sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

André Villas-Boas: "Explorámos bem a ganância do Sevilha"

Villas-Boas admitiu que o FC Porto sentiu muitas dificuldades em Sevilha e que o empate até seria um resultado justo, só que a falta de cuidados dos espanhóis acabou por ser bem aproveitada, justificando, segundo Villas-Boas, o triunfo. "Encontrámos um Sevilha penalizado no campeonato e que queria dar um grito de revolta. Nesse sentido, foi uma grande resposta do FC Porto. É verdade que passámos por algumas dificuldades, mas mostrámos sempre competência na forma como defendemos. Explorámos o contra-ataque e a ganância do Sevilha, que depois de marcar o primeiro teve a ganância de querer chegar ao segundo. O adversário teve muita posse de bola e criou muitas oportunidades, porque tem uma grande quantidade e qualidade de atacantes, mas também é verdade que, no contra-ataque, podíamos ter marcado mais. É um Sevilha forte e há uma segunda mão para disputar. Queremos um FC Porto superior ao de hoje", alertou.

O técnico considerou ainda que o FC Porto soube sofrer durante os 90 minutos. "O primeiro golo surgiu num momento bom nosso, mas, depois, o Sevilha empatou, o que seria sempre um bom resultado e, se calhar, o mais justo. Só que o Sevilha foi-se expondo e acabámos por voltar a marcar", insistiu. Confrontado com o lance do empate do Sevilha, em que Kanouté pareceu ter-se apoiado em Otamendi, Villas-Boas jogou à defesa, admitindo que faltou competência à equipa. "Ainda não vi o lance. O Kanouté é um jogador com uma impulsão superior à do Otamendi e não sei se houve falta. Foi um lance em que não demonstrámos a mesma competência que tivemos em muitos outros, mas, no global, estou satisfeito", frisou.

Apesar da vantagem, Villas-Boas lembrou que ainda há um segundo jogo por disputar, não dando a eliminatória como ganha. "Será um jogo seguramente diferente. Podemos ter mais iniciativa e ser mais controladores. O ambiente do Dragão é forte e aí poderemos construir ainda mais o resultado. Eliminar um adversário destes será sempre bom, mas ainda há 90 minutos por disputar e, com uma boa entrada, o Sevilha pode mudar a história da eliminatória. Temos de fazer um jogo melhor, como nos primeiros 15' deste em que fomos mais agressivos na pressão. Mostrámos aqui um dos nossos principais argumentos, que é a organização defensiva, e fizemos um bom resultado, mas que não decide nada", referiu.

Villas-Boas aproveitou a flash-interview para dedicar o triunfo a dois destinatários: "Ao Rafa pela grave lesão e ao senhor Lourenço, o trompetista, que nos mandou uma mensagem na véspera" [ver caixa].
Com esta vantagem conseguida em casa do adversário, Villas-Boas voltou a assumir a candidatura à Liga Europa. "Este poderá vir a ser o maior desafio nesta competição, o que não quer dizer que as outras equipas que podemos encontrar não sejam competentes. Mas, o Sevilha tem uma grande equipa. A seguir poderá ser o PAOK ou o CSKA [os russos estão em vantagem]. Primeiro vamos pensar na segunda volta", sublinhou, concluindo a recordar que o FC Porto "já fez a sua parte" na 20ª jornada, ao vencer o Nacional, aguardando tranquilamente o resultado do clássico, mas sem cachecol do Sporting ao pescoço. "De forma alguma. O nosso objectivo era manter a vantagem que tínhamos e, claro, se pudermos aumentar, tanto melhor. Mas não estamos preocupados, vamos ver o jogo com tranquilidade."

in "ojogo.pt"

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