sexta-feira, 5 de novembro de 2010

André Villas-Boas: "O nosso sentimento é de dever cumprido"


Se o treinador é a imagem da equipa, então a rouquidão que, a certa altura, obrigou André Villas-Boas a interromper a conferência de Imprensa, até que um pouco de água lhe permitisse continuar a abordar a história do reencontro com o Besiktas ilustra bem o esforço posto pelo FC Porto no jogo em que se apurou para a fase seguinte da Liga Europa e no qual. O empate deixou "um sabor amargo" a quem ainda só sabia o que era vencer, na UEFA, embora não faltem atenuantes. "Tendo em conta que as dificuldades foram sempre acrescidas; a qualidade da nossa exibição; a criação constante de oportunidades de golo; a superioridade relativamente ao adversário, perante dois jogos de grande exigência, como foram o da Académica e este, e o apuramento, tendo em conta tudo isto, acho que é de valorizar o empenho de todos, às portas de um clássico, dentro de 72 horas. O sentimento é de dever cumprido."

André Villas-Boas defendeu o colectivo azul e branco, e também o protagonista do "lance do jogo", Rodríguez, expulso por acumulação de amarelos. "Acontece a toda a gente", é "normal", como "ficar em inferioridade numérica": "É sempre preciso uma adaptação. Na Turquia, fizemo-la no balneário; ali, com a carga emocional, poderá ter sido decisivo para o Besiktas crescer e fazer o golo, mas, mesmo 10 contra 11, criámos sempre oportunidades para chegar à vitória, e não conseguimos, por uma questão de capricho e decisão do árbitro". Outro lance decisivo na partida foi o remate de Rúben Micael, que pôs o Dragão a festejar um golo que os árbitros não consideraram. "São situações que nos deixam na dúvida", lamentou, já que o propósito de ter cinco juízes em campo é precisamente o contrário: "Tendo em conta a quantidade de árbitros, a gente quer confiar que as decisões tomadas são correctas, e isso não se tem constatado, nos diversos campos. Admito que o árbitro de área está enquadrado. Rúben vai isolado, não sei se é uma decisão correcta ou não, mas é no limite do golo". Com o apuramento certo, o FC Porto está em contra-relógio para o clássico: "Fala-se como se estivéssemos a 10 pontos, e isso tem toda a importância. Defrontamos o Benfica, o campeão nacional, que esteve a ganhar ao Lyon, por 4-0; não somos favoritos, de forma alguma. Estamos alerta, despertos, temos uma oportunidade e queremos concretizá-la. O tempo que temos é curtíssimo, será para recuperação e um dia para táctica."

in "ojogo.pt"

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