Treinador não tem parado de ensaiar sistemas
Villas-Boas foi, em tempos, um fanático do simulador “Championship Manager”. Hoje, no jogo real, altera sistemas como quem brinca no computador. O FC Porto tem uma base tática claramente definida (4x3x3), mas tem revelado uma ginástica que lhe permite sentir-se cómodo em vários desenhos, seja por necessidade ou para dar rodagem a soluções de futuro.
Foi, por exemplo, o que aconteceu diante da U. Leiria, quando o técnico abriu Souza e Ruben Micael sobre as alas e deixou o ataque livre para Falcão, James e Walter.
Percebe-se que há soluções testadas, mas nada melhor do que avaliá-las em competição. Até em inferioridade numérica o dragão tem sido eficiente, como se viu em Istambul, onde a equipa terminou em 4x3x1.
Arrojada foi a solução para voltar à vantagem em Guimarães, mas com menos uma unidade. Aí, Villas-Boas prescindiu de um defesa sem cortar ao ataque. O que se viu frente ao modesto Limianos (acabou em 3x5x2) permite concluir que os sistemas de três defesas são solução para situações limites.
Ao contrário de Jesualdo Ferreira, muito fiel ao 4x3x3 de que só abdicava em favor de um 4x2x4 ou da troca de um extremo por um avançado de área, Villas-Boas é um treinador que gosta de experimentar. Confunde os adversários, mas também se arrisca a confundir a própria equipa se a cultura tática dos jogadores não lhes permitir absorver tanta informação.
Até ver, o FC Porto não se tem ressentido das experiências, muito pelo contrário. O losango e o 4x2x3x1 são os sistemas melhor mecanizados e aqueles que permitem maior equilíbrio coletivo, sobretudo para jogar em vantagem. O duplo pivô é aposta frequente, mas só por uma vez os dragões abdicaram de início do 4x3x3: losango na receção ao Genk.
in "record.pt"
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