contra 12 - os onze do Besiktas, mais o fortíssimo 12º jogador que habita as bancadas do Inonu.

Forçado a ceder a iniciativa do jogo, o FC Porto cerrou fileiras e apostou tudo na organização defensiva, sustendo as sucessivas vagas do ataque turco até conseguir ganhar espaço para respirar, explorando a velocidade de Hulk com uma série de lançamentos longos que evitavam o investimento de mais unidades no ataque. Uma estratégia que só resultou porque Hulk pode mesmo ser Incrível quando quer. Foi incrível a forma como marcou o segundo golo, explorando uma asneira de Zapotocny, mas foi ainda mais incrível a forma como desenhou o segundo, misturando força com classe pura. Tanta que mereceu o aplauso reconhecido do público turco que, em tempos, também aplaudiu assim um golo de Quaresma. De resto, seria sob aplausos do público que o FC Porto sairia do campo, depois de o Besiktas ter chegado ao golo de honra quando os portistas já eram só nove.

Arbitragem

Um zero à esquerda

Carlos Clos Gomez fez um trabalho miserável ontem, mostrando à saciedade que a multiplicação de árbitros não pode resolver questões de mera incompetência. Anulou um golo a Falcao por alegada falta que não parece existir. Expulsou Maicon na sequência de um lance dividido, embora esse seja o menor dos seus pecados. Deixou por assinalar uma grande penalidade clara sobre Falcao instantes depois, mandando o FC Porto para o intervalo com um golo e um jogador a menos. Errou menos na segunda parte, mas já tinha borrado a pintura de forma indelével na etapa inicial. Mau demais.

in "ojogo.pt"
 

2 comentários:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Sair do Estádio Inonu aplaudidos de pé pelos fervorosos adeptos do Besiktas, diz tudo acerca da nossa fantástica exibição.

Foi uma arbitragem vergonhosa, que nos prejudicou, e que só a nossa brilhante exibição, e capacidade de controlo emocional de uma equipa do FC Porto, cada vez mais madura e consistente, nos permitiu levar de vencida este difícil adversário.

Os turcos entraram pressionantes na partida, mas Helton foi um muralha e transmitiu a tranquilidade necessária para segurar o ímpeto turco.

Moutinho e Fernando estiveram brilhantes no nosso meio campo. Controlamos o jogo, e na segunda parte dominamo-lo mesmo com um homem a menos.

Falcao com o seu faro goleador apontou um excelente golo de cabeça na sequência de um canto. Sofreu um penalti e viu-lhe anulado um golo.

Com a expulsão de Maicon, as coisas poderiam ter-se complicado, mas o nosso meio campo conseguiu segurar os turcos, e com um Hulk poderoso na frente de ataque, conseguimos chegar aos 3 a 0 com uma classe só ao alcance de grandes equipas europeias.

Este FC Porto é claramente uma equipa de topo do futebol europeu e deveria estar a lutar na Liga dos Campeões. Tem sido vergonhosa e lastimável a imagem que Benfica e Braga tem passado do nosso futebol.

Espero nunca mais ver este árbitro espanhol a apitar nas competições europeias. Passaram em claro pisadelas, puxões, um penalti, um golo mal anulado...enfim foi deplorável esta arbitragem.

Na minha opinião, apesar de Hulk ter apontado 2 golos e de Moutinho e Fernando terem sido enormes, Helton foi o melhor em campo.
No início do jogo transmitiu uma segurança à equipa que só está ao alcance dos grandes guarda-redes. Saiu da baliza para evitar o golo de Nihat logo nos minutos iniciais, e ao longo da partida, transmitiu confiança e segurança aos seus companheiros de sector.

Grande noite europeia do FC Porto, da qual todos nós nos podemos orgulhar. Fomos bravos, valentes e inteligentes. Contra tudo e contra os jogadores venceram esta difícil batalha, e saíram justamente debaixo de uma grande ovação do Inonu de Istambul.

Abraço

Paulo

http://pronunciadodragao.blogspot.com

P. Ungaro disse...

Fantastica a atitude dos tifosi turcos, ja em 2007 aplaudiram o Quaresma.

Um abraço