«Calma com o Souza»

AGENTES DESVALORIZAM FALTA DE OPORTUNIDADES

“Se o Fernando saísse...” O suspiro, em tom de desejo, foi esta semana verbalizado pelo pai de Tomás Costa, um dos muitos médios que já se perderam na sombra do Polvo. Será Souza mais uma vítima? A resposta dos seus agentes é, para já, firme: a aposta é para reforçar. “Tem 21 anos, chegou agora à Europa, está a adaptar-se e, mesmo assim, já esteve em 14 jogos. Está a correr conforme o esperado e não há qualquer razão para pensar de outra forma. É preciso ter calma com o Souza, no futuro vão ver muito mais dele”, disse-nos Renato Costa, empresário da equipa de Carlos Leite.

É preciso recuar no tempo para validar a tese que apresenta Souza como um reforço de valia. Há dois anos, Bolatti somava, por esta altura, metade (7) dos jogos que o ex-Vasco já conta. Pior só mesmo Prediger, que na época passada só tinha feito 2 encontros até à data. As comparações favorecem claramente o jovem brasileiro, que beneficia também de características que lhe permitem jogar mais adiantado. Villas-Boas tem explorado essa dimensão, por muito que tenha eleito Guarín na hora de render o lesionado Fernando.

Há uma quebra na utilização de Souza, que fez 9 jogos até finais de setembro e só somou mais 5 desde então. O brasileiro já admitiu que o jogo com o Limianos e a lesão que se seguiu o marcaram, mas recusa-se a dar o comboio como perdido e alega que tem em Fernando um exemplo. É que também o Polvo passou por um ano de rodagem (no E. Amadora) antes de pegar de estaca no onze azul e branco.

O primeiro

Com uma dimensão física ímpar no lote de médios do FC Porto, Souza ficará para sempre marcado como o primeiro reforço da era Villas-Boas, enquadrado precisamente como uma opção que garantia um perfil de trinco distinto daquele que tem feito escola com Paulo Assunção, primeiro, e Fernando, nas últimas épocas.

A mensagem é, portanto, de otimismo. “Não temos recebido propostas nem sequer estamos à procura de algo, porque o Souza tem cinco anos de contrato com o FC Porto e está concentrado nos objetivos que aí tem”, concluiu Renato Costa.

Com uma segunda metade de temporada altamente preenchida, é legítimo que Souza alimente esperanças numa utilização ainda mais regular. Mas até ele era capaz de partilhar a opinião do pai de Tomás Costa. Com Fernando de pedra e cal, a concorrência tem vida muito difícil...

in "record.pt"