quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Desafio messiânico para Villas Boas

É a magia de um jogo de futebol a mobilizar os dragões com cheirinho a Champions, dada o estatuto europeu das duas equipas em confronto, e a ilusão de novas façanhas a invadir-lhes fortemente o espírito na cidade onde, a 21 de Maio e 2003, voltaram a ser felizes, 16 anos depois (1987) de Artur Jorge ter comandado a equipa que conquistou a Liga dos Campeões.

É que por ironia do destino este momento que os azuis e brancos estão a viver confunde-se muito com o ocorrido na época de 2002/2003. Na altura, o FC Porto também estava em busca de si próprio, de um título nacional perdido e do sonho de se reafirmar no espaço europeu com um treinador novo na casa e na idade: José Mourinho. 

Quis agora esse destino que fosse um discípulo de Mourinho, igualmente jovem na idade e estreante no clube como treinador principal, a ter a chave da redescoberta dos sucessos e da glória na mão e na cidade onde se começou a fazer grande o actual treinador do Real Madrid. Mestre do jogo jogado e do jogo falado que, a 21 de Maio de 2003, levou os dragões à conquista da Taça UEFA, frente ao Celtic de Glasgow. 

E assim se conflui num só lugar, feito santuário para os portistas e de peregrinação para cerca de 2.100 adeptos que tiveram a possibilidade de garantir lugar no Estádio Sánchez Pizjuán (final de 2003 foi mais ao lado, no Olímpico de Sevilha), um conjunto de circunstâncias que podem muito bem traduzir-se em felizes coincidências se além das memórias forem recuperados os valores e os títulos.

Para além do que está em jogo, que é a passagem aos oitavos-de-final da Liga Europa, está em curso um desafio messiânico para André Villas Boas, que, não estando mesmo nada interessado em imitar José Mourinho, com certeza não se importaria nada de fazer aquele seu percurso dourado com o diamantezinho da Champions no final da sua etapa.


in "abola.pt"

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